Epílogo

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Dulce Maria

Olhei minha família na água brincando, Christopher segurava Liz com um cuidado absurdo enquanto a menina batia na água e piscava quando batia nos olhinhos. Ri quando ela fez um biquinho, provavelmente pela ardência nos olhos.

Meu marido veio em minha direção segurando nossa menina e eu ao vê-la em seu colo, sempre ficava pensando como Liz parecia pequena nos braços fortes dele.

Até que ela tivesse uns três meses, ele nunca pegava ela no colo sem estar sentado. Mas desde a primeira vez que a pegou com confiança, eu sentia que era como se ele segurasse o mundo.

Liz era fascinada pelo pai, de um jeito que me emocionava. E me dava até uma cosquinha de ciúmes. Sabia que ela também me olhava com muito amor. Mas a conexão com o pai era algo inexplicável.

Christopher sentou ao meu lado e pegou alguns baldinhos para brincar com Liz. Nossa filha pegou e bateu na areia.

— Não, princesa. — Christopher pegou o balde e colocou areia, a menina olhou, pegou o balde e fez a mesma coisa de antes.

— Ela não entendeu a brincadeira, amor. — Eu ri de sua cara. — Ela só tem sete meses.

— Tão esperta para umas coisas e tão...

— Não vai chamar minha filha de burra! — um sorriso se desenhou em seus lábios.

— Jamais a chamaria disso, limitada, talvez. — Empurrei seu ombro.

— Ela é um bebê...

— Eu sei, mas estou louco para vê-la andar. — Pensei em Jaden correndo pela casa com uma energia desenfreada.

— Bom, quando isso acontecer, espero que tire férias de um ano para correr atrás dela o tempo todo. — Ele fez um biquinho.

— Papai corre mesmo. — Liz o olhou e riu batendo agora uma pá de brinquedo no balde. — Por que sua mãe não desceu hoje?

Acabei sorrindo.

— Ela tinha um encontro! — Christopher levantou a sobrancelha.

— Como assim? — Christopher não era só protetor comigo, era com minha mãe também. Eu achava lindo como ele parecia ter encontrado nela a mãe que sempre quis.

— Um encontro, o que você não entendeu? — Ele fingiu-se de ofendido.

— Nem sabia que ela tinha conhecido alguém. — Dei de ombros.

— Parece que ele é um viúvo, dono do hotel em que estamos hospedados.

— Estou surpreso. Não esperava isso da minha sogra. — Ele balançou a cabeça, dei um tapinha nele e limpei a boca Liz que estava com um pouco de areia.

— Não esperava o quê? Que ela estivesse viva? — Christopher bufou.

— Pode só ficar feliz por ela? — Ele cruzou os braços no peito.

— Só quando conhecer esse sujeito e analisar se ele merece a mulher maravilhosa que ela é. — Ah minha nossa, eu o amava ainda mais quando ele cuidava da minha mãe, mas....

— Espera, pretende fazer isso com todos os namorados que ela quiser arrumar? — questionei em tom de deboche.

— Todos? O que quer dizer com todos? Por um acaso tem uma lista de pretendentes?

— Uma lista imensa... Já viu a gata que minha mãe é? — Christopher me olhou indignado.

— Eu vou infartar com essas mulheres na minha vida. — gargalhei quando ele coçou o peito. Mas sabia que era sério. Christopher se preocupava de verdade com todas nós.

— Não, filha, não faz isso! — Vi Christopher resmungar e limpar a mão de Liz que ela tinha acabado de enfiar na boca. A cena dele limpando-a com os olhos arregalados me fez rir.

...

Dulce me vi realizada. Era um cenário que eu nunca imaginei ser possível, mas que, de alguma forma, se tornou minha nova realidade. Casei-me com Christopher, o homem que havia conquistado meu coração de uma forma tão intensa e tranquila, que eu sentia que a vida tinha, finalmente, encontrado seu ritmo. Cada olhar de Christopher, cada gesto de carinho que ele dirigia à mim, reafirmava que aquele amor era verdadeiro, profundo e seguro.

Liz, nossa filha, crescia cada dia mais encantadora e amorosa, não apenas comigo e com Christopher, mas com o mundo ao seu redor. Eu fazia questão de transmitir a ela o que nunca tive: a importância da independência, da liberdade para escolher e decidir por si mesma. Se havia algo que eu sentia falta durante boa parte da vida, era essa autonomia que, por tantas vezes, fora abafada pela superproteção de minha mãe. Eu sabia que, se pudesse ensinar Liz a ser dona de seu próprio destino, a menina seria mais forte, mais feliz.

E Blanca, ah, Blanca...minha mãezinha... Ela também encontrara seu lugar no mundo. Casou-se com o dono do melhor resort da Califórnia, um homem bom, honesto e extremamente carinhoso. A vida de Blanca estava tão cheia de realizações que até parecia um sonho, mas ela sabia, no fundo, que merecia cada pedacinho daquela felicidade.

Poncho, com sua típica hesitação, finalmente tomou coragem e chamou Anahí para sair. Claro, que não faltaram alfinetadas e brincadeiras entre os dois — ela sempre com seu jeitinho sarcástico e ele com sua grosseria atrapalhada — mas, de alguma forma, aquilo se transformou em algo mais. Um relacionamento que começava tímido, mas com promessas de muitos momentos de cumplicidade. Para Poncho, estar com Anahí era mais do que apenas um namoro; era uma transformação, sinônimo de família para Jaden.

E assim, entre risos, discussões e declarações de amor, a vida parecia se encaixar perfeitamente. Não existia mais o medo do que viria a seguir, porque tudo estava no lugar certo, no tempo certo. Eu sabia que minha vida havia alcançado o ápice da realização. E que, a partir dali, só restaria viver cada dia com o coração cheio de gratidão.

4o mini


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