VOLUME XXXI

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No alto do céu, Zaboria, agora usando o corpo do sargento Adam Vanderbilt, voava numa velocidade absurda, atravessando as nuvens com facilidade. Cada batida de vento parecia alimentá-lo ainda mais, como se o corpo recém-conquistado lhe desse não apenas força, mas uma nova sensação de liberdade.

- Esse corpo... - ele murmurou para si, com um toque de admiração. - Caramba, parece que foi feito pra mim. Forte, resistente... dá até gosto sentir esse poder todo nas mãos.

Ele ergueu o braço, observando a mão que agora controlava. Apertou o punho, sentindo os músculos se contraírem com precisão. Era como se ele sempre tivesse pertencido àquela pele, mas agora, era ele quem mandava.

- Nunca pensei que seria tão fácil dominar uma estrutura dessas - ele disse, um sorriso enviesado surgindo em seu rosto. - Cada movimento... rápido, fluido. Ah, como é bom estar no topo da cadeia.

Zaboria gargalhou, o som se perdendo na vastidão do céu noturno. À sua volta, as estrelas pareciam cintilar em resposta, quase como se reconhecessem a nova força que ele representava. Então, ele parou por um momento, refletindo sobre algo mais profundo.

- E olha só... o processo de fusão tá avançando rápido demais. Logo, logo, esse corpo vai ser completamente meu - comentou, com um brilho frio no olhar, passando a mão pelo peito, como se acariciasse o troféu de sua conquista.

Ele inclinou o corpo para a direita, acelerando ainda mais em direção ao sul. Um leve sorriso de desprezo surgiu em seu rosto enquanto contemplava seu próximo passo.

- Hora de pôr meu plano em ação - disse ele, a voz carregada de uma certeza sombria.

Com um impulso, Zaboria disparou pelos céus, um borrão de energia atravessando a noite. Enquanto cruzava os ares em alta velocidade, ele fixava o olhar à frente, o Rio Grande do Sul em sua mira. A ideia de sua chegada - do pânico que causaria, da destruição que deixaria em seu caminho - o enchia de uma satisfação incrível.

- Ah, Rio Grande do Sul... - murmurou, um tom de sarcasmo afiado na voz. - Espero que estejam prontos pra uma recepção de gala. Afinal, é o mínimo que um rei merece.

O vento parecia responder ao seu chamado, rugindo ao seu redor enquanto ele mergulhava mais fundo em seus planos.

Horas mais tarde, no fundo do bar tecnológico, o som da música e das conversas preenchia o ambiente, iluminado por luzes neon que refletiam nos copos e nos uniformes de soldados de diferentes divisões. Soldados da Nemesis e do Exército do Brasil Imperial se misturavam, comemorando em uma atmosfera de descontração e alívio, afinal, tinham resistido juntos a um ataque recente em São Paulo.

Nicholas estava lá também, mais calmo desde a última missão, embora um tanto distante. Ele segurava um copo enquanto seu olhar vagava perdido entre os frequentadores do bar. A missão ainda pesava na mente dele, e a frustração por não ter enfrentado Gwydion parecia se agarrar a ele como uma sombra.

Um colega se aproximou, dando-lhe um tapinha no ombro.

- Cara, você ajudou demais naquela batalha, sabia? - disse o amigo com um sorriso largo.

- Sem você, a gente teria perdido mais terreno.

Nicholas balançou a cabeça com um sorriso discreto.

- Valeu, mas... sinceramente, eu não fiz nada demais. Só segui ordens - respondeu ele, tentando disfarçar o peso das memórias daquela missão.

Por dentro, a frustração o corroía. Ele queria ter feito mais, queria ter provado seu valor enfrentando Gwydion, mas em vez disso, tudo terminou rápido demais, deixando-o com um amargo gosto de derrota.

Overhazard Neo Cosmic (Novel Oficial) Onde histórias criam vida. Descubra agora