eco das sombras

o segundo marcado

A viagem de volta foi silenciosa, mas o peso do que enfrentaram na floresta estava evidente nos rostos de todos. Clara olhava pela janela, perdida em pensamentos, enquanto Sofia digitava freneticamente em seu notebook, tentando cruzar informações sobre os outros portais.

Leo quebrou o silêncio: “Sofia, o que sabemos sobre o próximo lugar? Já tem alguma pista?”

Ela ergueu os olhos, visivelmente exausta. “Pelo diário, o segundo portal parece estar em uma montanha no sul do país. Algo relacionado a cavernas e marcas antigas. Mas tem um problema...”

“Que tipo de problema?” Leo perguntou, franzindo a testa.

“Segundo as notas, o segundo portal só pode ser acessado por outra pessoa marcada.” Sofia hesitou antes de continuar. “E não é nenhum de nós.”

Clara virou-se, surpresa. “Outro marcado? Como isso é possível?”

“Os portais se conectam a diferentes pessoas, Clara. Nós três temos uma ligação com o primeiro, mas o segundo… Ele pertence a outra pessoa.”

Leo suspirou, frustrado. “E como diabos encontramos essa pessoa?”

Sofia olhou para ele com um leve sorriso de nervosismo. “Acho que ela já está nos procurando.”

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O Encontro Inesperado

Chegaram à cidade mais próxima para descansar e reabastecer antes de planejar a próxima etapa. O pequeno hotel onde se hospedaram era modesto, mas confortável o suficiente. Clara, ainda inquieta com as revelações, decidiu dar uma volta pela área.

Enquanto caminhava pelas ruas silenciosas, sentiu novamente aquela sensação estranha de estar sendo observada. Seus passos desaceleraram, e ela olhou para trás, mas não viu ninguém.

“Clara,” uma voz chamou, suave, mas clara.

Ela virou-se rapidamente, encontrando um homem parado a poucos metros. Ele era alto, com cabelos escuros desgrenhados e olhos azuis intensos que pareciam enxergar através dela. Vestia roupas simples, mas havia algo nele que exalava autoridade e mistério.

“Quem é você?” ela perguntou, mantendo a distância.

“Meu nome é Adrian,” ele respondeu, dando um passo à frente. “E você é Clara. Não é?”

Ela estreitou os olhos. “Como sabe meu nome?”

Adrian suspirou, colocando as mãos nos bolsos. “Porque eu sou como você. Marcado. E estive esperando por este momento.”

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O Passado de Adrian

De volta ao hotel, Clara apresentou Adrian a Leo e Sofia. Apesar da relutância inicial de Leo, Adrian explicou sua conexão com os portais.

“Fui marcado há cinco anos,” ele começou, apoiando-se na mesa. “Encontrei o primeiro portal por acidente, mas não consegui fechar. Desde então, passei minha vida tentando entender o que isso significa.”

“E como você sabe que está ligado ao segundo?” Sofia perguntou, interessada.

“Porque o senti,” ele respondeu, olhando diretamente para Clara. “Assim como você sentiu o primeiro. É como um chamado que não podemos ignorar.”

Leo cruzou os braços, ainda desconfiado. “E como sabemos que podemos confiar em você?”

Adrian deu um pequeno sorriso, mas havia algo triste nele. “Você não pode. Mas, se não vier comigo, não conseguiremos fechar o próximo portal. E, acredite, o que nos espera lá é muito pior do que qualquer coisa que já enfrentaram.”

Clara trocou um olhar com Sofia e depois com Leo. Ela sabia que estavam entrando em território desconhecido, mas algo em Adrian parecia genuíno.

“Vamos com você,” ela disse finalmente, sua voz firme.

Leo suspirou, derrotado. “Espero que você esteja certo sobre isso.”

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A Caminho da Montanha

No dia seguinte, o grupo partiu para a montanha mencionada nos escritos de Sofia. Adrian liderava o caminho, parecendo saber exatamente para onde ir. A cada quilômetro percorrido, Clara sentia a mesma energia opressiva que experimentara na floresta, mas desta vez era mais intensa.

“Está perto,” Adrian disse, parando ao pé de uma enorme caverna.

As paredes da entrada estavam cobertas de símbolos semelhantes aos vistos na mansão e na floresta. Mas esses pareciam mais antigos, como se tivessem sido entalhados há séculos.

“Esses símbolos...” Sofia murmurou, passando os dedos sobre um deles. “Eles falam de sacrifício. Alguém precisa... dar algo para que o portal seja selado.”

Clara sentiu o estômago revirar. “Dar o quê?”

Adrian olhou para ela com uma expressão séria. “Ainda não sei. Mas uma coisa é certa: isso não será fácil.”

Leo pegou sua faca novamente, ajustando a mochila em seus ombros. “Nada disso tem sido fácil. Vamos acabar com isso.”

Enquanto o grupo entrava na caverna, a escuridão parecia engoli-los. O som de gotas de água ecoava pelo espaço, mas logo foi abafado por um murmúrio distante — um coro de vozes que parecia crescer a cada passo.

O próximo portal estava perto, mas com ele viriam desafios que testariam não apenas sua coragem, mas também os sacrifícios que estariam dispostos a fazer para salvar o mundo da escuridão.