Entre Promessas e Fins

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O céu de Estocolmo começava a escurecer lentamente, tingido por tons de rosa e laranja, enquanto a cidade se preparava para mais uma noite agitada

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O céu de Estocolmo começava a escurecer lentamente, tingido por tons de rosa e laranja, enquanto a cidade se preparava para mais uma noite agitada. As ruas estavam calmas, quase silenciosas, como se toda a energia estivesse a acumular-se para o grande espetáculo que aconteceria em poucas horas. Camila e Ross caminhavam lado a lado ao longo da orla, observando as luzes que começavam a acender-se na cidade, refletindo nas águas tranquilas.

Era a primeira vez de ambos em Estocolmo e, por um breve momento, tudo parecia perfeito. O frio suave do outono, as risadas ocasionais e o leve toque das mãos enquanto caminhavam tornavam o momento quase cinematográfico. Mas havia uma tensão no ar que nenhum dos dois conseguia ignorar, uma sensação incómoda que pairava desde o início da tour.

"O que achas de Estocolmo até agora?" Ross perguntou, quebrando o silêncio enquanto olhava de lado para Camila.

"É linda," ela respondeu, com um sorriso que não chegou aos olhos. "Mas acho que não tive muito tempo para absorver a cidade. Estamos sempre a correr, sempre com pressa."

Ross assentiu. Ele também sentia a pressão do ritmo frenético da tour. As noites de concertos intensos, as viagens constantes e os compromissos incessantes estavam a começar a pesar. Mas não era apenas o cansaço que o incomodava. Algo mais vinha a acumular-se, algo que ele ainda não conseguia colocar em palavras.

Pararam perto de uma pequena doca, onde podiam ouvir o som suave da água a bater contra os barcos. Por um momento, ficaram em silêncio, apenas a absorver o ambiente. Camila encostou-se à grade de ferro, os olhos voltados para o horizonte, mas a mente longe dali.

"Tenho pensado muito ultimamente," ela começou, sem o olhar. "Sobre o que vai acontecer quando a tour acabar."

A frase pairou no ar, carregada de significado. Ross sentiu o coração acelerar um pouco, como se estivesse à espera deste momento, mas ao mesmo tempo a temer o que viria a seguir. "Sobre nós?" ele perguntou, a voz baixa e incerta.

Camila respirou fundo antes de responder. "Sim. Eu sei que estamos a viver algo incrível agora. Mas... não sei o que acontece depois. Quando tudo isto acabar, quando as luzes se apagarem, o que sobra para nós?"

Ross ficou em silêncio por um instante. Ele também tinha pensado nisso, mas nunca quis encarar o que significava. A vida na estrada era cheia de emoções intensas, momentos de êxtase que tornavam tudo mais vibrante, mas também faziam parecer que estavam numa bolha, longe da realidade. E, de repente, a pergunta de Camila trouxe tudo de volta.

"Eu entendo o que estás a dizer," Ross finalmente respondeu, virando-se para a olhar. "Tudo parece tão fácil enquanto estamos aqui, na estrada, juntos. Mas é como se este fosse um mundo à parte, e em algum momento vamos ter de voltar ao real."

Ela assentiu, e o silêncio que seguiu foi denso, cheio de tudo o que não queriam dizer em voz alta. A conexão entre eles era forte, mas começava a surgir a dúvida se essa intensidade poderia sobreviver fora do contexto em que se encontravam.

ÚLTIMO APLAUSO || Ross LynchOnde histórias criam vida. Descubra agora