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Gabriel estava sentado em sua poltrona favorita, um copo de whisky na mão e a televisão ligada em um filme que já tinha visto mil vezes

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Gabriel estava sentado em sua poltrona favorita, um copo de whisky na mão e a televisão ligada em um filme que já tinha visto mil vezes. A história era familiar, mas sua mente estava longe da tela. Ele ainda pensava na noite anterior com Anne. Era curioso como, a cada encontro, ele se sentia mais à vontade com ela, mas também mais confuso sobre suas intenções.

Ele havia feito o convite para o jantar meio que por impulso. A ideia de passar um tempo com ela fora do estúdio de tatuagem o atraía, mas agora, refletindo sobre isso, ele percebeu que talvez quisesse mais do que uma amizade. Havia algo sobre Anne que o intrigava — sua espontaneidade, seu senso de humor e a paixão com que falava sobre seu trabalho. Era diferente do que ele estava acostumado no meio artístico, onde muitos pareciam mais preocupados com aparências do que com o que realmente importava.

Depois do jantar, enquanto dirigia para casa, a imagem de Anne rindo e brincando com ele se repetia em sua mente. Era aquela autenticidade que o cativava. Ele a admirava não apenas por seu talento, mas por sua capacidade de permanecer genuína, mesmo em um mundo onde as pessoas frequentemente usavam máscaras. Ela era um refresco, e isso o deixava ansioso e animado ao mesmo tempo.

Gabriel lembrava-se do olhar que ela havia lhe dado quando ele falou sobre como gostava de sair com ela. O momento havia sido carregado de significado. Ele não queria forçar nada, mas também não podia ignorar a conexão que sentia. Na verdade, a amizade deles estava se aprofundando, e ele queria explorar isso, mesmo que não soubesse ao certo como.

Decidiu que precisava se abrir um pouco mais sobre si mesmo. Em seu mundo, havia sempre a expectativa de que ele fosse o galã, o ator perfeito, o ícone da tela. Mas com Anne, ele queria ser apenas Gabriel. Queria que ela conhecesse suas vulnerabilidades, seus medos, e, quem sabe, até mesmo suas ambições.

Enquanto pensava nisso, seu celular vibrou. Era uma mensagem de Anne.

"Oi! O que você está fazendo hoje à noite? Tem um novo filme no cinema que estou querendo ver."

Ele sorriu ao ler a mensagem. Ela era direta e divertida. Para alguém que tinha suas próprias inseguranças, isso era um convite bem-vindo. Era uma oportunidade de passar mais tempo com ela, e Gabriel não estava disposto a deixá-la passar.

"Oi! Estou livre. Que horas?"

"Vamos às 19h? Eu vou pegar a sessão das 19h30."

"Perfeito! Te encontro lá."

Ele enviou a resposta e, em um instante, se sentiu mais animado do que esperava. A ideia de ir ao cinema com Anne era refrescante. Era algo simples, mas ao mesmo tempo especial. No caminho para o cinema, ele se pegou pensando em como ela se comportaria no ambiente. Seriam mais risadas e piadas? Ou ele ficaria nervoso, tentando impressioná-la?

Chegou ao cinema e, enquanto comprava os ingressos, não pôde deixar de notar como seu coração acelerou ao vê-la entrar. Anne estava com um suéter oversized e jeans, como sempre, mas havia algo nela que fazia tudo parecer diferente. Talvez fosse a forma como ela iluminava o ambiente ao seu redor.

— Olá! — ele disse, aproximando-se com um sorriso. — Pronta para ver um filme?

— Sempre! — ela respondeu, com aquele brilho nos olhos que ele adorava.

Eles entraram na sala, e Gabriel se posicionou ao lado dela. A atmosfera estava carregada de expectativa. O filme começou, e ele tentou se concentrar na tela, mas a presença de Anne ao seu lado era hipnotizante. O jeito que ela se envolvia na história, suas reações às cenas, tudo o que ela fazia o deixava intrigado.

Em alguns momentos, ele se pegou desviando o olhar da tela para observá-la. Havia algo incrivelmente encantador em como ela expressava suas emoções sem se preocupar com o que os outros pensavam. Isso o fez pensar sobre sua própria vida, sobre como ele sempre se sentiu obrigado a manter uma certa imagem.

Quando o filme terminou, ambos estavam rindo de algumas cenas bobas e discutindo os melhores momentos. Gabriel se sentiu relaxado, como se a pressão de ser "o ator" tivesse desaparecido, e ele estivesse apenas ali, como Gabriel.

— O que você achou? — ele perguntou, ainda um pouco distraído com os pensamentos sobre a dinâmica deles.

— Adorei! A atuação da protagonista foi incrível, e a química dela com o coadjuvante era perfeita — ela comentou, com entusiasmo.

Ele notou como os olhos de Anne brilhavam quando falava sobre o que amava. Era uma qualidade que o atraía ainda mais para ela.

— Você acha que eu conseguiria fazer algo assim? — ele brincou, sabendo que ela conhecia seu trabalho.

Anne riu. — Claro! Você só precisa de um bom roteiro.

O jeito como ela sorriu para ele fez seu coração disparar de novo. Havia um entendimento silencioso entre eles, uma conexão que parecia se fortalecer a cada encontro. Ele não queria apressar as coisas, mas também não queria perder a oportunidade de explorar essa amizade.

Enquanto saíam do cinema, Gabriel decidiu que precisava ser mais autêntico com Anne. Precisava mostrar a ela quem ele realmente era, longe das luzes da ribalta. Aquela amizade estava se tornando importante para ele, e ele queria que ela soubesse disso.

— Anne, podemos conversar por um momento? — ele perguntou, segurando-a antes que ela se afastasse.

Ela olhou para ele, surpresa, mas curiosa. — Claro, o que aconteceu?

— É só que... eu sinto que nós estamos criando uma conexão boa, e eu gostaria de compartilhar algumas coisas sobre mim. — Ele hesitou, mas sabia que precisava ser honesto.

Anne o observou, esperando que ele continuasse. E naquele instante, Gabriel soube que estava prestes a se abrir para alguém que realmente importava.

Arte na Pele - Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora