Capítulo 33

32 5 0
                                    

Christopher Uckermann

Juro que tentei me concentrar no evento, mas depois que percebi a tensão da Dulce um alerta se acendeu em minha mente que eu não conseguia deixar de lado.

Sabia que estava exagerando, mas eu ainda lembrava da ameaça da minha mãe.

E o fato do meu pai ter me ligado no dia anterior dizendo que saiu de casa, mas tinha ido ver a Alexandra e ela tinha simplesmente sumido me deixou completamente em pânico.

Ela não seria capaz de machucar a Dulce, seria?

Eu estava sendo paranóico, achando que a vida real era um filme criminal, certo?

Passei o resto do evento procurando Dulce para ver se ela estava bem e a verdade é que estava surpreso por ter chego ao fim da tortura sem procurar um jeito de cercá-la com meu corpo para que ninguém olhasse demais para ela. Será que isso era doentio? Será que eu estava exagerando com os cuidados?

Reuni-me ao grupo e abracei Dulce por trás beijando seu pescoço e a embalando em meus braços. Ela colocou a cabeça em meu peito e me encarou.

— Está liberado? — beijei a pontinha de seu nariz e ela riu.

— Estou sim. — Encarei seu rosto delicado e notei que ela parecia cansada. — Vamos embora? — Ela concordou com um sorriso. — Ótimo, vamos lá! — Olhei meu avô e Poncho. — Vocês vem?

— Eu vou depois. — Poncho disse olhando para o palco.

— Vou com o Poncho. — Fiquei um pouco tenso de deixar meu avô, mas ele sabia se cuidar.

— Anahí? — Dulce chamou a amiga e a loira olhou minha namorada com a sobrancelha erguida.

— Agora que a festa tá ficando boa, vai começar o show... Eu vou ficar! — Ela piscou para Dulce que balançou a cabeça rindo.

— Estamos sozinhos nessa. — Comentei e Dulce riu. — Não que eu esteja reclamando...

Dei uma risada com a cara que Dulce fez e peguei sua mão.

Andamos pelo evento que estava começando a encher mesmo agora. Mas eu estava feliz que não era mais necessário permanecer. O show iria esquentar as coisas e Dulce precisava descansar.

Senti que ela apertou minha mão e se aproximou mais de mim.

Não sabia dizer se ela tinha fobia de pessoas, ou se era apenas um mecanismo de defesa que ela adquiriu por ter sido cega por quase toda sua vida.

Mas essas coisas me preocupavam. Quando ela se assustou mais cedo, eu senti como se tivesse que prestar mais atenção nela e depois disso fiquei procurando-a com os olhos feito um obcecado.

Finalmente chegamos ao carro e eu a ajudei subir, ela me olhou de um jeito diferente que me fez querer beijá-la e fazer outras coisas também.

Era estranho pensar que apesar de estar grávida Dulce nunca tinha tido nenhuma daquelas experiências de intimidade antes, eu não sabia muito bem como agir, se seria muito ousado tocá-la da forma que desejo. Se ela se sentiria bem com isso, se eu seria capaz de ir adiante sabendo disso tudo...

— O que foi? — ela ficou sem graça.

— Por que a pergunta?

— Está me olhando diferente... — Abaixei a cabeça e peguei sua mão, levando os dedos à boca. Não estava com vergonha nem nada, tinha mais a ver com cuidado.

— Estou pensando no quanto é preciosa para mim e que não sei o que fazer para se sentir cuidada e amada. Mas também desejada. — Eu... — apertei os lábios nervoso. — Eu nunca sei como me aproximar ou se posso fazer isso, entende... Não quero ser invasivo ou... — percebi que estava falando demais e a encarei com um sorriso de lado desconcertado. — Acho que me perdi...

Dulce mordeu os lábios parecendo incomodada, ela engoliu em seco e puxou o ar com força...

— Isso é... Por que... minha mãe deixou escapar que eu sou... — ela desviou o olhar. — Minha mãe me disse que te contou... — assenti.

— Está tudo bem para você eu saber? — Ela apertou os lábios.

— Na verdade, não está tudo bem. — apertei suas mãos. — De repente se você não soubesse de nada disso, não me tratasse como se eu fosse uma porcelana prestes a quebrar...

— Eu não... — Ela colocou o dedo na minha boca me calando, fiquei surpreso.

— Eu sei que pareço frágil. Mas tem noção do que passei nos últimos meses e sobrevivi? — Fechei os olhos com força.

— Me mata saber que foi minha mãe quem fez isso a você! — rosnei.

— Eu sei. E não gosto que se sinta assim. — abri os olhos para encará-la. — Não quero que tenha receio de me tocar, amo ser tocada por você. A forma que minha pele se incendeia e se arrepia. A vontade que tenho que continue me tocando, mais e mais... Eu não sei explicar, só... Não precisa ter medo disso por que eu não tenho.

O sorriso que dei poderia ter rasgado meu rosto. Mas ao invés de pensar muito naquilo foi eu quem ataquei a boca dela desta vez e a puxei, empenhando um pouco de força para trazê-la para mim. Nossos lábios se chocaram de uma forma eletrizante. E um arrepio correu por todo o meu corpo dando curto em meu cérebro.

Um pouco mais ousado que em qualquer outro momento com ela, coloquei a mão em sua coxa e subi levemente a barra do vestido. Suguei seus lábios e quase enlouqueci de tesão quando a ouvi gemer em meus lábios.

Céus, Dulce era minha perdição, eu tinha certeza disso.

Afastei-me dela ofegante e tirei minhas mãos quentes de sua pele. Eu estava pegando fogo. Mas não faria mais nada com ela num estacionamento público.

— O que houve? — Seu olhar perdido me encarava intenso.

Deixei um beijo mais calmo em seus lábios e sorri.

— Vamos para casa, amor.

— Ah... sim... — ela olhou para para frente, parecendo se dar conta de onde estávamos. Acabei rindo e passando os dedos em sua bochecha vermelha.

Ela se virou no banco e eu fechei a porta, e andei até o banco do motorista rindo feito um idiota enquanto tentava controlar minha ereção. Eu estava me sentindo um adolescente fazendo merda.

Mas era impossível conter aquela vontade de tocá-la eternamente e fazê-la minha. Assim que entrei no carro, Dulce me olhou de um jeito que dizia que ela estava tão afim quanto eu de tornar as coisas ainda mais oficiais.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora