Capítulo 8

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Me arrependi de ter feito aquela palhaçada... Saímos de lá todo encharcados de agua e lama... Chegamos à sua casa e eu parei com o carro na frente do portão... Ele estava com a cara bem branquinha por causa do frio, mas com um sorriso estampado no rosto que transbordava alegria. E ele chegou mais perto de mim e me beijou, sem mesmo falar ou expressar algo. Às vezes é melhor calar a boca e começar a beija-lo... Eu cada vez mais amo essa boca... O coisa gostosa.

--Você ainda vai me enlouquecer de vontade desse jeito!!! - falei em seu ouvido.

--Por enquanto vai ficar só na vontade! - disse ele sorrindo

--Mas não é justo!!! Você não tem a mínima noção do que é te querer...- passei o nariz em seu pescoço... -Se eu parar no hospício eu te levo junto.

--Mas você não vai precisar... Por isso aguente firme! - ele disse abrindo a porta.

--Ariel?

--O que foi Bê?

--Eu te amo... e vai logo se trocar antes que você gripe... - disse.

Ele sorriu e foi pra mim, e saiu pra casa. Eu fiquei lá esperando ele entrar pra ter certeza que ele já estava seguro, em casa. Depois fui pra minha... Cheguei lá e meu pai já estava de plantão na sala vendo tv.

--Onde você esteve Bernardo! E misericórdia que estados são esses? - ele apontou a minhas roupas.

--Nada não. - disse me fazendo de desentendido.

--Humm, eu não vou bater mais na mesma tecla... Você já levou o Ariel pra casa dele?- indagando mais ainda - O Sr. Aldbrecht não gosta quand...

--Pai - disse interrompendo ele - Já levei ele pra casa, e vê se para de só pensar no seu bem ok?

--Devo explicar que...

--Já chega dessa conversa chata! - cortei a sua fala pela raiz, ele odiava isso;

--Seu muleke malcriado!!!

--Tá legal... - disse subindo as escadas.

Quando cheguei em meu quarto, tomei um banho pra me livrar das roupas molhadas e da sujeira... E fui pro quarto me trocar, e vi uma mensagem dele... "Adorei, este dia B. Mal posso esperar pra te ver! Te amo meu tarado!". Confesso que cai na cama de tanto rir... Fui fechando os olhos e me lembrando no inicio de tudo... Na sala de aula, as gozações com ele, a verdade sobre quem ele era, o que ele viveu... o que eu vivi.

Fui me lembrando de ter que decorar os gostos dele só pro meu pai não perder o emprego, risos... E fiquei me repassando as imagens, falas e sons desde quando estive perto dele... Ah, os beijos, abraços, caricias e tudo mais... A história de vida, sobre ser preso, e se sentir só... As verdades que nunca imaginaria ouvir dele. Tudo isso somado a gentileza e a doçura que ele tinha.

Mas ai uma coisa me pegou: o Pai dele. Antônio Aldbrecht, era simpático e tudo mais... Mas uma coisa que ficou bem claro que ele era possessivo em relação a Ariel. Ele ficou viúvo e tendo só um filho, e certamente o amava demais, mas ao ponto que até pra mim era sufocante... O Sistema Kensington, as proibições, regras, moralidade. Tudo tocava na ordem que ele desejava... Mas eu tinha que falar pra ele que eu era o novo namorado do filho dele.

Era o certo não era? Ir à casa do sogro, mas eu não podia falar "Olá sogrão!!! Sou o namorado do teu filho!!! E relaxa eu amo ele... e também quero comer ele futuramente!" Ele me mataria, e jogaria o meu corpo entupido de cimento no meio do mar... Eu tinha que ser sincero. Lógico que eu tenho receio, afinal a única pessoa da qual eu falei o que sentia era o próprio Ariel...

Mas então uma mensagem veio cair como uma luva: " B vem aqui hoje jantar comigo? O meu pai deixou! Vem logo, vou estar te esperando!!!"... Fui planejando e ensaiando as falas na frente do espelho, e depois separei uma roupa. Fiquei pensando em desistir, mas se eu cheguei até aqui eu não vou mais voltar... Peguei o celular e fiquei bobeando por um tempo até que deu 18:30 e fui me arrumar pro abate, digo, momento da verdade.

E o Playboy se Apaixona de VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora