Entre a Ausência e a Tentação

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Varsóvia brilhava sob o céu escuro de outono

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Varsóvia brilhava sob o céu escuro de outono. As ruas estavam cheias de vida, e a arena onde Ross Lynch iria atuar pulsava com a excitação crescente das fãs. Mas, para Ross, aquele concerto trazia uma sensação diferente — algo estava em falta, algo essencial. Camila.

Ela tinha voltado para Portugal há dois dias, inesperadamente, para resolver alguns problemas familiares. O timing não podia ter sido pior. Ross já estava tão habituado à presença constante dela durante a tour, ao seu sorriso cúmplice entre os bastidores, às suas provocações, ao conforto dos seus braços no final de cada concerto, que agora, o vazio deixado por ela tornava-se cada vez mais insuportável.

Nos dias que se seguiram à partida de Camila, Ross sentiu a sua ausência como uma sombra a pairar sobre ele. Durante os ensaios, distraía-se, os pensamentos sempre a derivarem para ela, a imaginar como seria vê-la outra vez. À noite, no hotel, a cama parecia demasiado grande e fria. Havia um desconforto persistente que ele não conseguia ignorar.

Agora, no palco em Varsóvia, ele mal conseguia manter a concentração. Estava habituado a procurar o olhar dela no meio da multidão, aquele momento em que os olhos de ambos se encontravam, e ela lhe dava um sorriso, como se só os dois existissem. Mas desta vez, por mais que tentasse, ela não estava lá. E isso fazia cada segundo parecer mais pesado, mais solitário.

Enquanto a música soava pela arena, Ross moveu-se no palco, tentando deixar-se levar pela energia da multidão. As fãs gritavam o seu nome, vibrando ao som de cada nota, mas ele sentia-se desligado. Era estranho — ele sempre conseguia extrair força do público, mas sem Camila ali, a energia parecia incompleta.

Ao longo do concerto, ele não podia evitar de procurar o rosto dela, a cada luz que iluminava o público, o coração apertando-se com a expectativa e o desapontamento imediato. "Talvez ela tenha voltado e esteja a surpreender-me", pensava ele, mais uma vez, apenas para ser recebido por desconhecidos a gritar e aplaudir. Nada. Camila estava longe, e ele sentia isso em cada batida do seu coração.

E então, no meio da multidão, algo chamou a atenção dele. Uma rapariga nas primeiras filas — jovem, bonita, com um sorriso travesso. Ela movia-se de forma sedutora ao ritmo da música, e Ross notou que os seus olhos estavam fixos nele. No início, ele desviou o olhar, focando-se nas letras da música que estava a cantar, tentando manter-se profissional. Mas os olhos daquela fã continuavam a seguir cada movimento seu, e aos poucos, a provocação tornou-se evidente.

Ela não era apenas mais uma fã entusiasmada. Havia algo na forma como ela dançava, como olhava para ele, que o fez vacilar. Cada vez que os seus olhares se encontravam, ela mexia-se de forma mais intencional, jogando com o corpo, lançando-lhe um sorriso atrevido que parecia dizer mais do que apenas admiração. A camisa dela deslizava suavemente sobre os ombros, e Ross percebeu que a tensão sexual no ar começava a mexer consigo, mesmo que não quisesse admitir.

Por um momento, ele sentiu-se a ceder. A ausência de Camila, o vazio que ela tinha deixado, fazia-o procurar algum tipo de conexão, e esta fã sabia exatamente o que estava a fazer. Ross sorriu, um sorriso pequeno, mas suficiente para que ela soubesse que o tinha captado.

ÚLTIMO APLAUSO || Ross LynchOnde histórias criam vida. Descubra agora