Capítulo 33

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• - - - - - - - - - - - - • Judy • - - - - - - - - - - - - •


No dia seguinte, fui para o colégio com um humor que eu não sentia há muito tempo. Tudo parecia mais leve, como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Acordei com aquele sorriso bobo, que eu tentava disfarçar, mas era quase impossível. Assim que cheguei, Claire e Maxie notaram.

— Tá com uma cara boa...  — Claire comentou, me olhando de lado com um sorriso travesso.

Maxie riu, balançando a cabeça.

— Aposto que é coisa do coração. Judy, será que você tá irremediavelmente apaixonada?

Senti meu rosto esquentar, mas tentei desconversar.

— Ah, para, meninas! Temos provas chegando, devíamos estar mais preocupadas com isso, não com... com bobagens.

Maxie ergueu uma sobrancelha.

— Provas? Eu não quero saber de provas agora. Eu quero saber do seu coração, Judy. — Ela me olhou com aquele ar curioso, e antes que eu pudesse responder, Jaxon passou por nós, tocando de leve os meus dedos, enquanto sorria de um jeito que fez meu coração se agitar.

— Ah, não... — Claire suspirou dramaticamente. — Olha isso. O coração de Judy foi oficialmente domado.

Eu ri, nervosa, tentando manter a compostura, mas sabia que estava completamente entregando meu estado de espírito.

O sinal tocou, e com isso, a conversa terminou ali. Fomos para a aula, mas durante todo o tempo, minha cabeça estava longe, em Jaxon. A sensação de estar com ele na noite anterior ainda estava vívida demais para eu me concentrar em qualquer outra coisa.

Quando o intervalo chegou, fui para o refeitório e me sentei na mesa com Claire e Maxie. Estava conversando sobre qualquer coisa aleatória quando Jaxon apareceu, se aproximando com aquele sorriso que me enloquecia. Ele se sentou à mesa, à vontade, como se fosse algo natural para ele. Ficou ao meu lado, tão perto que nossas pernas se tocavam.

Eu estava prestes a dizer alguma coisa quando vi Kaz passar por nós. Ele olhou diretamente para Jaxon, com um olhar desafiador que parecia queimar no ar entre eles. Me senti tensa por um momento, esperando algum tipo de confronto, mas Kaz apenas desviou o olhar e seguiu seu caminho. Jaxon e eu trocamos um olhar rápido, mas ele logo sorriu de novo, voltando a atenção para mim, como se nada tivesse acontecido.

Maxie e Claire rapidamente inventaram uma desculpa qualquer.

— Ah, Judy, acabamos de lembrar que precisamos resolver uma coisa na biblioteca. Vocês fiquem aí... aproveitem — Maxie disse, piscando para mim antes de se afastar com Claire, deixando-me sozinha com Jaxon.

Ficamos ali, só nós dois, com aquela quietude confortável que eu começava a gostar.

— Você tá bem? — ele perguntou, sua voz suave.

— Tô — respondi, sorrindo de leve. — E você?

— Melhor agora — ele disse, brincando com o canto da minha mão que estava sobre a mesa. — Eu tava pensando... sobre o festival. Você já decidiu o que vai fazer?

Suspirei. Era um assunto complicado, que ainda me deixava em conflito. Parte de mim queria desistir, mas a outra, a que crescia quando estava perto de Jaxon, me encorajava a seguir em frente.

— Ainda tô pensando — murmurei, mordendo o lábio. — Acho que tô com medo, sabe?

Ele olhou para mim com tanta seriedade que quase me fez perder o fôlego.

— Você não tem que ter medo, Judy. Você é incrível. E eu vou estar lá com você, seja o que for que você decida.

Eu sorri, sentindo um calor gostoso se espalhar pelo meu peito.

— Obrigada, Jaxon. Isso significa muito pra mim.

Ele apertou minha mão de leve,  e eu me senti um pouco mais forte.

O intervalo passou rápido demais. Jaxon e eu ficamos conversando, rindo de coisas bobas, aproveitando o tempo juntos sem qualquer preocupação. Cada minuto ao lado dele parecia simples e perfeito. Quando o sinal tocou, anunciando o fim do intervalo, ele olhou para mim com um sorriso que fez meu coração dar um salto.

— Vou sentir sua falta. — ele disse, com aquela voz que soava quase como uma música pra mim.

Sorri, sentindo meu rosto corar levemente.

— Eu também vou sentir a sua falta. 

Nos despedimos, e ele foi para a aula dele, enquanto eu segui para a minha. No caminho, tentei me concentrar no que tinha que fazer, mas meus pensamentos estavam longe. Tudo que eu conseguia pensar era em Jaxon. Ele estava tão presente na minha vida agora, tão envolvido em tudo o que eu fazia, que às vezes me pegava imaginando como seria se ele não estivesse por perto... e não conseguia mais imaginar isso.

Quando me sentei na sala, minha mente começou a vagar. O que está acontecendo entre nós? A pergunta surgiu de repente. Nós estávamos tão próximos, como se fôssemos... namorados? Mas ao mesmo tempo, nunca conversamos sobre isso. Nunca houve um rótulo, nunca falamos em compromisso. Estávamos apenas aproveitando o momento, e tudo parecia perfeito. Mas uma parte de mim sentia uma pontada de insegurança. E se ele não estivesse pensando o mesmo? Será que estávamos namorando ou era só algo passageiro?

O resto das aulas foi um borrão de pensamentos, e só voltei à realidade quando o sinal da saída tocou. Peguei minhas coisas e, enquanto saía da escola, meu coração disparou ao vê-lo, parado ali, esperando por mim ao lado de sua moto. Ele estava sorrindo, aquele sorriso que fazia qualquer coisa valer a pena. 

Sem conseguir evitar, me derreti por completo. Caminhei até ele, sentindo a ansiedade desaparecer, substituída por uma alegria simples... e genuína. Jaxon me puxou para perto, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me beijou suavemente nos lábios. Foi um beijo delicado, como se ele estivesse me dizendo que não havia pressa, que tudo estava bem entre nós.

— Pronta? — ele perguntou, depois de me entregar o capacete.

Coloquei o capacete, subindo na moto e me segurando nele, como sempre fazia. O vento batia no meu rosto, e por um momento, senti que o mundo inteiro era perfeito, como se só houvesse nós dois. Quando chegamos à minha casa, ele me beijou mais uma vez antes de me deixar ir.

— Até... depois! — ele disse, com aquele sorriso que eu tanto amava.

Eu sorri de volta, quase sem palavras, e entrei em casa. Tudo parecia... certo. Tudo se encaixava de um jeito que eu não esperava. E, pela primeira vez, percebi que não importava tanto o rótulo, ou o que éramos exatamente. A verdade era que eu estava feliz, e ele parecia estar também. Talvez estivéssemos nos conhecendo, aprendendo a lidar com tudo isso. Era tudo muito novo para mim, e provavelmente para ele também.

Por que apressar as coisas? Me convenci de que não precisava de respostas agora. Eu não queria estragar tudo com cobranças ou inseguranças. Tudo o que eu sabia era que, naquele momento, estar com ele era o suficiente. E isso me bastava.

O Amor é feito de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora