BONEQUINHA

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Após isso, voltamos para casa. Assim que chegamos em frente à vila, eu e Luca paramos e nos encaramos por alguns segundos.

- Miguel, vamos entrar para tomar banho. Se despede do tio. - Minha mãe disse, tirando minha atenção de Luca.

- Tchau, tio! - Miguel exclamou, animado.

- Tchau, garotão! Bate aqui. - Respondeu Luca, estendendo a mão para um cumprimento.

Miguel deu um leve tapa na mão dele e, em seguida, entrou junto com minha mãe para dentro de casa.

Assim que Miguel e minha mãe desapareceram pela porta, o silêncio tomou conta do ambiente. A brisa noturna balançava levemente os galhos das árvores ao redor da vila, e as luzes fracas dos postes criavam um clima quase intimista. Luca permanecia parado, me observando com aquele olhar intenso, como se buscasse algo nas entrelinhas do meu rosto.

- Está ficando tarde. - Murmurei, tentando quebrar o silêncio, mas minha voz saiu mais hesitante do que eu pretendia.

- Está, sim. - Ele concordou, mas não fez menção de ir embora. Em vez disso, deu um passo mais próximo, ficando a poucos centímetros de distância. - Mas antes de eu ir... queria te perguntar uma coisa.

- O quê? - Cruzei os braços, um misto de nervosismo e curiosidade me invadindo.

Luca passou a mão pelos cabelos, como fazia sempre que estava ponderando algo importante. Seu olhar não vacilou enquanto ele formulava as palavras.

- O que você acha de outro jantar, bonequinha?

Minhas bochechas esquentaram ao ouvir a forma como ele me chamou. Era uma mistura de charme e atrevimento que me deixava desconcertada. Cruzei os braços com mais firmeza, tentando aparentar confiança, mas meu coração estava disparado.

- Outro jantar? - Repeti, arqueando uma sobrancelha, mais para ganhar tempo do que por dúvida real.

Ele sorriu, aquele sorriso de canto que parecia ter o poder de desarmar qualquer resistência minha.

- Sim, outro jantar. - Ele respondeu, com a voz baixa e cheia de intenção.

Respiro fundo antes de respondê-lo. Ele continua me encarando, aguardando minha resposta.

- Tudo bem, eu aceito.

Luca sorriu mais abertamente dessa vez, e seus olhos brilharam como se minha resposta fosse exatamente o que ele esperava ouvir. Ele deu um passo para trás, parecendo aliviado, mas sua presença continuava intensa.

- Ótimo. Prometo que esse será ainda melhor que o primeiro. - Ele disse, com um tom de voz caloroso, quase cúmplice.

Assenti, tentando controlar o nervosismo que tomava conta de mim.

- Vou cobrar, hein.

- Pode cobrar. - Ele respondeu com um tom divertido. - Amanhã te ligo para combinarmos os detalhes.

- Combinado.

Luca olhou para a porta da vila como se hesitasse em partir. Por um momento, achei que ele fosse dizer algo mais, mas ele apenas sorriu novamente antes de dar meia-volta e caminhar em direção ao carro.

Observei enquanto ele entrava e ligava o motor, mas antes de sair, Luca abaixou o vidro e lançou mais um olhar na minha direção.

- Boa noite, bonequinha. E... pense na roupa que vai usar amanhã. Quero você linda como sempre.

Minhas bochechas queimaram mais uma vez, e, antes que eu pudesse responder, ele acelerou, desaparecendo na rua escura.

Fiquei parada por alguns segundos, ainda processando o que acabara de acontecer. Meu coração parecia bater em um ritmo fora de controle, enquanto um sorriso involuntário surgia em meus lábios.

Ao entrar em casa, minha mãe me olhou de canto enquanto terminava de preparar algo para Miguel.

- Ele foi embora? - Perguntou, tentando parecer casual.

- Foi, sim. - Respondi, evitando seu olhar.

Ela sorriu de leve, mas não insistiu no assunto. Apenas continuou ocupada na cozinha, enquanto eu ia até o quarto, tentando me acalmar e organizar os pensamentos. Não importava o quanto eu tentasse, era impossível ignorar o impacto que Luca estava começando a ter na minha vida.

Naquela noite, depois de colocar Miguel para dormir, fiquei sentada na cama, olhando para o teto do meu quarto. As palavras de Luca ecoavam na minha mente como um disco quebrado. "Quero você linda como sempre." Era impressionante como ele conseguia ser tão confiante, tão certo de si, ao ponto de me deixar completamente desarmada.

Peguei o celular, pensando se deveria enviar uma mensagem para ele. Algo casual, talvez um "chegou bem?". Mas hesitei. Ele havia dito que me ligaria, e não queria parecer ansiosa, embora, no fundo, fosse exatamente assim que eu me sentia.

Suspirei, levantando-me para verificar as roupas no guarda-roupa. Não tinha muitas opções sofisticadas, mas queria encontrar algo especial para o jantar. Luca parecia ser do tipo que prestava atenção nos detalhes, e eu não queria desapontá-lo. Meu olhar pousou em um vestido azul-marinho que estava guardado há tempos. Era simples, mas elegante, com um corte que realçava minhas curvas sem ser exagerado. Decidi que seria minha escolha.

ESPERO QUE TENHA FICADO BOM.
DÚVIDA DE AUTORA: VOCÊS GOSTAM QUANDO A PERSONAGEM É TRATADA COMO UMA PRINCESA, MAS ENTRE QUATRO PAREDES COMO UMA PUTA😈😈?
BEIJOS!!!

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O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora