Prólogo

94 8 1
                                    

Alexandra encarava seu pai completamente chocada depois de seu anúncio a respeito de sua herança, enquanto Victor seu marido abaixou a cabeça frustrado e Christopher colocou a mão na boca e deu um sorrisinho, achando a situação engraçada e ilógica.

— Papai, por que está fazendo isso comigo de novo? — A mulher de cabelos loiros estava com os olhos azuis arregalados.

— Não estou fazendo isso para puni-la, minha filha! Eu só estou lhe comunicando o que irei fazer com o império que eu, sozinho, construí. Quero que seja do meu futuro bisneto, ou dar tudo a uma instituição de caridade. — O senhor que estava completando seus oitenta e cinco anos naquele mesmo dia, sorriu, e encarou o neto.

— O senhor tem um neto, por que não deixa sua fortuna para ele? Uma instituição de caridade? Enlouqueceu, meu sogro? —Victor contestou e o senhor Domenico sorriu para ele.

— Não banque o espertinho e tente me incapacitar, eu estou muito pleno de minhas faculdades mentais. Nunca tive tanta certeza na vida. — Ele encarou o neto que ainda estava pensativo. — Eu sei que Christopher sequer precisa deste dinheiro, construiu uma carreira sólida no ramo imobiliário e ter uma segurança familiar com certeza é uma prioridade maior. Então minha herança seria bem administrada e usada de forma justa.

— Eu não sei se terei um filho até sua morte, que espero não ser logo, vovô, mas realmente não preciso do seu dinheiro e se quiser mesmo doá-lo para quem precisa eu realmente não me importo. — Alexandra o olhou desesperada.

— Christopher, como pode dizer isso... e eu? — Alexandra praticamente gritou.

— Mãe, pelo amor de Deus. A senhora tem sua profissão que sempre amou, também não precisa da herança do vovô. — Christopher soprou o ar com força, frustrado pela ambição da mãe.

— Dinheiro é poder, Christopher, poder é força, minha profissão é inútil, eu amo, mas não me ajuda a ser importante e respeitada na sociedade. — Alexandra levantou. — Papai, por que não muda de ideia?

— Porque eu não quero mudar de ideia. Christopher tem toda razão, você não precisa deste dinheiro, nenhum de vocês precisam, mas se o Christopher tiver um filho logo, eu deixarei minha herança permanecer na família. — Alexandra se deixou cair no sofá ao lado do filho e o encarou como se ele fosse um maldito traidor.

O rapaz piscou para a mãe que enrugou o nariz com raiva e ele riu.

— Agora que já falamos dessa parte chata e desnecessária, que tal irmos receber nossos convidados e comemorar pela vida do vovô e torcer para que ele continue vivo pelos próximos 10 anos, para que eu encontre a mulher da minha vida e tenha um filho com ela? — Sugeriu Christopher debochando.

Alexandra encarou seu filho com raiva, Christopher não deu ideia, apenas levantou e foi até o seu avô.

— Eu deveria ter te dado umas boas surras, moleque! É por causa disso que vive debochando da sua mãe, atrevido! — Senhor Domenico riu, e colocou a mão no ombro do neto. — Vamos sair daqui meu neto, antes que sua mãe nos mate! — Christopher sorriu, mas estava chateado, por mais uma vez sua mãe agir como se o dinheiro fosse a única coisa importante na vida.

Alexandra os fulminou com o olhar, enquanto os via se afastarem.

Domenico abriu a porta e os sons de conversa e música clássica tocando adentrou pelo ambiente. Quando os homens saíram do recinto, Alexandra encarou o marido que lhe oferecia um copo de uísque puro, ela o pegou e tomou num só gole.

— Não acredito que ele está fazendo isso comigo! — disse Alexandra e Victor sorriu.

— Ele fez isso anos atrás, não foi por isso que se casou comigo? Para garantir que se o velho morresse por causa do câncer você tivesse direito a herança? — A mulher rosnou, ele tinha razão, ela sequer o amava, e os dois estavam cientes daquilo.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora