Destino

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O mar estava mais revolto do que Yuri imaginava.

O pequeno barco que ele roubou na calada da noite balançava violentamente, ameaçando se partir a qualquer instante.

O plano não parecia mais tão inteligente assim. "Fugir de casa para começar do zero" era uma ideia bonita na sua cabeça, mas agora o medo apertava seu peito. Ele se segurava no mastro enquanto ondas altas engoliam o horizonte.

"Eu não posso voltar agora..."

Ele sabia o que o esperava se fosse pego. Uma vida de segredos, regras e silêncios impostos.

Preferia encarar o mar do que continuar naquela prisão disfarçada de casa.

Mas o barco era pequeno demais para enfrentar a fúria das ondas. Uma rajada de vento o desequilibrou, e em um instante ele estava na água.

Tudo aconteceu rápido: o frio, o peso da roupa encharcada, e o céu desaparecendo enquanto ele afundava.

A oceanite começando a enfraquecer seu pequeno corpo rapidamente.

"Será que é assim que acaba?"

Ele pensou, o corpo começando a ceder à exaustão.

Foi então que a sombra gigantesca de um navio surgiu acima dele. A última coisa que viu antes de perder a consciência foi uma figura imensa de um homem rindo alto.

Yuri despertou com a luz do sol e o cheiro forte de comida. Ele estava deitado sobre alguns sacos de farinha no convés de um navio.

Tentou se levantar, mas suas roupas pesadas e encharcadas ainda grudavam em sua pele.

- Olha só, ele acordou! - A voz trovejante veio de perto.

Quando Yuri levantou a cabeça, deu de cara com um homem gigantesco de cabelos grisalhos e um sorriso largo. Ele usava um uniforme da Marinha e parecia estar sempre à beira de soltar uma gargalhada.

- Sou Garp! - disse ele, com um sorriso tão despreocupado que parecia inapropriado para a situação. - Te resgatamos no mar, pirralho. O que estava fazendo sozinho em um barco tão pequeno?

Yuri desviou o olhar, incapaz de responder.

"Não posso contar a verdade..."

- Hm, não importa. Agora você vem comigo.

Antes que Yuri pudesse protestar, eles já estavam a caminho da Montanha Corbo, levado como um pacote indesejado. O velho marinheiro o levou até uma cabana tosca e bagunçada no meio do mato.

Aquele era o lar de Dadan, uma bandida que estava, aparentemente, sempre irritada.

- Ei, Dadan! - Garp gritou, batendo na porta com tanta força que a cabana inteira pareceu tremer.

A porta foi aberta bruscamente, revelando uma mulher desgrenhada e de cara fechada, que segurava um cigarro entre os dentes.

- De novo não, Garp! - Dadan resmungou. - Eu já tô cuidando do Luffy e do Ace! Não tenho espaço pra mais um moleque!

- Sem desculpas! - Garp riu, empurrando Yuri para dentro. - Você me deve, lembra? Agora cuide dele também.

- Mas eu já tô cheia de dívidas! - Dadan protestou, jogando as mãos para o alto em desespero.

Garp apenas riu mais alto e, antes que ela pudesse reclamar de novo, já estava de volta ao navio, acenando alegremente.

- Boa sorte, pirralho! - gritou, enquanto o navio da Marinha desaparecia no horizonte.

ᴏ ꜰᴀɴᴛᴀꜱᴍᴀ ᴅᴏ ᴍᴀʀ - 𝙊𝙣𝙚 𝙋𝙞𝙚𝙘𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora