- Oh meu Deus, Bernardo, por que tu não se controla? - disse Ariel, acho que numa sexta feira.
- Só mais um vai... Unzinho não fará mal... - falei enquanto passava a mão nas costas dele, dentro da camisa e do casaco, enquanto ficávamos espremidos entre duas estantes da biblioteca.Ele olhou para os lados e me deu um selinho rápido. Como não me contento com pouco, dei um beijo de língua, longo, quente e húmido.
- Tu não tens vergonha na cara? - ele saiu dos meus braços, colocando o livro de volta na estante. Ele puxou outro livro e foi para a área das mesas, sabendo muito bem que não poderia fazer nada lá.
Enquanto caminhava, suspirei fundo tentando me controlar. É difícil de eu por em palavras, mas, sabe aqueles dias em que tu ficas com uma coisa estranha no corpo, como se cada pedaço de sua pele estivesse em chamas? Não era febre, lógico, mas sim uma louca vontade de fuder. Oh sim, isso mesmo. Fuder o ruivo, que naquele momento estava prestando atenção em um livro enorme de história jurídica em vez de mim.
Ariel diz que na verdade isso é normal para mim. "Está com excesso de testosterona e feromônios isso sim. Pare de pensar com a parte de baixo do corpo e sim com a cabeça". E por um lado ele estava com razão. Eu estava inquieto. Fazia uma semana que não ia à academia, muito trabalho da faculdade e quase sem vida social.
- Bem que tu poderia me ajudar, né amor? - disse casualmente, enquanto ele anotava no caderno algumas coisas. Ele levantou a sobrancelha.
- Se tu pensas que vou fazer o teu trabalho... Está muitíssimo enganado. Sou seu noivo. Não seu nerd pessoal, noivo, ou qualquer outra coisa. - ele riu irônico. Ah claro... Noivo. Essa palavra até agora me fazia sorrir, enquanto eu via o brilho suave do anel de diamante e platina. A avó dele e eu escolhemos juntos... Linhas retas, masculinas e simples, e um diamante solitário que fazia parte do anel de noivado da mãe dele. Forte e delicado, moderno e com uma coisa meio antiga (ele tem um estranho apego a coisas antigas), assim como o guri que o usava.
- Perdeu a vergonha de usar? - sorri vitorioso, ainda sorrindo para o anel.
- Não. É uma coisa humilhante! Ter que me fazer andar pelo campus com um troço desses... E não me diga que ninguém fala nada, por que eu sei que falam! - ele fechou o livro com força, passando para outro.
- Não é tão ruim assim...
- Não é tão ruim? Eu tenho que inventar justificativas para todos que me perguntam... Por que pra sua informação é muito estranho ver um rapaz no segundo ano de faculdade usando um troço de brilhante. - ele retorquiu ácido.
- E dai? - disse descarado.
- Eu não olho isso como uma coisa amorosa. Mesmo te amando, parece até um tipo de coleira enfeitada... Um aviso que estou acorrentado à outra pessoa. - ele disse sem humor.
- E de fato está. É para avisar que tu pertence a mim. - sorri.
- Ahhh os homens são tão infantis... - Ariel sussurrou pra si mesmo, franzindo a testa. Ri baixinho.
- Por quê deixou a barba por fazer, Fosforozinho? - Mudei de assunto, vendo os pelinhos vermelhos no rosto.
- Aparentemente os professores e alguns colegas não me dão muita credibilidade... Dizem que sou novo demais para estar aqui. Isso não é verdade! - ele passou os dedos no queixo. - C'est la merde! Tenho 20 anos...
- É a vida. - dei os ombros. Puta que pariu, ele já tava com 20 anos!!! Eu o conheci com 17...
- Está me distraindo... Faça logo o seu trabalho. - ele encerrou a conversa.
A muito custo terminamos os nossos deveres (pelo menos eu), e saímos da biblioteca. Na faculdade, era uma coisa meio diferente da escola. Lógico que eu o segui até a escadaria onde levava a área do curso dele... As pessoas em geral tinha uma leve impressão sobre o meu relacionamento. Não saiamos por ai divulgando que somos um casal, mas também não escondemos, somos apenas discretos. Na maior parte do tempo andávamos juntos, (não colados um no outro, mas sim, próximos como melhores amigos digamos assim), e quando não estávamos perto um do outro ficávamos no circulo de amigos próprios. Ariel foi "adotado" por um grupo, na maioria gurias cursantes de Medicina (Tri-gatas) e dois caras cursantes de direito. O chamam de "Príncipe Aldbrecht" ou "Vossa Majestade"... O motivo até hoje ele não contou e provavelmente não vai contar.
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E o Playboy se Apaixona de Verdade
RomanceUm romance gay entre Brenardo e Ariel! (Essa história não me pertence! Essa história é um conto real de Bernardo e não é minha intenção plágia-lo, minha intenção é divulgar sua história e ser mais acessível!)