O Universo entre nós

Capítulo 17: Temos um plano?

Diego parecia preocupado, e eu mais ainda, o clima ficou pesado, e nos entreolhamos.

— Puxei o registro de câmeras da minha casa, e... — Diego falou apreensivo.

— O que houve? — Perguntei preocupada.

— Daniel tinha razão, ele foi sequestrado, vimos uma imagem de um homem com uma máscara preta cobrindo o rosto e segurando um gato morto. O mesmo gato do seu apartamento, Mariana.

— Precisamos ir na policia! — Exclamou minha mãe.

O silêncio que seguiu as palavras de Diego era sufocante, como se o ar tivesse sido sugado da sala. A tensão era palpável, e meu coração começou a acelerar. Daniel, o irmão de Diego, estava agora em perigo. A imagem do homem mascarado segurando o gato morto... aquilo era demais para ser uma coincidência.

— A polícia precisa saber disso imediatamente! — Minha mãe insistiu, sua voz firme, mas com um tremor perceptível.

Diego parecia dividido, olhando para mim como se procurasse orientação. Ele estava claramente hesitando entre a lógica de envolver as autoridades e o medo de que isso pudesse piorar a situação.

— Eu sei que parece a coisa certa a fazer — ele disse, a voz baixa e cautelosa. — Mas se esse homem realmente está por trás de tudo, e se ele está nos observando? Qualquer movimento errado pode colocar o Daniel em mais perigo.

A incerteza pairava entre nós, mas eu sabia que não podíamos simplesmente esperar. Minha mente estava cheia de perguntas: quem era esse homem mascarado? Por que ele estava me envolvendo? E por que o Daniel?

— Mas não podemos simplesmente fazer nada! — minha mãe protestou, com os olhos arregalados de preocupação.

Eu respirei fundo, tentando manter a calma. A verdade era que eu sabia que isso tudo estava conectado a mim de alguma forma. O homem mascarado sempre voltava para mim, sempre me deixava bilhetes e ameaças. Eu era o elo. E agora ele havia sequestrado Daniel para me mandar uma mensagem.

— Talvez a polícia não seja a resposta agora — falei, hesitante, mas sentindo que havia algo maior em jogo. — E se eu o confrontar? Se eu for atrás dele e descobrir o que ele realmente quer comigo?

Diego franziu a testa, horrorizado com minha sugestão.

— Mariana, você não pode estar falando sério. Esse cara sequestrou meu irmão! Quem sabe do que mais ele é capaz? — Sua voz era dura, mas o medo por Daniel estava claro.

Minha mãe balançou a cabeça vigorosamente, os olhos cheios de lágrimas.

— Não, Mariana! Você não vai se colocar em perigo! Isso é loucura!

— Ele está atrás de mim, mãe. É comigo que ele quer falar — insisti, minha voz saindo mais firme do que eu esperava. — Talvez, se eu for até ele, isso tire o Daniel da equação.

Diego olhou para mim, claramente dividido. Ele sabia que eu tinha razão, mas não queria aceitar isso. Após alguns segundos de silêncio, ele suspirou pesadamente.

— Se você acha que é a única maneira... então eu não vou deixar você fazer isso sozinha. — Ele disse com determinação. — Mas vamos nos preparar. Temos que pegar o vídeo das câmeras e ver se conseguimos alguma pista sobre ele.

Eu assenti, enquanto Diego pegava o celular para me mostrar as imagens capturadas. O nó no meu estômago apertava cada vez mais. Sabia que, ao assistir àquelas imagens, eu estaria olhando diretamente para o homem que vinha transformando minha vida em um pesadelo.

E, desta vez, não seria mais apenas um jogo de perseguição.

Diego me passou o celular, suas mãos trêmulas. O vídeo estava pronto para ser reproduzido. Segurei o aparelho com firmeza, tentando me preparar para o que viria a seguir. Apertei "play", e a tela piscou, mostrando a entrada da casa de Diego.