FINAL DE SEMANA

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LUCA

O sorriso dela é uma vitória que eu não sabia que precisava. Há algo tão genuíno e puro no modo como ela me olha agora, como se, pela primeira vez, estivesse começando a acreditar no que eu disse.

Ainda com nossas testas juntas, eu fecho os olhos por um instante, absorvendo o momento. Não quero apressá-la, mas também não consigo ignorar o desejo crescente de protegê-la de tudo que a fez duvidar de si mesma.

- Antonella, eu não quero que você sinta que precisa ser alguém diferente para ser aceita. - Minha voz sai baixa, quase como um juramento. - E, principalmente, nunca quero que você duvide do seu valor.

Ela desvia o olhar por um segundo, mordendo o lábio como se estivesse processando minhas palavras. Quando finalmente me encara de novo, há algo novo em seus olhos. Algo que parece uma mistura de esperança e vulnerabilidade.

- Você tem ideia do impacto que está causando em mim? - Ela pergunta, sua voz frágil, mas cheia de emoção.

Eu sorrio de lado, levando minha mão até a dela, que ainda repousa no banco, hesitante. Seguro-a com firmeza, mas de um jeito que deixo claro que ela pode se afastar a qualquer momento.

- Talvez o mesmo impacto que você está causando em mim.

ANTONELLA

As palavras dele me atingem como uma onda, e eu sinto meu coração acelerar novamente. Nunca imaginei que uma noite casual pudesse se transformar nisso.

Olho para nossas mãos juntas. A firmeza do toque dele é reconfortante, mas ao mesmo tempo, me deixa consciente da linha tênue entre permitir-me viver esse momento ou recuar e erguer minhas barreiras novamente.

Mas, ao olhar para Luca, percebo que não quero recuar. Não hoje.

- Acho que é a primeira vez em muito tempo que me sinto... vista. – Admito, minha voz quase um sussurro.

Ele sorri, aquele sorriso que parece iluminar algo dentro de mim.

- E isso é só o começo.

Por alguns minutos, ficamos em silêncio. Não é desconfortável, mas preenchido por tudo o que não precisa ser dito em palavras. A brisa balança levemente as folhas da árvore acima de nós, e eu sinto como se o mundo inteiro tivesse parado para nos observar.

Quando Luca finalmente quebra o silêncio, sua voz é suave, mas com um tom de determinação que chama minha atenção.

- Antonella, quero te pedir algo.

- O quê? - Pergunto, curiosa e, ao mesmo tempo, apreensiva.

Ele aperta levemente minha mão antes de falar:

- Quero que você me permita estar ao seu lado. Não estou dizendo que temos que decidir algo agora, mas quero estar aqui para você, para Miguel, para tudo que a vida trouxer.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas não são de tristeza. É um misto de gratidão e algo que ainda estou tentando entender.

- Eu... não sei o que dizer.

- Diga apenas o que sente. - Ele responde, com paciência e suavidade.

Respiro fundo antes de falar, com o coração na garganta.

- Eu quero isso também, Luca. Mas tenho medo.

Ele sorri, trazendo minha mão até seus lábios e depositando um beijo gentil nela.

- Vamos enfrentar esse medo juntos, Antonella.

E, naquele momento, pela primeira vez em muito tempo, sinto que posso realmente acreditar nisso.

A semana passou, e nem eu nem Luca tocamos mais no assunto. Parece que ambos preferimos assim, talvez para não chamar atenção de outras pessoas. No entanto, os gestos dele continuam a falar mais alto que qualquer palavra. Cada ato, cada demonstração de cuidado, está me deixando cada vez mais encantada e, para ser honesta, apaixonada.

Hoje é sábado. O céu está azul, com poucas nuvens, e a temperatura está perfeita, o que torna impossível ficar em casa. Miguel acordou cheio de energia, como sempre, e, enquanto eu preparava o café da manhã, ele não parava de perguntar o que faríamos hoje. Decidi levá-lo ao parque. Ele adora correr, brincar, e eu adoro vê-lo sorrir.

Depois de almoçarmos juntos, esperamos um pouco para ir ao parque. Enquanto coloco o tênis, escuto seus passos rápidos pelo corredor. Ele surge no quarto com um sorriso que ilumina o dia inteiro.

- Vamos, mamãe! - Ele praticamente pula de excitação.

- Calma, pequeno furacão. Já estou indo. - Digo, rindo.

Somos interrompidos pela minha mãe entrando no quarto, sem bater.

-  Filha, o Luca está lá na sala querendo falar com você. - Diz ela, com um sorriso no rosto, claramente animada.

Levanto o olhar surpresa, tentando esconder o misto de ansiedade e curiosidade que surge com a notícia.

Meu coração acelera enquanto sigo em direção à sala, a surpresa e a curiosidade me envolvendo a cada passo. Não sei o que esperar, mas algo me diz que o que está por vir é diferente de tudo o que vivi até agora.

Quando entro na sala, vejo Luca parado perto do sofá, com um sorriso tímido no rosto e um buquê de flores nas mãos. O gesto é simples, mas carrega uma intensidade que me deixa sem palavras por um instante. O buquê é delicado, com flores coloridas que combinam perfeitamente com o clima do dia. Ele parece nervoso, um pouco desconfortável, como se estivesse esperando por uma reação que ele mesmo não sabia o que seria.

- Luca... - A palavra sai baixa, quase como um suspiro. Não sei o que mais dizer, então fico ali, observando-o e tentando processar o que está acontecendo.

Ele dá um passo em minha direção, estendendo o buquê para mim com uma suavidade que só ele sabe ter.

- Para você, Antonella. - Sua voz é suave, mas cheia de sinceridade.

Sinto um nó na garganta, e por um momento, minhas emoções parecem estar em um conflito silencioso. É como se as palavras que eu precisava para expressar tudo o que sinto tivessem se perdido no ar.

Com as mãos trêmulas, aceito o buquê, e nossos dedos se tocam brevemente. O toque é breve, mas cheio de significado. Eu o encaro, vendo um sorriso suave surgir em seus lábios, um sorriso que parece dizer mais do que mil palavras poderiam.

- Eu... não sei o que dizer, Luca. - Minha voz sai quase em um sussurro, refletindo toda a minha vulnerabilidade.

Ele dá um passo mais próximo, a expressão no rosto dele mais séria agora, mas ainda assim carinhosa.

- Não precisa dizer nada, Antonella. Só me permita estar aqui. Com você. - Ele se inclina ligeiramente para frente, como se estivesse prestes a dizer mais, mas decide deixar a silenciosa verdade do momento falar por si mesma.

Eu seguro o buquê com mais firmeza, sentindo o peso de tudo o que está sendo dito sem palavras. Sinto uma onda de calor subir pelo meu corpo, misturada com a leveza de algo que, de repente, parece possível. A insegurança ainda está lá, mas algo em mim, uma parte de mim que eu não sabia que existia, começa a acreditar.

- Você já está, Luca. - Respondo, minha voz mais firme agora, embora ainda vulnerável. - E isso... isso já é o suficiente.

ESPERO QUE TENHA FICADO BOM.
BEIJOSSS!!!

O CEO E A MÃE SOLOOnde histórias criam vida. Descubra agora