CARONA

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Um mês se passa, e tudo melhora para Antonella, que agora está trabalhando e consegue descansar mais. Ela tem se saído muito bem nesse período.

Acordo com o som do alarme tocando. Desligo, passo a mão no rosto e me levanto da cama, começando minha rotina matinal de sempre. Depois de me arrumar, saio do condomínio e sigo em direção à empresa. Ao chegar comprimento que fala comigo e sigo em direção a minha sala. Ao sair do elevador, noto que a mesa de Antonella está vazia, pois ela costuma chegar depois de mim. Entro na minha sala e começo a revisar alguns papéis que havia deixado para hoje. Minutos depois, ouço uma batida na porta e mando entrar. Antonella entra, deixando a porta entreaberta, e começa a me informar sobre a minha agenda do dia.

Enquanto ela fala, um menino entra correndo, chamando-a de "mamãe", o que me surpreende. Ergo uma sobrancelha, mas logo sorrio. Ela tenta se explicar, mas eu a interrompo, dizendo que não é necessário e que ela poderia ter pedido um dia de folga para ficar com ele. Eu falo com ele, e ele me encara com curiosidade, dando um aceno tímido. Ela tenta fazer com que ele volte para sua mesa, mas ele responde e corre, sentando-se no chão ao meu lado. Digo que não tem problema e peço que ela continue com a minha agenda, entregando um novo papel para ele. Depois que ela termina de falar, chama-o mais uma vez para voltar à sua mesa. Ele faz uma careta, mas obedece a mãe. Antes de ir, ele me encara e ergue um desenho, dizendo que sou eu. Sorrio e digo que ficou ótimo e que vou guardá-lo.

Após eles saírem, fico pensando se ela é casada. Ela parece tão jovem para ter um filho. Não conheço sua história, então não vou julgá-la. Volto minha atenção para os papéis em cima da minha mesa.

ANTONELLA

O fim do dia chega, e meu turno já terminou. Meu príncipe já está quase dormindo. Pego-o no colo e, antes de sair, passo na sala do Sr. Luca para avisar que estou indo embora. Quando vou bater na porta, ela é aberta por ele. Dou um passo para trás e olho em seu rosto.

- Sr. Luca, meu turno já acabou, então estou indo embora. Só passei para avisar, caso o senhor precise de algo. -  Digo, e ele desce o olhar para Miguel, praticamente dormindo em meu colo.

O Sr. Luca observa Miguel, que já se entrega ao sono, com uma expressão suave nos olhos. Ele parece hesitar por um momento, e então, seu olhar se encontra com o meu.

- Não posso deixar você ir embora sozinha assim à essa hora, especialmente com Miguel dormindo. Posso te dar uma carona até a sua casa - Ele sugere, sua voz carregando um tom de preocupação.

Eu hesito, mas a oferta é tentadora, especialmente sabendo que a noite já está bem fria. Além disso, Luca parece genuinamente preocupado.

- Não quero incomodar, Sr. Luca, realmente posso me virar - Respondo, tentando não soar indelicada.

Mas ele apenas balança a cabeça, um leve sorriso nos lábios.

- Não é incômodo algum. - Ele se abaixa um pouco e estende os braços em direção a Miguel. - Deixe-me ajudar.

Antes que eu possa protestar, Luca pega Miguel no colo com uma facilidade impressionante. O pequeno se ajeita em seus braços, murmurando um pouco, mas não acorda. A visão de Luca segurando meu filho, tão carinhoso e protetor, me faz sentir um misto de gratidão e uma pontada de desconforto. Sinto uma leve dor ao perceber que meu príncipe deve sentir falta de um amor paterno que nunca teve.

- Vamos. - Ele diz, movendo-se em direção à saída.

Sigo atrás dele, admirando como ele carrega Miguel com naturalidade, como se fosse algo que fizesse o tempo todo. No caminho, não consigo evitar de pensar em como ele parece tão à vontade com a situação, e isso me faz questionar as barreiras que sempre mantive entre nós.

Ao chegarmos ao carro, Luca abre a porta do passageiro e coloca Miguel suavemente no assento, garantindo que ele esteja confortável. Meus olhos se encontram novamente com os dele, e percebo a intensidade do seu olhar.

Agradeço mais uma vez, e ele assente com um sorriso. Vai para o banco do motorista, enquanto eu fico atrás com Miguel para ficar de olho nele. Ele pergunta meu endereço, e eu digo o da vila onde moro.

Ao chegarmos, desço do carro e Luca faz o mesmo, antes que eu possa pegar Miguel no colo. Ele o segura e me encara, como se dissesse que vai me acompanhar até a porta de casa.

Assim que chegamos, abro a porta e dou passagem para que ele entre.

– Não repara na bagunça – digo, fechando a porta atrás de nós.

Quando me viro, vejo Luca parado, ainda segurando Miguel no colo, observando o ambiente.

- Onde posso colocá-lo?

- Vem. - Digo, notando que ele me segue.

Ao entrar no quarto onde eu e Miguel dormimos, indico para que ele o coloque na cama. Ele o faz e logo saímos do quarto. Quando chegamos na sala, agradeço mais uma vez.

- Obrigada mesmo pela carona, não queria incomodar o senhor.

- Não deixaria você sair sozinha com o Miguel.

- Mesmo assim, obrigada.

Nos despedimos e ele vai embora, deixando-me ali, pensando no motivo da carona.

NÃO SEI SE FICOU BOM!
ESTA CEDO DE MAIS PARA UMA CARONA?
BEIJOSS!

O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora