James
James acorda com os barulhos familiares dos outros se levantando.
"Lembre-me de comprar penas novas em Hogsmeade", Remus diz enquanto vasculha sua bolsa.
"Também temos que ir ao Zonko's. Precisamos pegar bombas de bosta, nós as terminamos", sorri Sirius, "E também bombas de trovão, algumas caixas de clima em uma garrafa... E as bombas de whiz. Já tenho algumas ideias de como usá-las".
Ele enrola o cachecol de Regulus mais apertado em volta dele. Regulus o deixou na noite anterior, ele o pegou para devolvê-lo, mas não resistiu a se envolver nele, se envolver no cheiro de Regulus.
Ele tira e se levanta. Remus diz bom dia, atraindo para ele um olhar penetrante de Sirius. Peter se prepara na velocidade da luz e sai do dormitório.
"Tenho que devolver esses livros à biblioteca, te vejo no campo", diz Remus, enquanto beija Sirius e vai embora.
Sirius continua ignorando James, ele age como se ele nem estivesse ali enquanto se prepara.
James dá alguns passos em sua direção, "Pads..."
Sirius nem levanta a cabeça, ele sai e bate a porta atrás de si.
James volta para a cama.
Na noite anterior, era tarde quando ele voltou para o dormitório, e ainda muito cedo em sua opinião. Ele teria ficado com Regulus a noite toda.
Foi um sonho. Ele espera que não tenha sido um acaso, ele espera que não tenha que acordar.
Ele não sabe o que fez Regulus ficar. Ficar na Torre, ficar com ele. Mas ele ficou. James não sabe o que causou essa mudança em Regulus, que de repente fala com ele novamente, o trata como seu amigo, assim como James pensava, esperava, que eles ainda fossem, e que se deixou abraçar quando James o puxou para seus braços, e que por sua vez o abraçou quando James se sentiu sobrecarregado por seus sentimentos confusos.
Ele contou a Regulus, contou a ele sobre o que aconteceu com Sirius, disse a ele que veio para a Torre porque não queria ir para o dormitório e que era a coisa mais próxima de um espaço aberto que ele tanto desejava. E ele disse a ele, apesar de estar cauteloso, seu papel em tudo isso. E ele o tranquilizou que ele não deveria se arrepender, que deveria estar tudo bem que eles fossem amigos, que está.
Ele sabe que Sirius está ferido. Machucado por James. Machucado por seu irmão, que estava diante de Sirius, cercado por seus pais, suas mãos em seus ombros, assim como uma pintura que James viu uma vez. Mas essas mãos não o estão guiando amorosamente, ou apoiando-o, elas têm garras o mantendo ali, garras que Sirius não viu. Compreensivelmente, já que ele teve que cuidar de seus próprios ferimentos.
Sirius está sentindo falta e amando alguém que ele acredita ser um fantasma, ele está de luto pelo irmão que uma vez existiu. Só que ele ainda existe, ele está aqui em carne e osso e dor, uma dor tão parecida com a dele, mas carregada de forma tão diferente.
James espera ter conseguido ajudar Regulus com qualquer dor que ele estivesse sentindo na noite passada. Regulus certamente o ajudou.
Eles permaneceram na Torre, mesmo durante períodos de silêncio preenchidos apenas pela chuva caindo ao redor deles. Regulus contou a ele um mito sobre um deus e a chuva, e o céu caindo pareceu dizer a James que não tem problema chorar, chorar comigo. E Regulus estando lá, com seus olhos molhados e seus braços envolvendo James em seu tumulto, pareceu dizer a mesma coisa, não tem problema chorar, chorar comigo.
James está sempre focando no desejo de ajudar, de confortar, quando alguém na frente dele está chateado. Ele é o pilar, a presença firme, sólida e espirituosa para todos os seus amigos. Às vezes, porém, até os pilares podem rachar ou ruir, e ele sempre enfrentou esses momentos sozinho. Sim, pode ser culpa dele, ele nunca se mostrou nada menos que feliz e sereno.
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Jealousy Jealousy // Jegulus & Rosekiller (tradução)
FanfictionQuando Regulus é forçado a ensinar poções a James, ele começa a pensar que James não é como ele o imaginou. Quando Evan começa a se afastar de seus amigos, Barty percebe que sente falta dele e que não o vê apenas como um amigo. Solução de Regulus e...