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Assim que o sinal soou indicando o intervalo, eu fui para a biblioteca a fim de encontrar um substituto para o livro que eu acabara de ler no dia anterior. Era a primeira vez que eu entrava na biblioteca principal do colégio, e não conhecia nada lá. Era muito maior que a mini biblioteca da sala de estudos. Quatro mesas redondas estavam ao centro, completamente vazias. Três computadores disponíveis para pesquisa, também vazios. Uma única bibliotecária jazia sentada em sua mesa fazendo algo no computador. Uma porta levava às prateleiras de livros. Cerca de uma dúzia de corredores repletos de livros de ambos os lados permaneciam intocados. Aparentemente, poucas pessoas gostavam de ler ali.
O silêncio me dizia que o local estava vazio exceto pela funcionária. Eu explorava as prateleiras curiosa, sedenta por algo novo para ler. Folheei diversos livros nas seções de suspense, drama e não-ficção. Quando me mudei para uma nova seção, dei de cara com um aluno folheando um livro sem fazer absolutamente nenhum barulho. Ele se assustou com a minha presença tanto quanto eu me assustei com a dele, provavelmente desacostumado a ver mais alguém na biblioteca. Ele era alto, de pele pálida, tinha cabelos pretos e compridos, olhos esverdeados e uma expressão esquisita que eu não era capaz de desvendar. Confesso que achei ele bem atraente.
Apesar da timidez, a presença de alguém aparentemente tão introvertido quanto eu à procura de livros me despertou interesse, então procurei uma forma de puxar assunto.
— Com licença... Você sabe onde fica a sessão de romance? — Tentei manter minha expressão facial a mais simpática possível.
— Éh... — Ele tapou a boca com as mãos e tossiu — Desculpa, tô gripado... — O garoto disse com a voz extremamente rouca — Fica aqui mesmo, nesse corredor inteiro — Ele gesticulou com as mãos, apontando para as prateleiras à nossa esquerda e direita. Sua voz rouca me parecia um pouco familiar, mas não pensei tanto nisso.
Me senti um pouco tola por ter perguntado sem antes ver a sessão em que estávamos, mas ele não pareceu se importar tanto com isso. Assim que comecei a olhar os livros ao redor, percebi que aqueles na região onde o rapaz olhava antes de eu chegar, eram justamente os romances doentios ou negativos de alguma forma.
Após folhear alguns, acabei me decidindo por um romance de época que chamou minha atenção, mas assim que me virei em direção à sala principal, onde ficava a bibliotecária, o garoto me chamou:
— Quantos anos você tem? — Ele me perguntou ainda com sua voz rouca.
— Quinze, por quê?
— Esse que você pegou está na seção para maiores de 16 anos, a bibliotecária não vai deixar você retirar.
— Sério? Achei que fosse só indicativo.
— Pois é, é uma droga. Aqui você só pode pegar livros recomendados pra sua idade. Se quiser, eu retiro ele no meu nome pra você... Mas devolve dentro do prazo pra eu não pagar multa, por favor.
— Não vai te dar trabalho?
— Claro que não!
— Então pode ser! Aliás, quantos anos você tem?
— Dezesseis. Faz pouco tempo que fiz, inclusive.
— Ah, então você não pode pegar livros da seção de dezoito, né? — Fiz uma das perguntas mais idiotas que já formulei.
— Não — Ele riu — Mas tenho quem possa. Se você quiser algum, eu me viro pra pegar pra você. Você queria algum em específico?
— Ah, não. Nenhum específico, só curiosidade... O que você gosta de ler? — Tentei me aproximar um pouco do meu possível novo colega
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Ass: Anônimo
RomanceDois adolescentes de origem humilde frequentam uma escola elitista, onde enfrentam a dificuldade de se enturmar. A principal diferença entre eles? Ela é uma estudante comum; ele, por outro lado, sofre de uma obsessão doentia. Desde o primeiro contat...