Capítulo 13: O melanoma

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Mariana

Eu corria desesperada por uma floresta escura, o som dos meus passos ecoando enquanto o homem mascarado se aproximava cada vez mais. O medo tomava conta de mim, e eu mal conseguia respirar. Quando cheguei a uma clareira, ele estava à minha frente, imóvel e observador.

Eu me aproximei de uma pedra no centro da clareira, tremendo. De repente, o homem mascarado avançou e, para meu horror, me beijou. O contato foi frio e perturbador, e eu senti um calafrio percorrer meu corpo.

No instante em que ele se afastou, a cena começou a desvanecer, e eu acordei de repente. Olhei ao redor e percebi que era manhã. A luz suave do sol entrava pelas janelas do quarto, e Diego ainda estava ao meu lado, dormindo tranquilamente no sofá. O sonho havia sido aterrorizante, mas agora eu estava segura, pelo menos por enquanto.

Diego se levantou, ainda sonolento. O despertador havia tocado com uma melodia suave. Tinha tudo para ser uma bela manhã de quarta-feira.

— Bom dia, Jabuticada. Você está bem? — Diego perguntou com a voz ainda rouca de sono.

Eu acabara de dormir com o sonho de homem que qualquer mulher iria querer, mas estava completamente horrorizada com toda a situação que sequer pude aproveitar.

— Não me sinto muito bem, eu... — São as últimas palavras que digo antes de sentir uma fraqueza percorrer pelo meu corpo e apagar.

Quando finalmente despertei, estava cercada por uma luz mais intensa e uma atmosfera clínica. Diego estava agora ao meu lado, a preocupação estampada em seu rosto. Ele havia chamado uma enfermeira, que estava ao meu lado agora, verificando meus sinais vitais com uma expressão profissional.

— Parece que você teve um episódio de fraqueza súbita. Vamos monitorar seus sinais e fazer alguns exames — a enfermeira explicou, tentando acalmar Diego e, ao mesmo tempo, me examinar com competência.

Eu sentia o peso do cansaço em cada parte do meu corpo, e a lembrança do sonho ainda estava fresca na minha mente. A sensação de ter sido assaltada por algo frio e sombrio não me deixava, e agora, ao olhar para Diego, sua preocupação estava quase palpável.

— Diego, eu... — tentei dizer, mas a fraqueza ainda me impedia de me expressar claramente.

Ele segurou minha mão, sua presença era um pequeno alívio em meio ao caos. A sensação do beijo frio do homem mascarado parecia uma sombra persistente, e eu lutava para entender o que estava acontecendo comigo.

— Mariana, você teve um pesadelo, e isso te deixou fraca. Estamos aqui para te ajudar, só se acalme. — Diego falou, sua voz carregada de preocupação e esperança.

Enquanto a enfermeira fazia o que podia para me estabilizar, a sensação de impotência e confusão continuava. O sonho e a fraqueza física pareciam entrelaçados de alguma forma, e eu me perguntava se havia algo mais sério por trás do que estava sentindo.

A luz do hospital parecia mais intensa, mas eu ainda me sentia na escuridão de um pesadelo que parecia não ter fim.

Pego o celular e telefono a minha mãe, queria tê-la por perto em um momento de tanta fragilidade. Ela não demora muito a atender.

— Filha, está tudo bem? — Ela pergunta preocupada.

— Estou no Santa Tereza, passei mal hoje de novo.

— Chego aí logo.

Após desligar o telefone, senti um breve alívio ao saber que minha mãe estava a caminho. Sempre fui forte, mas naquele momento, ter alguém da minha família perto parecia essencial. O olhar de Diego ainda estava fixo em mim, sua preocupação evidente.

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