Capítulo 49

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• - - - - - - - - - - - - • Judy • - - - - - - - - - - - - •

Nunca fui fã de músicas românticas. Maxie era, intensamente. Ela ouvia tanto Taylor Swift que eu decorei quase todas as músicas dela. E, naquele momento, vendo Jaxon partir com sua moto, me deixando sozinha com as minhas dúvidas e sentimentos confusos, me lembrou de uma música da Taylor. Exile. Eu me vi em cada letra, cada nota, e poderia até mesmo tocar no piano. Pensar nisso me afetou. Jaxon estava exilado no meu coração. 

Respirei fundo e tive vontade de chorar. Eu sentia a falta dele, mais do que conseguia admitir. Isso era o que mais me assustava, porque conhecia Jaxon a pouco tempo e tudo aconteceu rápido demais. Cheguei a pensar que podia ser algo passageiro, que iria superar. Mas, todas as vezes que o via, todos os sentimentos que guardei num baú particular do meu coração, se reascendia. Era como se o próprio fogo se acendesse sozinho no meio do gelo. 

Engoli meu choro e toda a minha frustração e voltei para dentro. Encontrei Kaz no caminho, ele estava me procurando.

— Onde estava? — Kaz perguntou. 

— Fui tomar um ar. — respondi, sem encará-lo. Kaz me conhecia tão bem que era capaz de saber quando eu mentia. 

— Você está bem? 

— Estou. 

Sem dar chance de outro interrogatório, eu me juntei ao meus amigos, e Kaz me seguiu. Acho que ele sabia que eu estava com Jaxon lá fora, mas eu não queria falar disso com ele, nem com ninguém. 

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Encontrei minha mãe no jardim quando cheguei em casa. Pratiquei por quase cinco horas, sem parar, até doer todos os meus dedos. De alguma forma, acho que estava descontando toda a minha frustração da noite anterior ali, nas teclas pretas e brancas, que reagiam com seus sons agudos e estridentes. 

Minha mãe parou o que estava fazendo e veio até a mim, com o seu sorriso doce. 

— Cansada? — perguntou.

— Um pouco. 

— Como se sente? Nervosa? 

— Um pouco nauseada, pela ansiedade. — suspirei. 

— Seu pai já fez a reserva no hotel. Pegaremos o vôo amanhã de manhã, para podermos descansar e passear um pouco por lá, só nós duas. — ela contou, toda animada. 

— Eu pretendia praticar amanhã, mãe. 

— Você pratica todos os dias, sem parar. Passa horas e horas naquela sala de música, e quase não come, querida. Precisa relaxar um pouco. Você é absurdamente talentosa, e vai tirar essa audição de letra. Não se cobre demais.  — disse ela, me abraçando forte e passando a mão nos meus cabelos. A verdade era que eu estava exausta. 

Passei longas horas, diariamente na sala de música, no piano. A escola me deu todo o apoio. Estavam todos eufóricos com a minha audição e sempre perguntavam como estava a minha preparação. A professora de música me ajudou muito, sempre dando muitos conselhos e dicas, e me lembrando sempre da minha postura. Ser a primeira aluna Highland Lake School a se apresentar em uma audição na Julliard. 

O Amor é feito de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora