Capítulo 28

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Dulce Maria

Parecia que havia um buraco entre nós agora que Christopher sabia a verdade. E como tinha conversado com Anahí, estava com medo que ele mudasse de ideia a qualquer momento, mas decidi seguir parte do conselho dela e tentar ao menos ser amiga dele.

Não faria mal se a gente conseguisse conviver. Eu não conseguia ler Christopher e saber se ele estava com raiva, então deixaria as coisas tomarem um rumo naturalmente.

Ele tomou café da tarde conosco e a todo momento sentia seus olhos pousando sobre mim. E eu gostava daquela atenção vinda dele, gostava bem mais do queria admitir, na verdade.

Meu telefone vibrou em cima da mesa e eu ia olhar a mensagem, na verdade, no fundo da minha alma eu já sabia quem era e já tinha decidido dar um fim aquilo. Mas minha mãe foi mais rápida em ler a mensagem e pegou meu aparelho, a encarei confusa e um pouco brava.

— Mãe, o celular é meu! — Não estava fazendo nada errado, mas privacidade era bom. Ela sequer me deu atenção e eu olhei para Christopher, que também a observava, enquanto minha mãe começou a digitar freneticamente no teclado, eu levantei para olhar e ela desviou de mim e me encarou.

— Você vai trocar de número! — voltei a sentar sentindo como se fosse precisar, e ela encarou Christopher com os olhos aguados, ela estendeu o telefone para ele. — Ela não pode receber esse tipo de mensagem.

Respirei fundo incomodada.

— Mãe, o que está fazendo e qual o seu problema? É o meu telefone, minhas mensagens. — meus olhos estavam lacrimejando, sentindo minha privacidade sendo gravemente violada pelos dois. Já que Christopher não soltou meu celular e ainda estava lendo minhas mensagens.

— Há quanto tempo está recebendo essas mensagens de ameaça da minha mãe? — Eles não tinham o direito de fazer isso, eu sequer estava respondendo.

Estendi minha mão para pegar o aparelho, com certa relutância ele me devolveu. E eu?

Não os respondi, apenas saí da cozinha, sentindo-me desrespeitada.

As mensagens da Alexandra mexiam comigo, me deixavam neurótica e histérica. Mas ninguém tinha o direito de vasculhar a minha vida daquela forma.

— Dulce Maria! — Minha mãe vinha logo atrás de mim.

Eu corri na frente e tranquei a porta do quarto. Eu vou trocar o número, já tinha pensado naquilo, mas eu não sabia o que sentir por eles acharem que eu era a mesma garota inocente de meses atrás, eu não era mais. E eu sabia que meu medo era real.

Alexandra não estava brincando em nenhuma de suas ameaças. Eu sabia disso.

Mexia na barriga exposta suavemente, distraída das coisas, enquanto Liz fazia bagunça. Estava começando a ficar apertadinho, e ela estava mexendo com mais frequência. Eu não conseguia dormir, eram muitas coisas rondando minha mente, a maioria envolviam a avó e o pai dela.

Mas vê-la mexer assim... Me trazia paz e me enchia de um amor que eu nunca tinha sentido na vida. Devia ser verdade o que disseram para mim em uma das consultas no pré-natal. Um filho era o primeiro verdadeiro amor de uma mulher.

Eu tinha sentimentos conflitantes pelo Christopher, no fundo, eu não queria admitir que gostava até demais dele. Mas o amor que sentia por ele não era maior do que o que sentia pela minha garotinha.

Sorri quando um volume maior se acentuou e fiz uma careta quando chegou a causar dor onde a pele esticou um pouco mais.

Uma sombra cobriu o lugar onde estava e olhei para o lado, Christopher estava se sentando na espreguiçadeira ao meu lado e me encarou sério.

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