Capítulo 17

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Dulce Maria

Eu não fazia ideia de como agir diante daquela situação... Ter Christopher tão perto estava mexendo comigo de uma forma estranha e eu não me sentia confortável com aquilo.

Arrumei a mesa e ao invés de já ir comendo, o esperei sair do banho.

Ele saiu de lá apenas com a camisa e sem a jaqueta que usava mais cedo e a calça jeans. Christopher encarou a mesa e depois meu rosto.

— Não precisava ter me esperado. — dei de ombros.

— Eu não gosto muito de comer sozinha. — Ele sorriu.

— Descobri mais uma curiosidade da misteriosa Dulce! — Cocei a nuca e enfiei os dedos nos cabelos úmidos.

— Não espalhe por aí que está sabendo tantas coisas sobre mim! — Ele riu e concordou.

— Quem disse que quero dividir seus mistérios com mais alguém? — Meu rosto ficou muito quente com a força daquelas palavras. — Mas me diz, como está se sentindo? Confesso que estou um pouco apreensivo por estarmos longe de um hospital e sem carro.

Meu coração idiota deu um salto no peito ao ouvir aquilo. Christopher se preocupava comigo? Aquilo era bom, não era?

— Estamos bem, a verdade é que a bebê é muito boazinha. Não me dá trabalho e tirando o enjoo matinal que diminuiu muito, não sinto quase nada. Acho que o maior susto que tomei foi culpa minha, não deveria ter subido na escada. — Falei tão rápido que Christopher riu.

— Nossa, descobri algo que gosta de falar, é sobre a bebê... — Engoli em seco, não tinha percebido aquilo, mas era verdade, falar sobre a bebê me deixava feliz e confortável. — Já pensou num nome para ela?

— Não consegui pensar em nenhum nome especial para chamá-la ainda, pelo menos até ela nascer... — Falei demais de novo, apertei a boca com força para me impedir de falar. Christopher não pareceu perceber.

— Como ela é?

— O que quer dizer?

— Ela é mais calma ou mexe muito? — ele levou um pedaço de bolo à boca.

— Na verdade, ela só mexeu com vontade mesmo uma vez... Foi no dia que chegou, fora isso ela é muito quieta. Já fui até a uma consulta fora de época para saber se era normal. E Virgínia me garantiu que ela estava ótima!

— Então, ela só mexeu para mim, praticamente? — Notei um "quê" de orgulho na voz do Christopher, acabei assentindo.

— Foi essa a impressão que tive. Ela meio que reage a sua voz, mas são poucos movimentos. Exceto quando me toca. Então ela mexe com mais força. Mas nada muito significativo também.

— Interessante. O que acha de fazer o teste? — Levantei a sobrancelha.

— Como assim?

— Me deixando tocar sua barriga? — pediu permissão e eu fiquei sem saber o que dizer para negar aquele contato.

— Ham... — Pisquei desnorteada. Aquilo soava tão íntimo, era o tipo de contato que eu nunca tinha recebido de um homem. Se bem que era um toque inocente. Certo? — Vamos comer e então tentamos.

O pedaço que Christopher enfiou na boca era bem maior que os outros e eu não resisti à risada que me escapou, achando engraçado a forma que ele reagiu à minha permissão.

— Se importa de eu dizer os nomes que gosto? De repente te dá ideias? — Neguei, não me importando de verdade com aquela ajuda. — Cresci no meio de pessoas que acham que o nome de uma pessoa diz muito sobre ela. O meu significa Cristo ou Ungido.  O nome parece esnobe, mas é bom ter um nome com essa força. Me tornou forte.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora