9 You Give Love a Bad Name - Bon Jovi

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Pov. Mikaela.

A porta do bar bateu atrás de mim trazendo-me alívio. Não conseguia respirar direito, minha visão escurece por alguns segundos, vou para a lateral do estabelecimento, a única coisa que tinha era a rua deserta.

Nenhuma alma viva além de mim.

O lugar era iluminado somente pela luz da Lua Minguante, encosto-me na parede fechando os olhos e finalmente conseguindo respirar. Meu coração estava acelerado, minha caixa torácica doía.

Não era só adrenalina.

Sinto uma mão na minha cintura que me puxa, empurro as palmas das mãos contra o peito da pessoa e abro os olhos instantaneamente. Cheiro de álcool assedia meu nariz.

– Não sabia que uma dose de bebida pagava pelo show – diz Vinícius maliciosamente ainda me puxando pela cintura.

– Não faria aquilo por você! – Começo a me desesperar, lembro-me de Louis Gagnon, de como eu sabia lidar melhor numa situação dessa se a pessoa que me segurasse fosse um sobrenatural, se eu pudesse matá-lo, minhas mãos começam a tremer. – Me solta!

– Não.

Fico angustiada, ele me puxa para perto, mas que caralho, nem para ser um vampiro, nem para ser um monstro horroroso e fedorento. NEM PARA SER A PORRA DO THOMAS FENRIR. NÃO, TEM QUE SER UM HUMANO QUE EU NÃO POSSO MATAR!

O medo se instalava em mim como um trauma não tratado.

– Vinícius Jovi – a voz é como um trovão. – Solte-a!

Olho para o dono da voz e vejo que é Richard. O rapaz que me segurava na hora congelou, me soltou e saiu correndo, como se a vida dele dependesse disso.

Um borrão quente e flamejante passa por mim, meus olhos seguem até a porta do bar. Richard Russell não está mais lá, mas sim Thomas.

Eu gelo de novo, mas dessa vez é diferente.

Ele se aproxima devagar, imediatamente coloco a mão no corpete onde estavam as facas.

– Quem fez isso com você?– pergunta o lobisomem, como se ele já não soubesse.

O rapaz se aproxima devagar, o solado da bota raspando no asfalto, o som ecoava alto no beco, medindo seus passos cautelosamente, ficando a menos de um metro de mim.

– Você está bem? – questiona.

– Estou ótima – retruco.

Thomas estava dando mais um passo quando para.

– Não estaria se Richard não tivesse aparecido – contesta.

– Posso me defender sozinha!

Começo a andar e ele me segue como um cachorro de rua.

– Aham, pode apostar – Thomas encosta no meu ombro meio hesitante assinando sua sentença de morte.

Viro-me rápido pegando o revólver no cós da calça jeans e colocando o cano em seu pescoço, abaixo da sua mandíbula. Desta vez eu sabia reagir, desta vez eu não tinha um trauma emocional que me impedia de fazer.

Seu pomo de Adão sobe e desce conforme ele engole seco.

– Wow – diz ele, mas não recua.

– Sou indefesa agora? – debocho.

É colocar o dedo no gatilho e...

Fenrir dá um passo a frente, sem medo e eu surpresa, um para trás, batendo as costas na parede.

– Eu não vou te machucar.

Ele estava me encurralando.

– Seu coração tá batendo rápido – olho no fundo de seus olhos, a imensidão das águas caribenhas. – Está com medo, Chasseur?

Observo sua boca dizendo meu sobrenome. Meu olhos voltam aos seus que por sua vez, não era mais o mar do Caribe, mas o vermelho escarlate brilhante e mesmo assim, lindos.

No creo que sea miedo, Pesadelo – cochichou.

Sua mão pousou na minha cintura, fazendo meu corpo inteiro entrar em colapso, e seus olhos foram para minha boca, ele apertou os lábios perfeitamente desenhados por uma força divina, umedecendo-os. Meu ventre começou a pulsar, que vontade de beijá-lo.

Ah, merde!

Eu vim para matá-lo e eu estou com a arma na garganta dele, mas eu quero tanto beijá-lo.

Quer saber?

Só se vive uma vez, foda-se!

Olho para seus lábios novamente e me aproximo, encostando minha boca na dele, puxando seu pescoço com a mão livre e a outra guardando a arma no cós da calça novamente.

Desistindo do plano de matá-lo por hoje.

Ele me prensa contra a parede e suas mãos apertam minha cintura. Seus lábios eram agradáveis e convidativos, seus cabelos eram espessos e macios. Entre abro a boca e ele adentra com a língua, ela percorre tudo com ansiedade e desejo, me fazendo gemer.

Isso é errado.

Isso é tóxico.

Isso não poderia estar acontecendo.

Minha calcinha não devia ficar encharcada por causa dele.

Mas...

Sua boca desce ao meu pescoço me poupando um pouco de ar. O oxigênio invade meu cérebro, meus instintos gritavam comigo, mas eu só queria mais. Thomas segura minhas pernas e me levanta, prensando na parede e ficando entre elas.

Porra, Thomas, território perigoso.

Ele deixava uma trilha de beijos e lambidas. Minha mão pousou em seu peito, que mesmo tento a camisa pude sentir seus músculos e a quentura que irradiava. Fenrir sobe até a minha orelha mordiscando-a e rosnando baixinho, isso quase me desmontou, ainda bem que eu não estava com os pés no chão.

Puxo-o de volta ao beijo e meu orgulho sente muito ao dizer que esse foi o melhor beijo que eu estava recebendo na vida. O volume em sua calça me excitava. A forma como ele me tocava me excitava.

Tudo nele me excitava.

Thomas aperta minha bunda enquanto eu arranho sua nuca.

Ouvimos um barulho e paramos, ofegantes. Viro a cabeça em direção ao barulho e vejo Richard. Seu olhar literalmente pegava fogo junto com seus pés, ele olhava diretamente para nós, quando percebe que estou fitando-o, simplesmente dobra a esquina.

Volto a olhar Thomas, ele me encarava totalmente extasiado, seus olhos ainda tinham cor de sangue. Me beija novamente mais intensamente que antes, a língua percorre minha boca necessitada. A mão esquerda aperta meu seio por cima do corpete e eu suspiro fundo contra seus lábios.

Relutante, ele nos distancia ofegante.

Eu só queria mais.

Ainda olhando em meus olhos disse sorrindo, ah que sorriso.

– Se eu der um selinho de despedida, minha boca nunca mais desgruda da sua, Jones – e eu sorrio de volta, apenas querendo que ele me dê um selinho, porque eu sei que ele não vai parar se fizer isso.

Fenrir aproxima os lábios da minha orelha, roçando o lóbulo com os dentes, me fazendo gemer.

– Espero te ver outra vez, Pesadelo – ele diz isso apertando minha coxa e depois me solta. Minhas botas batem no chão, Thomas arruma a gola da jaqueta e começa a andar de volta para o bar.

Fico lá por alguns minutos. Observando o causador de toda a luxúria que eu estou sentindo. Minha cabeça era um turbilhão de pensamentos, mas o mais decente e racional, era eu voltar para casa e tomar um banho frio.

A Caçadora VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora