Entre Palcos e Silêncios

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A cidade de Newcastle estava em ebulição naquela noite

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A cidade de Newcastle estava em ebulição naquela noite. As ruas cheias de luzes piscantes e vozes animadas vibravam com a energia dos fãs que aguardavam o grande concerto. Havia uma atmosfera quase elétrica no ar, e a expectativa era palpável. Camila estava junto de Ross enquanto ele fazia os últimos preparativos nos bastidores. Observava-o em silêncio, tentando entender o que se passava dentro dele naquela noite, porque algo estava diferente.

Ross estava mais distante, não no sentido físico, mas emocional. Era como se uma barreira invisível o separasse dela. Mesmo os olhares que trocavam, tão intensos em outros momentos, pareciam agora carregados de uma tensão estranha e inexplicável.

Camila não conseguia evitar a preocupação. Eles tinham vivido tantos momentos próximos nas últimas semanas, momentos de intimidade e conexão que pareciam levá-los para algo mais profundo, mas, de repente, ele parecia retraído. Ela conhecia Ross suficientemente bem para perceber que algo o perturbava, mas ele não estava disposto a partilhar.

O som dos fãs ao longe tornava-se mais alto à medida que a hora do concerto se aproximava. Gritos, cânticos, vozes a chamarem por Ross e pelo nome da banda. Do lado de fora, as pessoas estavam eufóricas. Ali dentro, no entanto, o ambiente era muito mais calmo, quase tenso.

— Estás bem? — perguntou Camila, tentando soar despreocupada, mas o olhar preocupado não conseguia esconder-se. Aproximou-se dele, tocando-lhe suavemente no braço.

Ross virou-se, os olhos escuros encontrando os dela, mas havia uma sombra neles, algo que ela não conseguia descodificar. Ele assentiu com um leve sorriso, mas era forçado.

— Sim, só cansado. — A resposta foi curta, e ele logo desviou o olhar, concentrando-se em ajustar a guitarra que segurava.

Camila mordeu o lábio, hesitando. Queria perguntar mais, pressionar um pouco, mas sabia que o momento era delicado. Ross tinha uma forma própria de lidar com as suas emoções, e se ela forçasse demasiado, podia afastá-lo ainda mais.

— Vai correr tudo bem — disse ela, tentando reconfortá-lo com palavras simples, mas sinceras.

Ross apenas assentiu novamente, desta vez não oferecendo qualquer palavra em troca. Camila recuou ligeiramente, respeitando o espaço dele. No fundo, sentia-se impotente. Ali estava ela, tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante.

Finalmente, a voz do organizador ecoou pelo corredor.

— Cinco minutos para começar!

Ross respirou fundo, como se estivesse a preparar-se mentalmente para o que viria. Camila viu-o a fechar os olhos por um momento, a mão a apertar o pescoço da guitarra com mais força do que o normal. A tensão no ar era quase palpável.

Ele deu-lhe um último olhar, mas desta vez, os olhos eram mais suaves, como se estivesse a pedir desculpa por algo que não conseguia verbalizar. Antes que ela pudesse responder com um gesto ou palavra, ele caminhou em direção ao palco, as luzes a envolverem-no enquanto a multidão explodia em gritos ensurdecedores.

ÚLTIMO APLAUSO || Ross LynchOnde histórias criam vida. Descubra agora