SITUAÇÃO

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Enquanto estou trabalhando, recebo uma ligação da escola do Miguel dizendo que ele não foi buscado. Meu coração dispara, e eu digo que vou buscá-lo e que chego lá em menos de dez minutos. Vou até a sala do Luca, interrompo a conversa dele com a mãe e explico a situação. Ele imediatamente me libera. Passo na minha mesa, pego minhas coisas e sigo em direção ao elevador. Durante o caminho, ligo para dona Cecília, mas ela não atende.

Saio apressada da empresa, o coração batendo acelerado, tentando não entrar em pânico. A ideia de Miguel esperando sozinho na escola me deixa ansiosa. Finalmente, ao chegar, vejo o pequeno me esperando na entrada, segurando sua mochilinha com um olhar preocupado.

- Mamãe! - Ele corre para me abraçar, e sinto um alívio profundo ao tê-lo em meus braços.

Após buscá-lo e pedir desculpas à professora pelo atraso, levo Miguel para casa. No caminho, ligo novamente para dona Cecília, mas ela ainda não atende, o que me deixa cada vez mais aflita. Ao chegar em casa, abro a porta com Miguel no colo; depois de fechá-la e me virar, vejo dona Cecília caída no chão, o que faz meu coração disparar. Coloco Miguel no chão e me aproximo rapidamente para verificar se ela ainda tem pulso.

Toco suavemente o braço de dona Cecília, esperando que ela reaja, mas não há nenhum movimento. Meu coração dispara ainda mais, e um frio percorre minha espinha. Tento manter a calma para não assustar o Miguel, que está atrás de mim, olhando tudo com olhos grandes e assustados.

- Miguel, meu príncipe, quero que vá para o quarto e espere a mamãe lá, tá bom? - Digo com a voz mais calma que consigo, apesar do pânico que sinto. Ele parece hesitar, mas, ao ver meu olhar sério, obedece e vai em direção ao quarto.

Assim que ele sai, pego o celular com mãos trêmulas e ligo para a emergência, explicando rapidamente a situação. A atendente pede que eu mantenha dona Cecília deitada e verifique se há algum sinal de respiração ou pulso enquanto a ambulância está a caminho. Sigo as instruções, mas não consigo sentir nada - nenhum sinal de vida.

Os minutos que se passam até a chegada da ambulância parecem eternos. Tento focar em minha respiração para não desabar ali mesmo, mas as lágrimas já ameaçam cair. Ouço Miguel chamando por mim do quarto, mas peço que ele fique lá, dizendo que logo vou até ele.

Quando finalmente os paramédicos chegam, dou espaço para que eles cuidem de dona Cecília, respondendo a todas as perguntas deles com dificuldade. A situação é séria, e eles logo decidem levá-la ao hospital.

- Mamãe, o que aconteceu com a vovó? - Miguel pergunta baixinho, aparecendo na porta do quarto, seu rostinho cheio de preocupação.

Respiro fundo e me abaixo para ficar na altura dele, puxando-o para um abraço apertado.

- A vovó não está se sentindo muito bem, querido. Os médicos vão levá-la para cuidar dela, e logo ela vai ficar bem. - Tento tranquilizá-lo, embora eu mesma esteja cheia de dúvidas e temores.

Depois de ver a ambulância partir, Miguel e eu ficamos em silêncio por alguns instantes. O peso da situação é quase sufocante, mas tento manter a calma por ele.

Não pude acompanhar dona Cecília por causa do Miguel; não teria ninguém para ficar com ele. O silêncio é pesado, e por mais que eu tente ser forte para ele, meus pensamentos estão um caos. Levo-o para o sofá e o abraço, sentindo seu pequeno corpo se aconchegar em mim.

- Mamãe, a vovó vai ficar bem, né? - Ele pergunta, com a voz baixa, enquanto esfrega os olhos sonolentos.

- Vai sim, meu amor. Os médicos são muito bons e vão cuidar dela. - Respondo, tentando passar confiança, mesmo que eu mesma esteja preocupada. - Agora, que tal tomarmos um banho e depois você pode brincar um pouco enquanto a mamãe vê se tem alguma notícia da vovó?

Ele concorda, ainda um pouco hesitante, e vou com ele até o banheiro, tentando seguir com a rotina normal, mesmo com o coração apertado. Depois que ele está limpo e brincando no quarto, fecho a porta com cuidado e me apoio na parede do corredor, sentindo o peso de tudo me atingir de uma vez.

Pego o celular e tento ligar para o hospital, mas ainda não há informações sobre dona Cecília. A sensação de impotência é esmagadora. O tempo passa devagar. Eu e Miguel jantamos juntos, e depois ele voltou para o quarto para brincar, tentando se distrair enquanto eu me afasto, preocupada e com a mente a mil.

Depois de um tempo, o silêncio da casa começa a me sufocar. Miguel brinca no quarto, alheio à tensão que se apodera de mim, mas eu não consigo tirar dona Cecília da cabeça. A cada segundo que passa sem notícias, a angústia cresce, e meus pensamentos se perdem entre o pior e a esperança de que ela fique bem. Tento me manter forte por Miguel, mas, por dentro, estou em pedaços. Decido ligar novamente para o hospital. A recepcionista é educada, mas sua resposta é a mesma: ainda não têm informações concretas sobre o estado de dona Cecília. Agradeço, desligo o telefone, mas o nó na minha garganta só piora.

Não sei o que fazer, então decido voltar para o quarto de Miguel. Ele está deitado no chão, cercado de brinquedos, tentando montar um quebra-cabeça. Quando me vê, sorri, e eu sinto um aperto no coração. Ele não faz ideia do que está acontecendo, e eu queria poder protegê-lo de tudo.

- Conseguiu montar, meu príncipe? - Pergunto, sentando ao lado dele e tentando forçar um sorriso.

- Tá difícil, mamãe - Ele responde, concentrado, enquanto tenta encaixar uma peça.

Ajudo Miguel a terminar o quebra-cabeça, tentando me distrair, mas minha mente não consegue se afastar do hospital, da imagem de dona Cecília caída no chão. Finalmente, quando ele começa a bocejar, levo-o para a cama e leio uma história para ajudá-lo a dormir. Miguel acaba adormecendo com a cabeça no meu colo, e eu fico ali, sentindo a respiração suave dele e lutando contra as lágrimas.

Assim que ele está dormindo profundamente, pego meu celular novamente e saio do quarto com cuidado. Estou prestes a tentar ligar para o hospital mais uma vez, quando o telefone vibra em minhas mãos. É um número desconhecido, mas atendo imediatamente, esperando que sejam notícias de dona Cecília.

- Alô? - Minha voz sai quase como um sussurro.

- Antonella Navarro? - uma voz masculina pergunta do outro lado da linha.

- Sim, sou eu.

- Aqui é do hospital. Estamos ligando para informar que dona Cecília sofreu um AVC. Conseguimos estabilizá-la, mas ela ficará sob observação nas próximas 24 horas. O estado dela é delicado, mas estável no momento.

Meu coração afunda, e ao mesmo tempo sinto um pequeno alívio ao saber que ela está viva.

- Ela vai ficar bem? - pergunto, com a voz embargada.

- Ainda é cedo para dizer, mas estamos fazendo o possível. Se quiser visitá-la, pode vir ao hospital amanhã. Vamos manter você informada.

Agradeço com a voz trêmula e desligo o telefone, tentando processar a informação. AVC. A palavra parece ecoar na minha mente, carregada de incertezas. Sento-me no sofá, segurando o celular com força, e finalmente deixo as lágrimas caírem.

NÃO SEI SE FICOU BOM.
DESCUPA A DEMORA.
ESPERO QUE GOSTEM.
BEIJOSSS!!!

O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora