A Herdeira da Máfia

Capítulo XII

Engfa

Aproveitei o tempo da viagem até a casa da Charlotte para passar meu plano para Faye, ela rapidamente fez as ligações necessárias e deixou tudo arrumado e pronto. Assim que chego na casa de Charlotte lhe envio uma mensagem avisando que estava ali lhe esperando.

Alguns minutos depois a porta principal se abre e a primeira pessoa que vejo é Marima, a melhor amiga de Charlotte, percebo que ela me encara por alguns segundos e comenta algo para Charlotte que chega ao seu lado deslumbrante, o vestido que está usando destaca perfeitamente todas as curvas de seu corpo, e que corpo maravilhoso, ela está perfeita, mas novamente seu vestido mostra demais e vai deixar com que outros notem o mesmo que notei e cobicem o que é meu. Minha raiva neste momento chega a um nível beirando o descontrole.

Elas descem a escada e chegam até onde estou, nos cumprimentamos brevemente, relevo a sútil provocação de Marima e questiono Charlotte se podemos ir, após se despedir rapidamente de sua amiga ela vai para o carro e eu a sigo. Após nossa breve e pequena discussão sobre o blazer, onde não consegui controlar a minha raiva e acabei respondendo ela de forma grosseira, a viagem ocorreu rapidamente e já estavamos cumprimentando o imbecil do seu tio na entrada da mansão dele. Ele faz toda uma encenação, mas o corto rapidamente e o seguimos para dentro da casa. Assim que começamos a seguir ele, aproveito para me aproximar mais e apoiar uma de minhas mãos nas costas de Charlotte, ela não protesta ou diz qualquer coisa, acho que ela entende que precisamos passar "boas" impressões para o conselho essa noite.

Assim que seu tio abre uma porta no final daquele corredor, noto se tratar de um grande salão que hoje está repleto de mesas e a frente uma grande mesa central onde boa parte da família Austin está. Observo o ambiente mais um pouco e noto que os gêmeos Thongkham não estão presentes, mas enviaram seu principal representante, percebo também a senhora Dang, e olhando mais próximo a esquerda da mesa central está a mesa onde meu pai está sentado e há dois lugares vagos, dou uma empurrada sutil nas costas de Charlotte sinalizando para ela ir na frente, chegando na mesa dou uma breve reverência em respeito ao meu pai e puxo a cadeira para Charlotte, me sentando ao seu lado em seguida.

Ela cumprimenta meu pai e ele responde de forma mais fria que o normal, vejo que Charlotte se encolhe um pouco com sua resposta e o encaro com certo desgosto. Meu pai hoje mais cedo acabou concordando com alguns pontos que seu conselheiro lhe trouxe e me questionou sobre esses pontos, deixando bem claro suas incertezas sobre Charlotte.

Quebrando meu contato visual com meu pai, Faye chega sutilmente me entregando o blazer que havia lhe pedido no carro para Charlotte.

- Charlotte, por favor, coloque – peço sendo mais gentil do que há poucos minutos no carro, até porque está noite seria muito intensa para ela, então eu precisava começar a relaxar para poder apoiá-la.

Ela fica irritada, mas eu também estou, então ambas ficamos sentadas de braços cruzados e com raiva, alguns minutos se passam até que o inútil do George com uma alfinetada de provocação pelo meu atraso dá início ao jantar.

- Engfa? – meu pai me chama e olho para ele – Está tudo resolvido? – ele questiona da mesma forma fria que falou com Charlotte.

- Sim, senhor – o respondo e no mesmo instante o garçom coloca um prato a minha frente.

Começamos a comer e o tempo parecia que não passava nunca, para mim o jantar durou toda uma eternidade, e quando todos pareciam ter terminado sua sobremesa, o George fica em pé na mesa central e passa as palavras para o porta voz do conselho, ele é como uma espécie de juiz dentro da organização, recebe todas as "denúncias" e avalia se devem ser levadas a votação do conselho ou não. Está neste cargo há mais de cinco décadas e sempre cumpre à risca todas as regras da organização sem favoritismo a ninguém, nem mesmo para minha família.