A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIO

Capítulo 24

Dulce Maria

Assim que entrei em casa, senhor Domenico me esperava com os braços cruzados, não achei que fosse escapar da conversa, mas pensei que teria ao menos algum tempo para ir até minha mãe e pedir auxílio a ela.

Aparentemente a vida estava exigindo que eu tomasse minhas próprias decisões. O senhor fez um gesto de cabeça para que eu o seguisse e foi exatamente isso que fiz.

Enquanto seguíamos para o escritório, mexi nas mãos, ansiosa.

Dom abriu a porta e deu passagem para eu entrar primeiro. Engoli em seco e parei de pé em frente a mesa. Ele apontou para que eu sentasse e fez o mesmo.

— Confesso que tinha esperanças da minha suspeita estar errada. — Ele começou a falar e levou a mão ao rosto. — Minha filha não é uma mulher que segue regras ou os mandamentos de alguém. Ela tem muito da mãe dela, que foi quem a criou enquanto eu construía meu império.

Domenico me encarou como se esperasse ler minhas intenções e eu queria tanto que ele visse que não queria me aproveitar dele.

— Eu quero saber como entrou nesta enrascada, mocinha!?

Abaixei o olhar para as mãos inquietas e puxei várias respirações antes de começar.

— Minha mãe estava doente, ela precisava de uma cirurgia para ter alguma chance de viver. — apertei os lábios. — Senhora Alexandra era minha ginecologista e... Eu contei a ela sobre minha mãe, deste momento em diante, ela começou a me tratar diferente, ia nos visitar no hospital e depois, em uma conversa, ela me deu a entender que o filho dela só poderia ter um futuro, se ele tivesse um filho.

Deixei os ombros murcharem, vergonha nublaram meus olhos.

— Ela me fez uma proposta de ajuda mútua, e eu juro que neguei por muitos dias de insistência. Mas... minha mãe estava piorando e a senhora Alexandra, não parava de pressionar e insistir nessa loucura. Me arrependi no momento que cedi a pressão e assinei o contrato, sem sequer conseguir ler.

Puxei a respiração e encarei seus olhos.

— Eu sabia, desde o momento que ela fez a proposta, que teria que entregar esse bebê, mas eu não quero isso senhor Domenico. Por favor, eu sei que vocês tem todo direito de exigir que entregue ela a vocês, mas...

Levei a mão aos lábios e funguei, sem conseguir terminar de implorar pela minha filha.

— Se acalme, Dulce, não vamos pensar nisso agora, a bebezinha ainda nem nasceu. Eu quero saber dos detalhes. Me conte, sim! — Concordei e mordi os lábios tentando controlar o desespero no peito.

— A inseminação ocorreu como esperado e apenas um mês depois eu estava grávida. Não estava nos planos enganar vocês...

— Estava nos planos dela nos enganar o tempo todo, minha jovem. — Meu coração deu um pulo no peito. — Minha filha nunca pediu autorização ao meu neto para usar o banco de espermas dele. Eu tenho certeza que ela o fez assinar algo, mas ele nunca autorizou isso sabendo. Ela é gananciosa e foi muito longe para conseguir o que queria e você, a ajudou, Dulce!

— Eu não sabia...

— É, você não parece que sabia... Mas meu neto não merece a dor que irá sentir ao ser enganado por alguém que se afeiçoou, conte a ele ou eu conto! — Meu coração perdeu uma batida.

— O senhor não entende, ela me fez assinar um contrato...

— Isso não importa, nada disso tem validade sem o conhecimento do meu neto. — Pisquei nervosa, negando.