Capítulo 19

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Não havia uma maneira mais correta de dizer aquilo... Mesmo se falasse de um modo mais gentil, mesmo se estivesse calmo para falar na maior naturalidade, seria terrível do mesmo jeito. Eu soluçava, minha voz estava rouca, e os batimentos cardíacos acelerados. Ele arregalou os olhos, a pele estava tão pálida que parecia papel seda e os sentimentos transpareciam no rosto dele. Choque, dor, desilusão, raiva, ódio, ira e principalmente os três últimos. Me encarava de uma forma que fazia os meus pelos arrepiarem como se passassem uma corrente de ar frio. E falou.

-- Repete. REPETE O QUE VOCÊ DISSE!!!

Engoli o seco. E o pau vai quebrar...

-- Eu e a Pa-Paula a gente. A gente... - engoli o seco.

Se antes ele estava pálido agora estava em um vermelho purpura com os olhos que faltava transbordar de raiva... Ele levantou da cama e antes que eu tentasse explicar algo me acertou com um tapão tão forte que quase eu me desequilibrei... Parecia que meu rosto foi acertado por labaredas de fogo. O mão pesada da porra!!!

-- Por favor me perdoa... Por favor... - eu estava chorando. Eu nunca chorei na frente dele até aquele momento...

-- TE PERDOAR? EU ESTOU ME CORROENDO DE VONTADE DE TE MATAR, VOCÊ E AQUELA VADIA... - ele soltou uma risada que parecia um maníaco assassino...

-- Olha, eu juro que nunca tive intenção. Foi um acidente... - dei o argumento ridículo.

-- ACIDENTE?! ACIDENTE É VOCÊ TROPEÇAR E CAIR, QUEBRAR ALGO SEM QUERER E NÃO TRANSAR COM A SUA PRIMA!!!- Ele gritou.

--M-mas e-eu tava bêbado... - fui pra traz da poltrona me distanciando dele. Vai que ele estava com uma faca? - E eu estava morrendo de raiva por que você amou aquele cara.

-- IMBECIL!!! QUANTAS VEZES EU TE DISSE QUE TE AMAVA? E É ASSIM QUE ME RETRIBUI? E TEM A AUDÁCIA DE DIZER "FOI ACIDENTE".

-- Mas eu estava com ciúmes...- solucei.

Ele avançou pra cima da minha orelha e deu um puxão tão forte que me fez cair no chão. Eu juro que ele parecia um assassino... o.O

-- POR QUE DIABOS VOCÊ NUNCA ME OUVE? SERÁ QUE TUDO O QUE EU DISSE FOI EM VÃO? E NEM OUSE SAIR DESSE QUARTO SE NÃO SERÁ UM HOMEM MORTO. - ele apontou o dedo na minha cara.

-- Eu fui um trouxa, babaca, otário, um verdadeiro idiota, mas por favor - eu me levantei - eu te amo demais...

Ele agarrou um abajur que estava na escrivaninha e atirou com toda a força em minha direção. Se não desviasse minha cara ia ficar toda amassada...

-- Eu te amo demais... Ama é o caralho. Aiiii como eu pude acreditar que você e aquela vaca não iam... - ele começou a chorar... Eu tentei segurar os ombros dele mas ele andou um passo para traz - SE VOCÊ SE AMA A SUA VIDA SE AFASTE!!! - gritou.

-- Eu vou sair para não te incomodar mais... - disse vacilante caminhando até a porta do quarto.

-- SÓ VAI SAIR DA DROGA DESSE QUARTO QUANDO EU AUTORIZAR!!! AGORA VOLTE AQUI, ANTES QUE EU TE ARRASTE PELOS CABELOS!!! - berrou.

Voltei de fininho e sentei na ponta da cama...

-- Eu só vou dizer uma coisa. O que aconteceu entre a gente, ACABOU. E manda avisar aquela sua prostituta particular que se eu estiver de carro e a ver na rua, passo em cima do crânio dela e dou marcha ré pra ter certeza que foi para o quinto dos infernos. - ele disse palavra por palavras como se estivesse cuspindo um veneno perigoso. Ele era pior que o pai...

-- Mas eu te amo demais... Cara por favor , me perdoa vai... Eu te amo muito fosforozinho... - disse ajoelhado e completamente desesperado. Ele só caminhou até a mim e deu um empurrão forte com a perna me fazendo cair para trás... Onde ele tirou essa força?

E o Playboy se Apaixona de VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora