ENTREVISTA

255 29 3
                                    

Enquanto aguardava minha mãe chegar, continuei observando o Miguel brincar no parquinho. Ele corria de um lado para o outro, rindo e se divertindo com as outras crianças. O parque estava cheio de famílias aproveitando o sábado, o que deixava o ambiente leve e alegre.

Após alguns minutos, vejo minha mãe se aproximando. Ela sorri ao avistar o Miguel, que logo corre em sua direção, os bracinhos estendidos para um abraço.

- VOVÓ! - Miguel grita animado, abraçando-a com força.

- Meu príncipe! Como você tá grande! - Ela diz, ajoelhando-se para ficar na altura dele e lhe dando vários beijos no rosto. - A vovó tava com saudades.

- Eu também, vovó! - Ele responde, com um sorriso radiante.

Minha mãe se levanta e se aproxima de mim, me dando um abraço carinhoso. Sinto o calor familiar que, apesar de tudo, ainda me conforta.

- E você, minha filha, como está? - Ela pergunta, olhando-me com um misto de preocupação e carinho.

- Estou bem, mãe. Consegui uma entrevista de emprego para segunda-feira. - Respondi, sentindo uma pontinha de esperança ao falar disso.

- Que bom, minha filha! Fico feliz em ouvir isso. Tenho certeza de que tudo vai dar certo. Você sempre foi muito batalhadora. - Ela disse, apertando minha mão com firmeza.

Conversamos por mais um tempo enquanto Miguel brincava. Minha mãe estava sempre disposta a me apoiar, mesmo que nossas visões de mundo às vezes fossem diferentes. Fico grata por tê-la por perto, principalmente nos momentos mais difíceis.

Quando o sol começou a se pôr e o ar ficou mais fresco, decidi que era hora de ir para casa. Miguel, já cansado de tanto brincar, subiu em meu colo, e nos despedimos de minha mãe.

- Nos vemos depois, mãe. - Falei, dando um último abraço.

- Até depois, filha. E cuide-se, viu? - Ela disse, com um sorriso caloroso antes de se virar e ir embora.

Caminhamos de volta para casa com Miguel adormecido em meus braços. Enquanto ele dormia profundamente, me peguei refletindo sobre a nova oportunidade de trabalho. Eu sabia que esse emprego poderia mudar tudo. Precisava dar o meu melhor e garantir que a entrevista fosse um sucesso. Era por mim e, principalmente, por ele.

Chegamos em casa e o coloquei na cama, beijando sua testa antes de sair do quarto. Ele era minha força, meu motivo para seguir em frente. Preparei tudo para a noite e, depois de um longo dia, finalmente me deitei, com o coração cheio de esperança e expectativas para o futuro.

Acordo com o alarme tocando, olho a hora e são seis da manhã. Desligo o alarme e me levanto para me arrumar para a entrevista. O domingo foi ótimo; seguimos a rotina de todo domingo, almoçamos, brinquei com o Miguel e assistimos desenhos juntos.

Após o banho, me visto com uma roupa adequada para a entrevista e arrumo uma bolsa para levar. Olho para a cama e vejo que meu príncipe ainda está dormindo. Preparo o café da manhã dele e deixo guardado. Faço algo para comer e também deixo algo pronto para a dona Cecília, caso ela queira.

Depois de comer, termino de arrumar um pouco a casa, que está cheia de brinquedos espalhados. Assim que termino, escuto a campainha tocar. Vou atender e vejo que é a dona Cecília.

- Bom dia, dona Cecília. - Falo, dando passagem para ela entrar.

- Bom dia, minha filha. Onde está o Miguel? - Ela pergunta, sorrindo.

- Está dormindo ainda. Muito obrigada por ficar com ele. - Digo, olhando as horas. Se eu não sair agora, chegarei atrasada. - Dona Cecília, o café dele está preparado na cozinha, e tem para a senhora também. Se ele acordar e me chamar, avise que precisei sair, mas volto logo. - Falo, dando um beijo em sua bochecha.

- Tá certo, minha filha, não se preocupe. Vou ficar orando para você conseguir esse emprego. - Ela fala, me acompanhando até a porta.

- Obrigada, dona Cecília. - Agradeço, saindo.

Fecho a porta e sigo em direção ao meu destino, cheia de expectativas para a entrevista.

Caminho rapidamente em direção ao ponto de ônibus, já sentindo a ansiedade crescer conforme a entrevista se aproxima. Enquanto espero, respiro fundo algumas vezes, tentando me concentrar no que preciso fazer e afastar qualquer pensamento negativo. "É hoje", repito para mim mesma, reforçando a confiança.

O ônibus não demora a chegar, e embarco, ocupando um lugar próximo à janela. Olho para fora, vendo a cidade começar a se agitar com a rotina matinal. Meus pensamentos voltam para Miguel, imaginando-o acordando e chamando por mim. Mas sei que ele está em boas mãos com dona Cecília, que cuida dele como se fosse seu próprio neto.

Quando chego ao meu destino, olho o relógio: faltam quinze minutos para as oito. Sigo em direção ao prédio da Ferrarini Civil Structures, um edifício moderno e imponente. Dou um último ajuste na roupa, certificando-me de que estou apresentável, e entro. A recepção é ampla e elegante, com um ar profissional que me faz sentir uma mistura de nervosismo e entusiasmo.

- Bom dia, posso ajudar? - A recepcionista me pergunta, com um sorriso formal.

- Bom dia, tenho uma entrevista marcada para as oito horas. - Respondo, tentando manter a voz firme.

Espero alguns minutos até a mesma moça vir me chamar e dizer que seu chefe estava me esperando na última sala, no final do corredor. Ela me passa o número do andar, que é o último. As portas do elevador se abrem, minhas mãos começam a suar. Caminho pelo corredor até me aproximar da porta.

O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora