Capítulo 43

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• - - - - - - - - - - - - • Judy • - - - - - - - - - - - - •


Assistir Jaxon tão vulnerável era uma novidade enorme, mas também uma revelação que acabou mexendo comigo. Ele estava ali, ao meu lado, abrindo um livro íntimo da sua vida, com feridas e sentimentos de culpas que parecia atormentá-lo tanto, que eu senti vontade  de abraçá-lo e dizer que tudo ia ficar bem. Mas, por que não fiz isso e ainda fiquei calada? Porque estava doendo em mim vê-lo se culpar daquela maneira. Era como eu me culpava pelo que acontecey com Elis. Jaxon e eu éramos mais parecidos do que imaginávamos. 

— Eu liguei para ele, para me desculpar, por não assistir ao jogo. E naquele momento, ele estava... naquele ônibus. — ele disse, passando a mão pelos cabelos bagunçados. 

— Jaxon, você não tinha como saber. Ninguém saberia.

— É impossível. Eu até tento, mas não consigo. — ele suspira, pesadamente. — Não tive coragem de visitá-lo no hospital. Cheguei a ir lá, mas... não consegui entrar no quarto. 

— Pode visitá-lo agora. — sugeri, sem pensar muito. 

— E se ele não quiser falar comigo?

— Pelo menos você tentou.  Não acho que ela culpe você, sabe. Pode ser que ele esteja chateado por você não ter ido ao jogo, mas não te culpa pelo acidente. 

Ele força uma risada, como se estivesse lamentando mais do que mostrava.

— Depois dos jogos, nós comemorávamos tomando sundae. Ele odiava esses ônibus que levam os caras para comemorar, porque bebiam e enchiam de garotas. Alex evitava, principalmente por causa delas, porque namorava a Tori. E Tori, bem, era bem ciumenta. — ele ri baixinho. — Era uma tradição nossa sairmos juntos depois dos jogos, e naquele dia... o único em que eu não apareci, acabou transformando ele num vegetal. Nunca mais jogará basquete. Era tudo para ele, Judy. 

— Eu lamento, de verdade. 

— Por que me chamou aqui? — questionou, como se quisesse mudar de assunto. 

— Em que outro lugar teríamos essa conversa?  — tentei brincar. 

— Queria falar disso? Do Alex?

— Não. Queria que você esclarecesse as coisas, daquela garota, para acabar com esse mal-estar entre nós. Senti que deveríamos conversar. 

— Senti sua falta. — disse, com a voz rouca, que me estremeceu por completo. 

 — É, eu também senti a sua. — confessei, um pouco envergonhada, evitando encará-lo. 

— Julliard, hein... 

— Pois, é. Preciso me preparar para a audição e não preparei nada ainda. 

— Você vai arrasar, tenho certeza. 

— Espero ao menos não errar nenhuma nota. 

— Violino? Violoncelo? Piano? 

— Já está começando a me deixar nervosa.  Não sei o que vou tocar, já que citei os três instrumentos na inscrição.

O Amor é feito de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora