Capítulo VIII

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Charlotte

- Não se preocupe – Engfa diz de forma calma se acomodando melhor em sua cadeira – Estarei pronta para o que for que ele tenha pensado.

- Se você diz, meu tio é um pé no saco assim como minha prima, mas ele pode querer mexer onde não deve – digo com certa indiferença.

- Nisso concordo plenamente com você – ela diz erguendo seu copo para mim como se estivesse brindando – Pronta para a sobremesa?

- Sim, podemos ir para a parte que de fato importa dessa conversa? – questiono com um enorme desejo de ir embora.

- Como bem sabe, a organização tem suas tradições e regras que devem ser cumpridas à risca, a cerimônia de nosso casamento vai acontecer daqui a dois meses, em novembro, antes da cerimônia da minha sucessão que deve ocorrer em fevereiro depois que eu completar trinta anos, mas antes disso você precisa passar pela "entrevista" do conselho – ela diz de forma séria.

- Em dois meses?! É rápido demais. E que palhaçada é essa de entrevista?! Você com certeza está de brincadeira com a minha cara! – digo sem acreditar em tamanha palhaçada.

- Não estou brincando, sim em dois meses, pois preciso me casar antes da minha sucessão acontecer. E quanto a entrevista, todos os chefes das principais famílias da organização estarão presentes e acredite, pelo seu bem e de toda a sua família, você precisa se sair muito bem - diz com olhar sério e gélido.

- Porque?! Vão me enviar para a forca caso eu "reprove" nessa entrevista ridícula?! – questiono irritada com toda essa ideia.

- Quase isso, como o conselho definiu sua família para a nova união com a liderança da máfia, é tradição que o conselho aprove a escolhida da sucessora para o casamento, mas não se preocupe as questões deles tem mais a ver se sua lealdade de fato está com organização da mesma forma que a minha está – ela diz explicando como se fosse uma coisa simples – Mas leve isso muito a sério, aqueles idiotas não gostam de sequer se sentir desrespeitados – ela me alerta.

- Ok, já entendi, sem provocações com os velhos chatos então – digo erguendo minhas mãos em sinal de rendição - Mais alguma coisa?

- Por enquanto não, só peço que por favor leve isso a sério. Vamos desfrutar da sobremesa e depois te levo para casa – ela diz no exato momento em que o garçom chega com a sobremesa.

- Eu amo crème brulée – digo empolgada assim que olho para a sobremesa que o garçom colocou a minha frente.

- Eu sei, por isso pedi – ela diz toda convencida.

- Quando eu descobrir quem está me vigiando para você, eu juro que mato – digo com raiva.

- Sempre soube que você tinha um espírito assassino guardado aí – ela diz zombando de mim antes de começar a saborear a sua sobremesa.

Desfrutamos das nossas sobremesas em silêncio. Parando para analisar todo o almoço, até que poderia dizer que foi agradável, caso eu não me lembrasse que serei obrigada a casar com a pessoa a minha frente em dois meses.

- Podemos ir? – ela me pergunta assim que o garçom retira nossos pratos vazios.

- Claro – respondo e ela se levanta de imediato. Eu a acompanho e vou caminhando atrás dela, porém Engfa para e faz um gesto com a mão para que eu vá na sua frente.

Seguimos em direção a saída do restaurante, onde há dois carros SUV pretos e obviamente blindados nos aguardando. Sua segurança pessoal já está aguardando com a porta traseira de um dos carros aberta. Engfa aponta para mim e entro primeiro no banco de trás, ela entra logo em seguida e sua segurança fecha a porta para entrar pela porta da frente no banco do passageiro.

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora