Capítulo 11

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Dulce Maria

Passei pela cozinha onde minha mãe estava com o Jaden que nem uma alucinada, com o medo de que Christopher estivesse me seguindo e continuasse fazendo aquelas perguntas que eu não podia responder. Assim que entrei em meu quarto, fechei a porta e encarei as paredes claras e nelas bem acima da minha cama todos os meus postêres favoritos do Alejandro Sanz.

As lágrimas de nervoso desceram pelo meu rosto, por lembrar a forma que ele foi gentil me fazendo desviar a atenção para algo que eu realmente gostava e que me desviava da realidade.

Agora, sempre que visse aqueles Postêres, lembraria do Christopher e do quanto ele foi necessário para mim naquele momento.

Fui para minha cama e sentei na beirinha. Ouvi uma batida na porta e minha mãe colocou a cabeça para dentro. Jaden entrou antes dela andando sozinho, ele estava mastigando alguma coisa e logo me ofereceu. A banana estava meio esmagada em sua mão.

— Não, meu amor, pode comer, obrigada! — Ele enfiou na boca e eu acabei deixando escapar um risinho em meio as lágrimas, minha mãe sentou ao meu lado e afagou meus ombros.

— Qual foi o motivo de passar pela cozinha igual um furacão, Dulce? — Engoli em seco e limpei o rosto novamente. Eu me sentia transbordando como um rio, e estava começando a sentir um enjoo forte.

— Eu fiquei muito nervosa com a aproximação do Christopher, ele começou a fazer perguntas e sabe o que é pior? Já nos vimos antes.

Minha mãe abriu a boca surpresa e eu suspirei.

— Assim que peguei o resultado da gravidez, mãe, ele quase me atropelou porque eu estava muito distraída, eu tive uma crise de realidade bem ali e ele me acalmou. Ficou comigo até me sentir mais calma e eu nem me lembrava que tinha contado a um estranho que estava grávida. Mas eu contei e... Era ele... Entende isso? — Blanca abriu e fechou a boca algumas vezes, piscou e puxou o ar.

— Que destino mais traiçoeiro. — Franzi a testa.

— Destino? Isso parece maldição, tortura, castigo... Mãe, eu estou enganando ele e... — Solucei. — Ele é tão gentil, todas as vezes que nos encontramos, ele foi especial. E eu estou mentindo...

— Ah, meu amor! — Ela me puxou para um abraço e eu chorei em seus braços.

— Por que a Alexandra está demorando tanto? Eu quero ir embora daqui, não consigo ficar mentindo para ele, ficar pensando toda hora no que posso ou não falar. — Tossi e funguei. — Eu não sou assim. E não quero me tornar essa pessoa por necessidade ou seja lá o que isso for. Desculpa, mãe, eu não deveria ter feito isso!

— Isso, querida, desabafa, comigo você pode ser quem quiser. E não precisa se desculpar por salvar minha vida, no seu lugar eu teria feito isso e muito mais para curá-la. Eu te amo tanto pelo que fez por mim, você é a coisa mais preciosa que já tive na vida. — Ela me olhou e depois beijou minha testa. — Tudo vai passar, você verá.

— E o meu bebê, mãe... Eu não quero dar ele, eu não vou conseguir viver com isso...

— Nós vamos viver com isso, toda decisão tem um preço, Dulce, o sofrimento irá te fortalecer e eu estarei sempre ao seu lado. — Jaden puxou meu vestido com os olhinhos verdes cintilando.

— Dulce, num choa — ele falou tudo embolado, mas deu para entender. O menininho que tinha chegado no dia anterior em nossas vidas, já nos conhecia e sentia por nós. Eu estendi as mãos para ele e o peguei.

— Eu não estou triste, é choro de felicidade. Você sabia que eu tenho um bebê aqui dentro? — Tentei desviar a atenção dele, que olhou para minha barriga, onde eu pousava a mão, ele colocou a mão e me olhou sem parecer compreender, depois esqueceu o assunto e saiu da cama, procurando com o que brincar ao explorar meu quarto.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora