Mariana
Eu corria desesperada por uma floresta escura, o som dos meus passos ecoando enquanto o homem mascarado se aproximava cada vez mais. O medo tomava conta de mim, e eu mal conseguia respirar. Quando cheguei a uma clareira, ele estava à minha frente, imóvel e observador.
Eu me aproximei de uma pedra no centro da clareira, tremendo. De repente, o homem mascarado avançou e, para meu horror, me beijou. O contato foi frio e perturbador, e eu senti um calafrio percorrer meu corpo.
No instante em que ele se afastou, a cena começou a desvanecer, e eu acordei de repente. Olhei ao redor e percebi que era manhã. A luz suave do sol entrava pelas janelas do quarto, e Diego ainda estava ao meu lado, dormindo tranquilamente no sofá. O sonho havia sido aterrorizante, mas agora eu estava segura, pelo menos por enquanto.
Diego se levantou, ainda sonolento. O despertador havia tocado com uma melodia suave. Tinha tudo para ser uma bela manhã de quarta-feira.
— Bom dia, Jabuticada. Você está bem? — Diego perguntou com a voz ainda rouca de sono.
Eu acabara de dormir com o sonho de homem que qualquer mulher iria querer, mas estava completamente horrorizada com toda a situação que sequer pude aproveitar.
— Não me sinto muito bem, eu... — São as últimas palavras que digo antes de sentir uma fraqueza percorrer pelo meu corpo e apagar.
Quando finalmente despertei, estava cercada por uma luz mais intensa e uma atmosfera clínica. Diego estava agora ao meu lado, a preocupação estampada em seu rosto. Ele havia chamado uma enfermeira, que estava ao meu lado agora, verificando meus sinais vitais com uma expressão profissional.
— Parece que você teve um episódio de fraqueza súbita. Vamos monitorar seus sinais e fazer alguns exames — a enfermeira explicou, tentando acalmar Diego e, ao mesmo tempo, me examinar com competência.
Eu sentia o peso do cansaço em cada parte do meu corpo, e a lembrança do sonho ainda estava fresca na minha mente. A sensação de ter sido assaltada por algo frio e sombrio não me deixava, e agora, ao olhar para Diego, sua preocupação estava quase palpável.
— Diego, eu... — tentei dizer, mas a fraqueza ainda me impedia de me expressar claramente.
Ele segurou minha mão, sua presença era um pequeno alívio em meio ao caos. A sensação do beijo frio do homem mascarado parecia uma sombra persistente, e eu lutava para entender o que estava acontecendo comigo.
— Mariana, você teve um pesadelo, e isso te deixou fraca. Estamos aqui para te ajudar, só se acalme. — Diego falou, sua voz carregada de preocupação e esperança.
Enquanto a enfermeira fazia o que podia para me estabilizar, a sensação de impotência e confusão continuava. O sonho e a fraqueza física pareciam entrelaçados de alguma forma, e eu me perguntava se havia algo mais sério por trás do que estava sentindo.
A luz do hospital parecia mais intensa, mas eu ainda me sentia na escuridão de um pesadelo que parecia não ter fim.
Pego o celular e telefono a minha mãe, queria tê-la por perto em um momento de tanta fragilidade. Ela não demora muito a atender.
— Filha, está tudo bem? — Ela pergunta preocupada.
— Estou no Santa Tereza, passei mal hoje de novo.
— Chego aí logo.
Após desligar o telefone, senti um breve alívio ao saber que minha mãe estava a caminho. Sempre fui forte, mas naquele momento, ter alguém da minha família perto parecia essencial. O olhar de Diego ainda estava fixo em mim, sua preocupação evidente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Universo entre nós
RomanceMariana, Diego e um céu infinito a ser explorado. Mariana, com um câncer terminal, e Diego, com uma vida saudável, se encontraram por um acaso que parecia predestinado. Apaixonada pelas estrelas desde a infância, Mariana sempre sonhou em ser astrôno...