UMA SEMANA DEPOIS

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Uma semana se passou desde aquele jantar, e meus sentimentos por Luca se tornaram cada vez mais confusos. Não consigo evitar esse turbilhão dentro de mim, por mais que tente me afastar. As palavras daquela mulher ainda ecoam na minha mente: "Ela está certa... quem vai querer uma mulher gorda como eu?" Tento ignorar, mas é difícil.

Acordo como sempre, seguindo minha rotina matinal. Deixo tudo pronto para o Miguel: seu almoço, seus brinquedos, e o coloco para assistir algo na TV enquanto espero dona Cecília chegar. Minutos depois, ela aparece, pedindo desculpas pelo atraso. Digo que não tem problema, mas menciono que também estou atrasada e preciso sair rápido.

Ao chegar na empresa, evito conversar com qualquer pessoa e vou direto para o andar em que trabalho. Assim que saio do elevador, caminho apressada até minha mesa. Sem me preocupar em organizar nada, pego o tablet para verificar a agenda de Luca. Quando olho o relógio, percebo que estou trinta minutos atrasada.

Corro em direção à sala dele e bato na porta, hesitante. Ele logo manda eu entrar, e eu entro envergonhada, com o coração acelerado.

- Desculpa, Sr. Luca, tive um imprevisto e esqueci de comunicá-lo. - Falo, nervosa.

- Não tem problema, Antonella. Só peço que, na próxima vez, me avise para que eu não fique preocupado. - Ele diz, sorrindo.

Como assim preocupado? me pergunto. Meu Deus, que sorriso... faz meu coração acelerar cada vez mais. Tento afastar esses pensamentos e assinto, começando a passar sua agenda do dia. Conforme o tempo passa, me esforço para não pensar nele. Afinal, quem iria querer uma mulher gorda e, além disso, com um filho pequeno?

Sou tirada dos meus devaneios pelo som da porta do elevador se abrindo. Uma senhora elegante surge e caminha em minha direção com passos firmes e um sorriso gentil.

- Boa tarde, minha querida. Queria saber se o meu filho está. - Ela pergunta com uma doçura que aquece o coração.

- Sim, senhora, ele está na sala dele. Deseja que eu o avise?

- Não precisa, querida. E sem "senhora", pode me chamar de Clara. -  Ela responde com um sorriso ainda mais caloroso.

Assinto e observo enquanto ela segue até a sala do Luca. Como sou distraída... é claro que não precisava avisar, afinal, é a mãe dele. Fico perdida em meus pensamentos, tentando recobrar o foco.

LUCA

Chego à empresa como todos os dias. Como sempre, Antonella ainda não está em sua mesa. Sigo para a minha sala e começo a resolver algumas papeladas. Os minutos passam, e nada dela aparecer; já está atrasada, o que começa a me preocupar. Penso em enviar uma mensagem, mas temo ser inconveniente. Desde o jantar, essa mulher não sai da minha cabeça. Não entendo o que está acontecendo comigo.

Mais alguns minutos se passam até que escuto batidas na porta. Mando entrar, já esperando que seja ela. Antonella entra, já se explicando pelo atraso. Digo que não tem problema, mas que, da próxima vez, avise para eu não me preocupar. Ela assente e começa a passar a agenda do dia. Enquanto ela fala, não consigo evitar observar sua roupa e como está linda, como sempre. Sigo cada curva dela com o olhar, desejando-a só para mim. Ela termina de passar a agenda e sai para dar continuidade ao trabalho, e o dia finalmente começa.

O dia flui normalmente. Estou concentrado em um gráfico enviado pelo financeiro quando ouço batidas na porta. Mando entrar, ainda focado no gráfico, mas logo escuto a voz da minha mãe.

- Boa tarde, meu amor. - Ela diz, e então levanto o olhar. Ela fecha a porta, caminha até a cadeira e se senta na minha frente.

- Boa tarde, mãe. A senhora quer alguma coisa aqui na empresa? - Pergunto, já que ela raramente aparece por aqui.

- Não, meu amor. Só vim dar uma olhadinha e espiar sua nova secretária, que, além do mais, é muito bonita. - Ela fala, me encarando.

- É, mãe, não posso negar que ela é muito bonita. - Digo, com um sorriso no rosto.

- Filho...

Somos interrompidos por batidas na porta.

- Senhor, desculpe interromper. Ligaram da escola do meu filho dizendo que ninguém foi buscá-lo, e a pessoa que cuida dele não atende minhas ligações. - Diz Antonella rapidamente, quase sem fôlego.

- Tudo bem, Antonella, você está liberada. Vá buscar seu filho. - Respondo, e ela assente antes de sair.

- Ela é casada? - Minha mãe pergunta assim que Antonella sai.

- Não, mãe, ela não é casada. Pelo que sei, ela cuida do filho sozinha. - Digo, ainda olhando para a porta por onde Antonella acabou de sair.

Minha mãe me observa atentamente, com aquele olhar que só ela sabe fazer quando está desconfiada de alguma coisa. Ela sempre consegue ler meus pensamentos, então não duvido que já tenha notado o quanto Antonella mexe comigo, embora eu mesmo ainda tente resistir a esses sentimentos.

- E o que está esperando para fazer algo a respeito, Luca? - Ela pergunta com um sorriso malicioso.

- Mãe, por favor. - Tento desconversar, mas ela dá uma risadinha.

- Sabe que não adianta disfarçar comigo, meu amor. Se não fosse por mim, você ainda estaria sozinho, enterrado em trabalho e evitando qualquer envolvimento emocional. Só não quero que deixe passar alguém que parece te fazer tão bem. - Ela fala com aquele tom suave, mas decidido.

- Não é tão simples, mãe. Antonella é diferente. Ela tem um filho, uma vida complicada... Eu não posso simplesmente interferir. - Digo, tentando ignorar o calor no peito só de pensar nela.

- Ah, Luca, às vezes você complica demais as coisas. Quem disse que o amor precisa ser simples? Talvez ela seja exatamente o que você precisa para quebrar suas barreiras. - Ela se levanta, me dando um beijo na testa antes de sair da sala.

Após minha mãe sair, fico pensativo, perdido em meus próprios dilemas. Tento focar novamente no trabalho, mas é inútil. Antonella é uma mulher que, mesmo com sua discrição e insegurança, possui uma força que me fascina. Só de lembrar seu sorriso e o brilho nos olhos ao falar do filho, meu coração se enche de algo que tento definir, mas não consigo.

NÃO SEI SE FICOU BOM.
DESCUPA A DEMORA.
ESPERO QUE GOSTEM.
BEIJOSSS!!!

O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora