Capítulo 45

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Christopher Uckermann

— A embolia de líquido amniótico é uma síndrome clínica de hipóxia, hipotensão e coagulopatia resultante da entrada de antígenos fetais na circulação materna.

Parecia que o médico estava falando outra língua.

— A embolia de líquido amniótico é uma emergência obstétrica rara, Dulce foi medicada a tempo e precisa descansar, fora um tratamento mais agudo num período de quatro a seis meses será necessário para que ela não tenha dificuldade em respirar — Meu coração doía com cada palavra.

Mas o pior havia passado, minha mulher estava se recuperando depois de um belo susto que poderia ter custado a vida dela. 

— Ela ainda vai apresentar alguns momentos de cansaço pelos próximos dias, mas está reagindo muito bem ao tratamento. Sua esposa é uma guerreira.

Sim, ela era mesmo!

— Podemos vê-la? — Blanca pediu e o médico deu um sorriso condescendente.

— Eu prometo liberar a entrada da senhora e do marido mais tarde. Mas no momento, existe risco de infecção, então para o bem da paciente, tenha um pouquinho mais de paciência. Tudo bem?

Blanca assentiu, mas caiu num choro nervoso e eu a puxei para um abraço, tentando acalmá-la, eu também precisava muito daquele contato, pois não estava sabendo lidar com nada daquilo.

— Podemos ver minha filha? — O médico desviou os olhos da prancheta.

— Pelo vidro, sim! Ela está na incubadora, pois nasceu um pouco antes da hora e precisamos fortalecer os pulmões dela, fizemos exames e ela não foi afetada pela embolia. Então podem ficar tranquilos.

Poncho se juntou ao nosso abraço, emocionado também.

A simples sensação de quase ter perdido a Dulce foi devastadora. Eu não estava conseguindo processar ainda.

Seguimos para o berçário e Blanca me olhou no instante que a viu.

— Meu Deus, ela é sua cara, Christopher. — Meu peito inflou de orgulho. Tirando os cabelos e o nariz fino e reto da Dulce, o resto era tudo meu. Os olhos, a maçã do rosto, o formato dos lábios.

— Ela é perfeita, irmão! — Poncho me abraçou de lado e bateu no vidro com os dedos. — Ei, eu sou seu padrinho, hein! Liz, o Jaden vai ser seu guarda-costas, viu.

— Eu não disse que você é o padrinho. E eu achei que tinha dito que Jaden não iria ser babá. — Poncho não mudou a expressão boba do rosto.

— Eu não achei que ela seria tão linda e preciosa. E você não precisa me chamar para ser padrinho, isso é óbvio, não existe ninguém melhor para o cargo.

— Isso não é um trabalho!

— Não mesmo? — Parei para pensar no Jaden e acabei sorrindo.

— Tudo bem, contratado. — Poncho estufou o peito orgulhoso.

Eu tinha impressão de que Liz iria amar demais esse padrinho babão.

— Dulce vai amar conhecê-la. — Blanca fez carinho no vidro, os olhos cheios de lágrimas. Eu não via a hora de vê-la também.

Ficamos um bom tempo paparicando Liz pelo vidro até que meu avô me ligou e eu me dei um tapa mental por ter esquecido dele.

Mas eu simplesmente só conseguia pensar na Dulce.

— Oi, vô, me perdoa. Esqueci completamente de ligar. — Atendi me desculpando.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora