A Herdeira da Máfia

Capítulo XV

Engfa

- Se você não tivesse se colocado em perigo, eu teria te deixado em paz até lá! – a respondo segurando sua mão para abaixar o dedo que ela tentava de forma falha apontar na minha cara e automaticamente pelo fato total do seu senso de equilíbrio inexistente, faço com que ela chegue mais perto de mim.

Nossos olhares se encontram novamente, apesar dela estar usando maquiagem, consigo enxergar em detalhes todas as pintinhas charmosas em seu rosto, mas como um imã seus olhos chamam pelos meus, ficamos nos encarando por alguns segundos, ela se aproxima mais de mim e sinto que neste momento estamos em um profundo ponto de sinceridade irreversível. Levanto uma de minhas mãos para acariciar sua bochecha, ela se inclina ao meu carinho e sem conseguir resistir mais, me aproximo e a beijo.

A sensação de estar a beijando, é indescritível e nunca senti nada parecido na vida, até o gosto leve de álcool dos nossas bocas se encaixa perfeitamente nesse momento. Charlotte levanta sua mão para acariciar minha bochecha, assim como estou fazendo com ela, lentamente ela escorrega a mão para minha nuca fazendo um leve carinho, enquanto ela pede passagem para nosso beijo se aprofundar, sua língua vem de encontro a minha e no segundo seguinte Charlotte já está sentada em meu colo, me beijando de uma forma que faz com que eu esqueça do mundo. Quando uma de suas mãos desliza para o primeiro botão de minha camisa, um resquício de consciência me retorna.

- Char? – a chamo segurando sua mão, olhando em seus olhos e a impedindo de abrir minha camisa – Acho que não é uma boa ideia continuarmos dessa forma – assim que falo, percebo um olhar de decepção vindo dela.

- Desculpa – ela diz e sai rapidamente do meu colo, ficando em pé, sem graça e de imediato fica de costas para mim.

- Char, jamais precisa se desculpar – levanto e a puxo pela mão para que se vire novamente para mim – Só não quero que algo aconteça entre nós quando ambas estamos claramente alcoolizadas – digo olhando em seus olhos.

- De qualquer forma, isso não poderia ter acontecido – ela diz desviando o olhar do meu – Acho melhor você ir embora e conversamos amanhã – ela diz novamente me dando as costas.

- Amanhã? – questiono intrigada e ela se vira, dessa vez me encarando um pouco confusa – Pensei que só queria me ver no dia do casamento – falo tentando a provocar levantando uma das minhas sobrancelhas de forma bem provocativa para ela.

- Engfa, só vai de uma vez! – ela diz tentando me empurrar para a porta de seu quarto – Vai! Amanhã conversamos.

- Ok – falo assim que chegamos à porta, mas paro e me viro para ela – Venho lhe buscar as duas para almoçarmos juntas.

- Que seja, agora vai logo! – fala abrindo a porta e me empurrando novamente.

- Boa noite Char, sonhe comigo! – falo dando uma piscadela e a encarando uma última vez antes de ir.

Charlotte

Não estou acreditando no que havia acabado de acontecer, com certeza foi efeito do álcool. Como eu pude beijá-la?! O problema é o álcool, com certeza afetou meu raciocínio. Mas porque ela tinha que estar tão irresistível com aquela camisa branca e aqueles olhos tão perfeitos me encarando, não acredito.

Mas de fato era impossível negar a sensação maravilhosa de seus lábios nos meus, o encaixe tão perfeito, que droga, como eu iria encará-la amanhã? Não iria mais pensar nisso, resolvo ir tomar um banho e tentar ir dormir, é o melhor que posso fazer por agora.

No dia seguinte, quando já estou dentro do meu escritório trabalhando há algumas horas, levo um susto quando Marima entra de repente em minha sala.

- Char você não vai acreditar! – ela diz se sentando no pequeno sofá que tem na lateral da minha sala.