19 Young And Beautiful - Lana Del Rey

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Pov. Hakon.

Mil anos atrás.

– Hakon – chamou meu pai antes de eu passar pelas portas junto com os outros guardas.

Abaixei a cabeça e voltei ao centro da sala, encontrando-me com o Rei, o Príncipe e o General Mordred, meu pai. A cicatriz em seu rosto da sobrancelha até o canto da boca cegando-o o olho esquerdo brilhava a luz da vela.

– Majestade.

O Rei me fitava como se eu fosse um pedaço de carne a ser devorado, analisando-me dos pés à cabeça. Encarei o Príncipe que me dava um sorriso amarelo.

– Meu Rei, como sabe, Hakon é meu filho mais velho...

– Sei muito bem quem é o seu filho Mordred, ele vive na sombra de meu herdeiro – cospe o Rei.

– Pai...

– Cale-se, Miguel!

O Príncipe Miguel abaixa a cabeça relutante, a raiva transparece em seus olhos com o vermelho sangue pintando suas íris. O Rei era um Alpha por ter roubado o poder do antigo rei, já Miguel nasceu assim, deixando todos no castelo surpresos.

– Quantos anos têm?

– Vinte e um, Majestade.

Sinto sua mão cheia de anéis segurar meu queixo, analisando meu pescoço e meus dentes. Deu um tapinha na minha bochecha.

– A princesa precisará de um guerreiro forte guardando sua porta já que foi prometida em casamento para o príncipe herdeiro das montanhas do norte.

A princesa está prometida?

Desde quando?

– Eu decidi junto com o General que você seria a melhor opção para isso.

Meu pai ergue a sobrancelha.

– Sim, Majestade – respondo.

O Rei sorri diabolicamente e nos dá as costas como se fossemos meros peões em seu tabuleiro de xadrez. Sinto minha armadura pesar bem mais do que normalmente. Miguel o segue, mas eu sei que o príncipe está me esperando depois da porta.

– Quando começo?

– Agora – meu pai verifica o mapa em cima da mesa.

– O que!

Meu pai levanta o olhar cruel, seu olho cego pisca freneticamente como sempre fazia quando não estava feliz comigo.

– Hakon, essa é a maior oportunidade que terá na sua vida e não vai ser para sempre. – Ele risca com nanquim uma carta.

– Pai – reluto.

– Dispensado.

– Mas pai!

– Acho que você tem trabalho para fazer, soldado.

Dou meia volta e passo pela porta, decepcionado com o General. Soldado. Não filho. Não Hakon. Sou o primogênito e único filho homem, tenho cinco irmãs e ele só me chamou de soldado. Apenas soldado, como todos os outros.

Sinto alguém puxar meu ombro e por impulso minha mão desce ao cabo da espada que carrego na bainha, mas eu consigo ver que é Miguel antes de fazer algo estúpido.

– Amou isso não foi? – perguntou o príncipe sarcasticamente.

– É claro. – Ando junto com ele pelos corredores do castelo. Lado a lado como iguais e eu já recebi milhares de broncas de meu pai por causa disso, mas eu não ligo. – Vou ter que ficar de babá da sua irmã enquanto ela toma chá com as outras princesas enjoadas.

A Caçadora VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora