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Na noite seguinte, Gabriel dirigia em direção ao apartamento de Anne com um sorriso no rosto

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Na noite seguinte, Gabriel dirigia em direção ao apartamento de Anne com um sorriso no rosto. Ele havia passado o dia inteiro esperando por aquele jantar. Depois da conversa que tiveram, sentia que algo havia mudado entre eles, como se tivessem rompido uma barreira invisível. Agora, ao invés da ansiedade ou do desconforto que sentia antes de se encontrar com ela, havia uma sensação de leveza. De expectativa.

Ao chegar, ele olhou para o prédio com suas luzes brilhantes e respirou fundo. Pegou a garrafa de vinho que tinha trazido e caminhou até a porta. Anne morava em cima do estúdio, e ele já estava familiarizado com o lugar, mas aquela era a primeira vez que estaria no apartamento dela.

Anne abriu a porta com um sorriso caloroso, usando um avental e com farinha no rosto.

— Oi! — ela disse, rindo de si mesma ao perceber a bagunça que havia feito. — Estou tentando não causar um desastre completo aqui, mas, bem... Eu não sou uma chef.

Gabriel riu ao vê-la. Ela estava adorável, meio atrapalhada, mas com uma energia contagiante.

— Relaxa, estou aqui para ajudar — ele disse, erguendo a garrafa de vinho. — E trouxe reforços.

Anne olhou para o vinho com aprovação. — Ah, ótimo! Eu definitivamente preciso de uma taça enquanto tento acertar essa receita.

Ele entrou e olhou ao redor do apartamento. Era um lugar aconchegante, com toques pessoais por toda parte. As paredes estavam adornadas com quadros de tatuagens e pôsteres de shows que ela provavelmente frequentava. Havia plantas nos cantos, e o sofá estava coberto com uma manta colorida, sugerindo que Anne gostava de conforto e simplicidade.

— Seu apartamento é bem a sua cara, sabia? — Gabriel comentou, olhando ao redor enquanto ela pegava duas taças para o vinho.

— Você acha? — Anne respondeu, voltando para a cozinha e entregando uma taça a ele. — Gosto de mantê-lo aconchegante, é o lugar onde posso relaxar depois de um longo dia.

— Dá para ver — ele sorriu e tomou um gole de vinho. — Então, o que estamos cozinhando hoje?

— Bem... — Anne apontou para os ingredientes espalhados pelo balcão. — Minha ideia era fazer uma massa. Algo simples, porque, sinceramente, não sou tão boa na cozinha. Mas preciso de ajuda com o molho.

— Eu sou o mestre dos molhos! — Gabriel disse, divertido, indo até o balcão para olhar os ingredientes. — Vamos fazer isso juntos.

Enquanto cozinhavam, o clima entre eles era leve, cheio de risadas e pequenos momentos de cumplicidade. A cada piada que Anne soltava, Gabriel se sentia mais à vontade, como se estivesse passando uma noite com alguém que conhecia há anos. Em um momento, enquanto ele mexia o molho, Anne tentou experimentar um pouco com uma colher e acabou derrubando parte no chão.

— Opa! — ela exclamou, inclinando-se para limpar, mas Gabriel rapidamente interveio.

— Deixa que eu faço isso. Você vai acabar sujando mais se tentar limpar — ele riu.

Anne sorriu, observando-o ajoelhar-se para limpar a bagunça. O gesto simples a tocou de uma maneira que ela não esperava. Aquele homem, que ela conhecera como ator e galã de cinema, estava ali, ajoelhado no chão da sua cozinha, ajudando-a a cozinhar e a limpar. Havia algo profundamente genuíno em Gabriel que a fazia se sentir segura e confortável ao seu lado.

Quando o jantar ficou pronto, eles sentaram à mesa pequena no canto da sala de estar. Anne acendeu algumas velas para dar um clima mais aconchegante, e a luz suave refletia nos rostos dos dois, criando uma atmosfera intimista.

— Acho que ficou bom, hein? — Gabriel disse, provando a primeira garfada da massa.

— Não acredito que conseguimos! — Anne exclamou, satisfeita com o resultado.

Eles brindaram à noite e continuaram conversando sobre a vida, o trabalho, e seus gostos e desgostos. A cada nova revelação, pareciam se aproximar mais, e Gabriel notava que o sorriso de Anne era cada vez mais sincero e aberto.

Em um momento de silêncio, ele a olhou com mais atenção. As luzes das velas realçavam os traços suaves do rosto dela, e por um segundo, Gabriel se viu perdido naquele olhar. Havia algo no jeito como Anne o fazia sentir-se à vontade, como se tudo ao redor perdesse importância quando eles estavam juntos.

— Você sabe que está com molho no canto da boca, né? — Anne comentou, quebrando o momento com uma risada divertida.

— Ah, claro, perfeito... — ele disse, rindo também, mas sem desviar o olhar. Em vez de limpar o próprio rosto, ele se inclinou levemente para frente, como se estivesse esperando por algo.

Anne percebeu a aproximação, o coração disparou por um breve momento, mas ela sorriu, inclinando-se para frente também. Com uma atitude brincalhona, ela pegou um guardanapo e limpou o molho do canto da boca de Gabriel, mantendo o toque leve e divertido.

— Pronto, limpinho! — ela disse, recuando.

Gabriel riu, mas havia um brilho diferente em seus olhos agora. Mesmo que o momento tivesse sido quebrado pela leveza de Anne, ele sentiu a tensão entre eles crescer. Talvez fosse o vinho, talvez fosse o ambiente íntimo, mas Gabriel sabia que havia algo mudando entre eles. Não queria apressar nada, mas também não podia negar o que estava sentindo.

Depois de mais uma taça de vinho e uma sobremesa improvisada, Gabriel se levantou para ir embora. Anne o acompanhou até a porta, ambos ainda sorrindo e brincando sobre as habilidades culinárias duvidosas de Anne.

— Foi uma noite incrível, Anne. Obrigado por me convidar — ele disse, olhando-a nos olhos, seu tom mais sério agora.

— Eu que agradeço. Você definitivamente salvou o jantar — ela respondeu, cruzando os braços enquanto se encostava no batente da porta.

Por um momento, ficaram em silêncio, apenas se olhando. O ar entre eles parecia mais denso, carregado de algo que nenhum dos dois estava pronto para nomear ainda. Gabriel deu um passo em direção a ela, como se quisesse dizer algo mais, mas, em vez disso, apenas sorriu.

— Até mais, Anne. — Ele disse, finalmente.

— Até mais, Gabriel.

Ele saiu, e ela ficou parada na porta por alguns segundos, sentindo o coração ainda acelerado. Algo estava definitivamente mudando, e ela sabia que, cedo ou tarde, teria que confrontar seus sentimentos.

Na manhã seguinte, Anne estava no estúdio, pronta para um novo dia de trabalho. Havia uma leveza em seu humor, uma sensação boa após a noite anterior. Seus colegas de estúdio, Pablo e Marina, chegaram pouco depois.

— E aí, Anne, como foi seu jantar com o famoso Gabriel Guevara? — Marina perguntou, já cheia de curiosidade.

Anne riu, mas não conseguiu disfarçar completamente o sorriso.

— Foi tranquilo. Só fizemos uma massa e tomamos vinho — ela disse, tentando parecer casual.

— Hummm, sei... — Pablo brincou, arqueando as sobrancelhas. — Certeza que não rolou nada a mais?

— Nada além de molho derramado e piadas ruins — Anne respondeu, ainda sorrindo.

Marina e Pablo continuaram a provocar Anne, mas ela sabia que, por mais que quisesse manter tudo no campo da amizade, algo estava mudando entre ela e Gabriel. Talvez fosse só o começo de algo maior, ou talvez apenas uma amizade que se aprofundava, mas a verdade era que, no fundo, ela estava ansiosa para ver onde aquilo iria dar.

E, enquanto se preparava para o primeiro cliente do dia, não pôde deixar de pensar em Gabriel, se perguntando o que ele estava sentindo sobre tudo isso.

Arte na Pele - Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora