CAPÍTULO 10

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 KIRA FANE

Acordei com o telefone tocando e com a cabeça explodindo de dor. Quanto mais movimento fazia, mais a cabeça latejava. Que dor absurda, o quanto eu tinha bebido ontem?

Me lembrava de estar conversando com a Mahara no toppers e em minutos ela estava no meu apartamento, me ajudando a trocar de roupa. No mesmo instante, apaguei. Sabia que tinha lançado algumas flertadas no toppers para ela, mas será que tinha dito alguma merda aqui em casa? Não me recordava dessa parte.

Meu lorde, odiava beber e não lembrar do que aconteceu.

Como ela voltou para casa? Ela tinha chegado bem? Precisava saber.

O celular não parava de tocar e sem vontade, estiquei o braço para a mesa de cabeceira e alcancei o aparelho. A luz impactou meus olhos e precisei fechá-los um pouco. Na tela brilhava o nome do meu pai, Kanji.

Franzi o cenho, não entendendo, porque ele não era de me ligar de manhã. Atendi a chamada e encostei o celular na orelha.

— Olá filha, tudo bem? — Disse animado do outro lado da linha.

— Bom dia, Kanji. — Não tinha muito costume de chamá-lo de pai. — Estou sim e você?

— Bom dia? São 11:55, daqui a pouco é meio-dia, mocinha. — Brincou.

Que merda, perdi o horário das aulas na faculdade. Ressaca, você me paga.

— Acordei você? — Inquiriu.

— Não, relaxa. Já estava acordada. — Lentamente, ergui o corpo.

No meio tempo que ele falava sobre as coisas que fez durante esses dias, eu saí da cama e com preguiça arrastei meus pés até a cozinha. Era só isso que conversava com Kanji. Assuntos fúteis e sem muita intimidade até porque não conseguia. Não conseguia forçar algo que não queria e ele respeitava.

Me aproximei do armário da cozinha e abri, tirando a caixinha de remédios. Removi um e peguei um copo. Me deslizei para o lado, abrindo a torneira e enchendo o copo com água. Em seguida, consumi os dois conteúdos.

Nunca mais vou beber desse jeito. Sabia que não aguentava e mesmo assim era idiota e bebia.

— Mas e você, Kira? Sério que você terminou com sua namorada?

— Sim. — Aproveitei para fazer um cafezinho. — Nosso relacionamento não estava indo para um bom caminho.

Liguei a máquina e coloquei uma cápsula. Pousei a xícara e esperei.

— E você está bem com isso?

Tirando a parte que fizeram uma publicação sobre mim, sim. Falando nisso, não fazia a mínima ideia se Letty conseguiu obrigar a menina a apagar. Precisava verificar.

Puta merda, era tanta coisa. Parecia que o dia de ontem foi um surto, nunca aconteceu.

— Estou bem, não se preocupe. — Respondi, soprando para a xícara já preparada e quente.

— Certo... — Murmurou. — Kira?

— Sim? — Me encostei na bancada, dando um gole.

— E o... seu... irmão, como ele está? — Demorou para perguntar.

— Está bem, Kanji.

— E a esposa dele, como está correndo a gravidez?

— Tudo certo também. — Ingeri mais um pouco.

Chase excluiu nosso pai da sua vida, por seus motivos. Então Kanji não sabia nada sobre ele, ele só recebia informações através da nossa mãe. A pessoa que o visitava com mais frequência.

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