11 Dark Horse - Katy Perry

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Pov. Mikaela.

Nem sei que horas eram quando cheguei. Tomei um banho frio e caí na cama. Não consegui pregar os olhos durante a noite, minha mente era como uma estação de trem. O turbilhão de pensamentos, eram as pessoas que embarcavam em diversos vagões que por sua vez viajavam a todo vapor e eu estava perdida na estação não sabendo qual era o trem certo para embarcar.

Eu não poderia desejar aquele corpo gostoso. Só de pensar naqueles músculos e como as mãos fortes me seguravam. Queria esfaqueá-lo só por ter me deixado com vontade.

Fils de pute. Não lembro qual foi a última vez que tive que colocar a mão direita debaixo da coberta e tapar a boca com a outra. Eu sempre tinha alguém pra fazer isso por mim. É errado, mas eu não consigo parar.

– Ah, Thomas... – aperto mais a minha boca para conter o gemido. Se tia Adelle descobrir que eu estou me tocando pensando nele, vai ser muito pior do que meu próprio orgulho.

Eu vou matar aquele desgraçado, mas primeiro ele vai ter que me satisfazer.

Meu orgulho agora grita comigo. Merde. O que foi que eu acabei de fazer? Não aguento mais. Encarava o teto escuro a tempo demais. Preciso fazer outra coisa ou vou ceder outra vez. Liguei o celular eram quatro e meia da manhã. Bufo e me levanto, vou até o banheiro e lavo meu rosto, mal consigo encarar meu olhos no espelho envergonhada.

Desço as escadas silenciosamente, pé ante pé. Ando pela casa sem acender as luzes. Em cima da mesa da cozinha tem um bloquinho de notas amarelas. Arranquei uma folha e escrevi um recado para elas com caneta azul.

Fui caminhar, voltarei para o café.

A madrugada estava escura como os olhos de um corvo, eu andava sozinha na rua iluminada somente pelos postes, segurando um teaser em mãos e sem fones de ouvido, ao me lembrar do que quase aconteceu ontem.

Eu odeio homens.

De todos os estabelecimentos, somente o posto de gasolina estava aberto. Eu queria tanto comprar qualquer besteira para comer no caminho, mas eu só estaria dando desculpa para me afogar em outra coisa. Autocontrole é disso que preciso no momento. Continuei andando em direção à floresta.

O que era uma atitude claramente suicida, principalmente numa cidade com sobrenaturais, nem os melhores caçadores faziam isso. Mas lá estava eu, já que eu preferia mil vezes encontrar qualquer sobrenatural do que um homem. O cheiro noturno me atingiu e algo no fundo de minha alma me fez entrar na escura e densa floresta.

Minha intuição me guiava em meio às árvores, por mais perigoso que fosse, eu me sentia muito mais tranquila. Folhas quebravam embaixo da sola dos meus tênis. É primavera, mas o moletom me protege da brisa fria da madrugada.

Por mais escuro que estivesse não era burra de ligar uma lanterna, seria uma sentença de morte. Então uma torrente de adrenalina percorre meu corpo quando escuto algo ao longe. Algo que não foi possível identificar.

Puxo o revólver e o deixo engatilhado. Meus sentidos estavam em alerta para não ser surpreendida. Escuto novamente, mas dessa vez identifiquei, eram passos. Que não seja um homem, por favor, que não seja um homem.

Não posso ser cercada então continuo andando e chego numa pequena clareira. Entre as copas das árvores é possível ver que o céu já estava deixando de ser tão escuro, admiro as estrelas por alguns segundos.

Meu coração batia rápido com adrenalina, minha respiração soltava jatos de ar quente. Escuto um relincho alto que por alguns instantes faz meu corpo tremer por inteiro. Com o instinto de se esconder, volto para a floresta não tirando os olhos da clareira e me surpreendo com o que vi.

A Caçadora VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora