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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ𝐀 𝐌𝐀𝐍𝐇𝐀 ainda estava calma após o café em família, e eu decidi passar um tempo no jardim com minha avó. Sua visita era rápida antes de voltar a Vancouver, porém eu amava os nossos momentos juntas.
O sol de Los Angeles brilhava suave, e a brisa leve fazia as folhas das árvores balançarem como se estivessem dançando no ritmo do vento.
Aquele era um dos meus lugares favoritos da mansão, principalmente por ser um refúgio de toda a agitação que às vezes rondava nossa casa.
Me acomodei em uma das espreguiçadeiras, sentindo o calor acolhedor do sol. Vovó estava sentada ao meu lado em uma poltrona de vime, lendo um de seus livros de mistério antigos, que ela sempre carregava consigo.
──── Parece que Cooper foi para o treino de tênis, não é? ──── comentou ela de repente, levantando os olhos da página.
Cooper tinha saído logo após o café, dizendo algo sobre uma partida importante que ele não podia perder. Ele sempre levava seus treinos a sério, especialmente quando tinha uma chance de mostrar sua habilidade nas quadras.
──── Sim, ele leva isso muito a sério. ──── Eu ri de leve. ──── Mas acho que é uma das poucas coisas que o fazem se desconectar. E ele é realmente bom nisso.
Vovó assentiu, colocando um marcador entre as páginas do livro antes de fechá-lo.
──── Seu avô também era assim com golfe. Dizia que era a única forma de manter a cabeça no lugar, longe de todas as preocupações. ──── Ela sorriu nostalgicamente, como se estivesse se lembrando de algum momento distante. ──── Todo mundo precisa de algo que o faça se desligar do mundo de vez em quando.
Fiquei em silêncio por um momento, pensando sobre isso. Fazia sentido. A vida ao nosso redor sempre foi cheia de expectativas e responsabilidades. Eu sabia que entrar na UCLA não seria diferente.
──── E quanto a você, querida? Já pensou no que vai fazer para relaxar agora que vai começar a faculdade? ──── perguntou vovó, me observando com um olhar curioso.
Suspirei, cruzando as pernas e olhando para o céu azul.
──── Não sei, vovó. Acho que ainda estou tentando processar tudo. Mudar de rotina, entrar nessa nova fase... é meio assustador. ──── admiti, sendo mais sincera do que de costume.
Vovó sorriu de lado, colocando uma mão carinhosa sobre a minha.
──── Não se pressione tanto. Você vai encontrar seu caminho, Sophia. Sempre encontrou. ──── Ela apertou minha mão levemente. ──── Além disso, você não precisa decidir tudo de uma vez. Aproveite os momentos.
Antes que eu pudesse responder, Beatrice apareceu na entrada do jardim, chamando minha atenção com sua presença calma e sempre impecável.
──── Senhorita Sophia, tem alguém ao telefone para você. ──── disse ela, seu tom neutro, mas com um sorriso ligeiro, como se soubesse algo que eu não sabia.
Eu me levantei, um pouco curiosa, e agradeci à Bea antes de seguir para dentro da casa. Quem estaria me ligando tão cedo? Enquanto caminhava até o telefone, senti um leve frio na barriga.
Por algum motivo, eu já tinha uma ideia de quem poderia ser.
Peguei o telefone, e minha suspeita se confirmou assim que ouvi aquela voz familiar do outro lado.
──── Sinclair. ──── Nicholas disse, num tom descontraído, mas com uma ponta de provocação que só ele sabia fazer.
Revirei os olhos, sorrindo involuntariamente.
──── Nicholas. Que surpresa agradável. ──── Digo em um tom irônico.
Ele riu, e eu podia imaginar o sorriso satisfeito no rosto dele.
──── Não finja tanto. ──── respondeu ele. ──── Mas, falando sério, o que você vai fazer mais tarde? Está livre?
Mordi o lábio, me perguntando o que ele estava planejando dessa vez.
──── Depende. Por que está perguntando? ──── retruquei, tentando não soar tão interessada quanto realmente estava.
──── Porque eu estava pensando que poderíamos sair. Nada formal... só um jantar. ──── Nicholas disse, de maneira casual, mas com uma intenção subjacente que me deixou intrigada.
Fiquei em silêncio por um segundo, ponderando. Não era uma ideia ruim. Na verdade, era o que eu queria. Mas sabia que havia mais por trás de cada convite dele.
──── Hmm... e onde você estava pensando em me levar? ──── perguntei, levantando a sobrancelha, mesmo sabendo que ele não podia me ver.
Nicholas riu baixo.
──── Você vai ter que aceitar o convite para descobrir. Mas prometo que vai ser um bom lugar. ──── Ele respondeu, desafiador.
Antes que eu pudesse responder, senti uma presença ao meu lado. Vovó tinha entrado na cozinha silenciosamente e estava me observando com um olhar curioso, mas afetuoso. Pelo jeito que ela me olhava, sabia exatamente com quem eu estava falando.
──── É ele, não é? ──── ela sussurrou, com um sorriso cúmplice.
Eu assenti, cobrindo o telefone por um segundo.
──── Ele quem? ──── tentei disfarçar, mas sabia que não conseguiria enganar minha avó.
Ela riu baixinho, balançando a cabeça.
──── Vá. Não perca tempo com rodeios. Um jantar vai fazer bem a você. ──── Ela me deu um leve empurrão, como se estivesse incentivando a ir logo.
Voltei minha atenção para o telefone.
──── Tudo bem, Nicholas. Acho que posso me arriscar a aceitar esse seu convite. ──── disse, me divertindo com a situação.
Ele suspirou de alívio, como se soubesse que tinha conseguido o que queria.
──── Ótimo. Te busco às sete, então. ──── respondeu ele, claramente satisfeito.
Desliguei o telefone, sentindo um misto de animação e nervosismo. Vovó me olhou com um sorriso malicioso.
──── Ah, querida... a vida está começando a ficar muito interessante, não acha?
