O passado não podia ser mudado. Ao criar consciencia dos erros cometidos, bastava aceitar e lidar da melhor maneira possível no presente. No entanto, Patrick não podia mais permitir que sua vida continuasse sendo uma montanha-russa de emoções, princ...
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Então você nunca foi um santo E eu amei em tons errados Nós aprendemos a viver com a dor Mosaico de corações partidos Mas este amor é valente e selvagem
State of grace
Patrick desembarcou no Texas sendo obrigado a alugar um carro para chegar à sua velha cidade. Precisava encontrar a mãe antes de tudo. Um longo caminho para percorrer. Conectou o celular no carro e pegou a via expressa.
Ele tinha se esquecido de que o Texas era uma paisagem cinza melancólica. Simplesmente não havia beleza ali, totalmente diferente da movimentada Kansas que amava de paixão. Muitos carros antigos, areia nas ruas, policias com viaturas paradas, jovens arrumando problemas nas ruas e calor.
Bateu as mãos no volante no ritmo da canção da Mariah Carey, Always Be My Baby. Moveu a cabeça, cantando o refrão animadamente, como se a letra não fosse sobre o término.
Entrou na reta que levaria ao lugar que nasceu.
Elvis Presley começou a cantar. Colocou os óculos escuros, e aumentou o volume.
— Oh sweet Caroline, good times never seem so good! – moveu os ombros para frente e para trás.
Viu a velha escola em que estudou.
Passou pelas ruas que caminhou muitas e muitas vezes.
Fez contato visual com o hospital que nasceu.
Ignorou as pequenas lojas ainda de pé.
Entrou na área residencial em que a mãe vivia por anos. As casas já não eram mais tão bonitas quanto no passado, e os jardins tiveram dias melhores. As fazendas continuavam as mesmas, tomando o máximo de espaço possível para o gado e extração de petróleo. E no fim daquela enorme rua, Patrick avistou sua antiga casa.
Estacionou na frente da garagem, pegando o boné jogado no banco do passageiro.
Saiu do carro sentindo o vapor insuportável que vinha do chão.
Como um garoto conseguiu sobreviver a isso?
Subiu as poucas escadas de madeira, e bateu na porta.
Patrick não tinha avisado a mãe porque foi de última hora. Ela também não precisava saber de tudo. Havia limites que ele gostava de impor.
A porta foi aberta por Randi. Ela arregalou os olhos ao ver o filho mais velho, recebendo-o de uma maneira estranha, totalmente acanhada. Patrick tirou os óculos para enxerga-la melhor. Não era comum que pisasse no Texas, realmente fazia muito tempo, desde que assinou com os Chiefs, mas ela podia parecer mais feliz.
