Entramos juntos, e imediatamente sou envolvida pelo ambiente luxuoso. As luzes suaves, a música tranquila ao fundo, o aroma requintado de pratos bem preparados... Tudo ali exala exclusividade. Logo somos conduzidos a uma mesa privada, estrategicamente afastada dos olhares curiosos.
- Sr. Ferrarini, é um prazer recebê-lo novamente. - Diz o maître, com uma reverência discreta, enquanto nos guia até a mesa.
Luca assente com um simples gesto de cabeça e segura a cadeira para que eu me sente, em um gesto que me pega de surpresa novamente. Ele é sempre tão formal e profissional no escritório, mas aqui parece agir de forma diferente.
- Fique à vontade, Antonella. Esta noite é uma oportunidade para relaxarmos antes da reunião. - Luca comenta ao se sentar, pegando o cardápio.
Estou prestes a responder quando percebo um casal se aproximando. O homem é alto, de aparência séria, e a mulher ao seu lado é incrivelmente sofisticada. Luca se levanta para cumprimentá-los, e sinto que o jantar de negócios está oficialmente começando.
Será que eu conseguirei manter a calma ao lado de Luca durante a noite? Ou esse ambiente íntimo mudará o rumo dos acontecimentos de uma forma que eu ainda não entendo?
Boa noite, Luca. - O homem diz ao se aproximar, estendendo a mão.
Luca se levanta, aperta a mão dele com firmeza e em seguida cumprimenta a mulher ao seu lado com um beijo no rosto.
Sua esposa? - O homem pergunta, dirigindo um olhar curioso em minha direção, o que faz meu rosto corar instantaneamente.
Não, mas é alguém muito importante. - Luca responde, me olhando de um jeito que me deixa ainda mais confusa. O que ele quis dizer com isso?
Sinto que o ambiente está ficando cada vez mais desconfortável para mim, então decido sair por um momento.
Com licença, vou ao banheiro. - Digo, levantando-me apressada.
Quando chego ao banheiro, solto um longo suspiro, tentando me acalmar. Ainda estou processando o que Luca disse. "Alguém muito importante?" O que ele quis dizer? Por que essa escolha de palavras me deixou tão mexida? Preciso me recompor antes de voltar para a mesa.
Estou prestes a sair quando ouço a porta do banheiro se abrir. Ao olhar pelo espelho, vejo que é a mulher que estava com o homem. Ela caminha em minha direção com um olhar firme. Não dou muita importância e me viro para sair, mas, de repente, sinto sua mão agarrar meu braço, me impedindo de continuar.
- Fique longe do Luca, entendeu? - Ela diz, com um tom de voz frio e ameaçador. - Não pense que você, com esse corpo, tem alguma chance com ele. Você não passa de uma distração insignificante.
Fico em choque por alguns segundos, sem conseguir acreditar no que acabei de ouvir. Não é só o insulto que me atinge, mas a forma cruel e desdenhosa com que ela falou. Meu coração acelera, e sinto uma mistura de raiva e humilhação tomar conta de mim. Tento soltar meu braço com calma, respirando fundo.
- Eu acho que você está muito enganada. - Digo, tentando manter a voz firme e controlada. - Estou aqui por um motivo de trabalho, e não tenho interesse em Luca dessa forma.
Ela ri, soltando meu braço de forma brusca.
- Veremos. - Diz, antes de se virar e sair com um olhar de desdém.
Eu permaneço parada por um momento, sentindo o impacto do que acabou de acontecer. O jantar de negócios, o clima estranho, as palavras de Luca e agora esse ataque. Será que fiz a escolha certa ao vir? Tento recompor minha postura, ajeito meu vestido e saio do banheiro, determinada a não deixar que essa situação me abale.
Quando volto à mesa, Luca levanta os olhos para mim, parecendo notar que algo está errado.
- Está tudo bem? - Ele pergunta, a voz cheia de preocupação.
Dou um pequeno sorriso, sem querer envolver Luca na situação.
- Sim, está tudo bem. Vamos continuar com o jantar.
O jantar flui normalmente. Enquanto os assuntos de negócios avançam, anoto algumas informações importantes para repassar ao Luca depois, usando o caderninho que trouxe na bolsa. De vez em quando, olho discretamente para o relógio e percebo que o jantar está quase chegando ao fim. Assim que os convidados se despedem e saem, fico sozinha com Luca à mesa. Ele me observa por um momento e, então, pergunta se eu quero algo para comer ou beber. Nego com um gesto de cabeça.
Ele se levanta da cadeira e vem até mim, estendendo a mão. Eu a pego, e me levanto. Seguimos para fora e nos dirigimos ao carro. Ao chegarmos, ele abre a porta para mim, e eu entro. Luca vai para o lado do motorista, e a viagem é tranquila. Quando percebo, já estamos em frente à vila.
- Chegamos. - Ele diz, parando o carro.
- Obrigada pela carona. - Respondo, sentindo uma pontada de timidez.
Ele assente em silêncio, sai do carro e caminha até o meu lado, abrindo a porta para mim. Desço e, sem dizer nada, ele me acompanha até o portão da vila.
Paramos em frente ao portão. Seus olhos encontram os meus, e, por um momento, fico paralisada, sem saber o que dizer. Ele parece hesitar, como se lutasse contra uma vontade interna, mas, ao mesmo tempo, seus olhos deixam claro algo que não consigo decifrar. Sinto meu rosto aquecer e, sem perceber, mordo levemente o lábio, nervosa.
- Obrigada mais uma vez pela carona. - Digo, abrindo o portão.
- Boa noite, Antonella. - Ele sussurra, a voz baixa e rouca.
- Boa noite, Luca.
Afasto-me lentamente, dando um passo para trás e entrando pelo portão. Ele me observa até que eu o feche, com um sorriso que não consigo entender.
QUASE ROLOU.
GOSTARAM?
BEIJOSS!😘😘😘