ᴏ ꜰᴀɴᴛᴀꜱᴍᴀ ᴅᴏ ᴍᴀʀ - 𝙊𝙣𝙚 𝙋𝙞𝙚𝙘𝙚

Fantasminha

Nos estamos perto do centro de Orange Town agora, já consigo ver Luffy e...é aquela garota de Shells Town. 

 A batalha continuou, e eu me vi um pouco à margem, observando Zoro como um espectador. Ele estava em seu elemento, cortando os piratas como se fossem feitos de papel. A maneira como se movia, ágil e preciso, era impressionante, e eu não conseguia deixar de me sentir um tanto deslocado.

 Enquanto ele era um verdadeiro guerreiro, eu me sentia mais como um fantasma, apenas observando, incapaz de participar realmente. 

 Você sempre fica de fora, não é? 

 Os ecos dos fantasmas ainda flutuavam ao meu redor, mas suas vozes pareciam distantes.

 Ninguém nunca vai notar você. 

 Era como se eu estivesse preso entre duas realidades: uma, onde eu poderia ser forte e lutar ao lado de Zoro; e outra, onde eu era apenas um espectador solitário. 

 Você é apenas um espectro na sombra deles.

 A Nami... a garota da base da Marinha. Ela parecia tão destemida, tão firme. A forma como enfrentou aquela situação, mesmo sabendo dos riscos, me fez admirar sua bravura. A conexão entre nós havia sido breve, mas eu não conseguia esquecer como ela se mostrou forte, mesmo diante do perigo. 

Eu me perguntava como ela estava agora, e se tinha se juntado a Luffy. Essa última pergunta me deixou um pouco desconfortável. 

 O clamor da luta me trouxe de volta à realidade. Buggy estava agora se dirigindo a Nami, exigindo que ela repetisse seu feito, mas mirando em Luffy. 

 O jeito como ele falava deixava claro que não se importava com a vida do garoto, apenas queria exercitar seu poder. E, por algum motivo, isso me fez sentir um frio na barriga. Nami, no entanto, recusou.

 Eu a observei, o coração na garganta, quando um dos homens de Buggy acendeu o pavio e a forçou a fazer o que ele queria. O olhar determinado dela me fez querer gritar, mas a incredulidade me paralisou. 

 Para minha surpresa, ela apagou o fogo com as mãos, mesmo sabendo que isso a queimaria. Meu coração se apertou ao vê-la se machucar. Zoro, percebendo a situação, interveio de forma heróica, atacando Buggy. Ele cortou a mão e a perna do palhaço, e eu pensei que finalmente teríamos vantagem.

 Mas o que aconteceu a seguir foi ainda mais chocante. A mão de Buggy, que havia sido cortada, retornou como se fosse uma extensão dele mesmo, e eu assisti horrorizado enquanto ele se revelava como um usuário da Bara Bara no Mi, capaz de dividir seu corpo em pedaços e controlá-los.

 — Zoro! — gritei, mas minha voz mal conseguiu romper o ruído da batalha.

 O espadachim, apesar do ferimento, se preparou para o canhão. Era evidente que ele não ia desistir, e essa determinação me inspirou, mas, ao mesmo tempo, um sentimento de impotência crescia dentro de mim. 

 Eu queria ajudar, queria fazer algo, mas só conseguia ficar ali, assistindo.  

O caos da batalha se desenrolava à minha frente, e eu me sentia um pouco perdido. Zoro estava lutando contra Buggy, e Nami estava ali, determinada a ajudar, mas eu me sentia como um mero espectador. 

As almas ainda flutuavam ao meu redor, mas agora suas vozes eram apenas murmúrios distantes. Meu foco estava em Buggy, que parecia determinado a fazer um estrago na cidade e em Luffy.

Enquanto observava, notei a Buggy Ball sendo preparada, a grande esfera de canhão estava prestes a ser disparada. Um pensamento repentino me atingiu: