Capítulo 16: Más noticias

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O quarto do hospital era pequeno e iluminado por uma luz fria, que parecia acentuar a solidão que sentia. Enquanto minha mãe conversava sobre as pequenas coisas do dia a dia, eu a escutava com a mente em outro lugar, um lugar sombrio que ninguém mais parecia entender. A pétala de rosa na minha mão era um símbolo de algo que eu ainda não compreendia completamente, e meu coração estava apertado com a lembrança dele.

— Mariana? — minha mãe me chamou, interrompendo meus pensamentos. — Você está bem, querida?

Ergui os olhos para ela, buscando as palavras que pareciam tão difíceis de articular. Eu precisava contar a verdade, mas o medo de sua reação me paralisava. Respirei fundo, sentindo a presença do homem mascarado se aproximar de novo, como se estivesse esperando no canto escuro do quarto.

— Mãe, há algo que eu preciso te dizer — finalmente comecei, a voz tremendo.

Ela franziu a testa, a preocupação se instalando em seu rosto.

— O que foi, meu amor? O que aconteceu?

Meus pensamentos estavam confusos, mas eu sabia que precisava ser honesta. Ele havia me encontrado, e eu não podia ignorar isso.

— Mãe, tem alguém... Alguém me perseguindo, já faz um tempo.

— Como assim, Mariana? — Minha mãe parecia preocupada.

— Começou com uns bilhetes e rosas vermelhas deixadas no meu apartamento, mas agora... Encontrei um gato morto com um bilhete escrito com sangue "Não me faça repetir". — Minha voz treme mas continuo.

— Achei que era só coisa da minha cabeça, mas hoje, antes da cirurgia, eu o vi, e ele deixou isso.

Mostro a pétala de rosa repousada sobre minha mão.

Ela a olhou com uma mistura de horror e preocupação, seu rosto palidamente branco sob a luz fria do hospital.

— Um gato morto? — repetiu, como se as palavras não pudessem se registrar. — Mariana, isso é… isso é muito sério.

Pude ver seu coração apertado, sua mente correndo em direção a todos os piores cenários. O silêncio se instalou entre nós, apenas quebrado pelo som distante de monitores e sussurros no corredor.

— Eu sei que parece loucura, mas eu não estou imaginando isso. Ele é real. — Minha voz soava mais firme do que eu me sentia. O medo ainda corria em minhas veias, mas a verdade precisava ser revelada. — Ele estava lá, Mãe. Com a máscara, os olhos frios e uma presença que me deixou paralisada.

Ela engoliu em seco, seu olhar se fixando na pétala que eu segurava como se fosse a única prova do que estava dizendo.

— O que mais ele disse? O que ele queria de você?

Eu hesitei. Lembranças confusas e fragmentadas se amontoavam na minha mente, mas uma coisa era clara: eu precisava encontrar a coragem para dizer a verdade.

— Ele falou que eu... eu pertenço a ele. — Tento conter as lágrimas, mas sem sucesso

A respiração da minha mãe ficou mais pesada, e pude sentir a tensão crescendo entre nós.

— Mariana, você não pode deixar isso consumir você. Devemos ir à polícia, talvez eles possam te ajudar.

— E se a polícia não puder? — rebati, a frustração saindo em um sopro. — E se eles não acreditarem em mim? E se o homem mascarado me encontrar antes disso?

O olhar da minha mãe se suavizou. Ela se inclinou mais perto, sua mão segurando a minha com firmeza.

— Então, o que você quer fazer? — perguntou, a voz calma e reconfortante.

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