Capítulo 35

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• - - - - - - - - - - - - • Judy • - - - - - - - - - - - - •

Enquanto estava ali, no palco, abraçada por Jaxon e Maxie, tudo parecia surreal. Era como se, de repente, a vida tivesse mudado completamente de rumo, e eu ainda estivesse tentando entender como cheguei até aqui. Eu olhei ao redor, para o piano, para as luzes suaves iluminando o palco vazio, e percebi o quão distante me sentia da pessoa que eu era há algumas semanas. Se alguém tivesse me dito que eu estaria assim, de pé ao lado de Jaxon, depois de tocar o piano que tanto temi, eu jamais teria acreditado.

Olhei para Jaxon. Ele estava sorrindo, como sempre, mas tinha algo no olhar dele, algo profundo, que me deixava sem palavras. Não sabia como expressar o que estava sentindo naquele momento. Era uma mistura de gratidão, carinho, e uma sensação crescente de que, de algum jeito, tudo parecia estar no lugar certo quando ele estava por perto. Eu torcia para que ele conseguisse entender tudo isso apenas pelo meu olhar, porque colocar em palavras seria impossível.

Maxie, claro, notou a tensão no ar entre nós dois. Ela sempre foi perceptiva, e acho que queria nos dar espaço. Com um sorriso meio culpado, ela disse que precisava ir a outro lugar, uma desculpa mal disfarçada para nos deixar sozinhos.

Jaxon riu de leve, claramente percebendo a tentativa desajeitada de Maxie, e, quando ela saiu, o silêncio entre nós dois parecia mais intenso. Fiquei nervosa. Ainda não conseguia entender como ele sabia exatamente o que fazer para me surpreender, para me acalmar, para me fazer sentir segura. Eu quebrei o silêncio, tentando soar casual, mas minha voz saiu hesitante.

— Como você pensou em fazer essa surpresa para mim? — perguntei.

Jaxon se encostou no piano e olhou para mim, o sorriso dele mais suave agora, quase tímido.

— Eu queria te ver feliz. Eu percebi que o piano era algo que... machuvaca você, mas também algo que você ama. Achei que, se você se permitisse tocar de novo, talvez se sentisse mais confiante... mais você. — Ele fez uma pausa, como se estivesse procurando as palavras certas. — E eu queria te ver assim... feliz de novo.

Meu coração bateu forte. Ele estava sendo tão genuíno, tão honesto. Não parecia haver segundas intenções, apenas o desejo sincero de me fazer bem. Sorri, mas por dentro minha mente estava a mil.

— Mas por quê? — perguntei antes de conseguir me segurar.

Ele me olhou de um jeito que fez minhas pernas quase fraquejarem. Jaxon deu um passo à frente.

— Porque eu gosto muito de você, Judy. E, quando a gente gosta de alguém, tudo o que a gente quer é ver essa pessoa feliz. Eu penso nisso o tempo todo... em como posso fazer algo por você.

Eu fiquei ali, parada, tentando processar as palavras dele. Ele gosta de mim. Era tudo o que eu queria ouvir, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim hesitava. Eu queria perguntar a ele, perguntar se isso significava que estávamos namorando, que ele queria estar comigo de verdade. Mas, e se a resposta dele não fosse o que eu esperava? E se ele não estivesse pronto para dar um nome ao que temos?

Jaxon percebeu que eu estava hesitante. 

— O que foi? — perguntou suavemente. — Quer dizer algo? 

Eu balancei a cabeça, me forçando a sorrir.

— Não é nada... — menti. — Eu só... estou grata, e feliz. Muito grata por tudo isso. Por você.

Ele me olhou por mais um instante, como se soubesse que eu estava escondendo algo, mas não pressionou. Apenas sorriu e segurou minha mão, o toque dele quente e seguro.

O Amor é feito de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora