Na manhã seguinte, a clareira estava banhada por uma luz suave, mas havia uma sensação de expectativa no ar. Sofia, Leo e Clara tinham passado a noite em silêncio, refletindo sobre o poder que haviam invocado e sobre a nova missão que haviam abraçado. As almas libertadas ainda se faziam presentes, pairando ao redor, observando em silêncio.
“Precisamos entender melhor o que está acontecendo,” Sofia disse, quebrando o silêncio. “Essas almas foram aprisionadas por algo, ou alguém. Há uma força maior que ainda não conseguimos ver.”
Leo concordou, seus olhos sombrios refletindo a seriedade da situação. “E essa força pode estar por trás de todas as manifestações que estamos encontrando. Cada alma que libertamos nos aproxima de algo... algo que não será fácil de derrotar.”
Clara, ainda recuperando-se do que havia acontecido na noite anterior, olhou para os dois com determinação. “O que quer que seja, eu estou pronta. Não vou mais viver com medo.”
Sofia sorriu para Clara. “Esse é o espírito. Juntos, vamos descobrir quem está por trás dessas prisões de almas.”
A primeira tarefa deles era investigar as histórias locais de desaparecimentos e fenômenos paranormais. Eles começaram a mapear os pontos onde mais almas haviam sido libertadas, tentando encontrar um padrão. A cidade em que viviam parecia calma à superfície, mas logo perceberam que havia um submundo de forças invisíveis que afetavam tudo e todos.
Naquela noite, enquanto revisavam suas descobertas, Sofia percebeu algo peculiar nos registros de atividades paranormais. Havia um nome que se repetia nas lendas da região: "O Arconte". As histórias falavam de um ser antigo, uma entidade que usava a energia vital das almas aprisionadas para se fortalecer.
“O Arconte...” murmurou Leo, seus olhos se estreitando enquanto lia os textos antigos. “Se isso for verdade, ele pode ser a chave para tudo. Um parasita espiritual, se alimentando da dor e do medo.”
“Isso significa que ele está ficando mais forte a cada alma que libertamos?” Clara perguntou, uma pitada de medo voltando à sua voz.
Sofia balançou a cabeça. “Não. Libertar as almas o enfraquece, mas também o provoca. Ele vai reagir, e quando isso acontecer, precisaremos estar prontos.”
Naquela noite, enquanto discutiam a melhor forma de se preparar, uma presença sutil começou a se formar ao redor deles. Não era a mesma energia das almas libertadas, mas algo mais sombrio, mais antigo. O vento soprou com força, fazendo as árvores ao redor da clareira gemerem.
De repente, uma voz profunda ecoou no ar. “Vocês libertaram o que não deveriam. Estão brincando com forças que não compreendem.”
Sofia se levantou de imediato, seus sentidos em alerta. “Quem está aí?”
Do meio da escuridão, uma figura nebulosa se materializou. Era alta, com traços indistintos, mas seus olhos eram dois pontos de luz vermelha que queimavam na noite. “Eu sou o Arconte, e vocês cometeram um erro fatal. Essas almas eram minhas, e vocês ousaram interferir.”
Leo deu um passo à frente, com os punhos cerrados. “Elas não pertenciam a você. Você as aprisionou contra a vontade delas.”
O Arconte soltou um riso amargo, sua voz ressoando como um trovão. “Eu sou a vontade que domina. Vocês são insignificantes, mas agora estão marcados. Eu irei atrás de cada um de vocês, e suas almas serão minhas.”
Antes que eles pudessem reagir, a figura se dissipou, como fumaça ao vento, mas a ameaça dele permaneceu. O ar estava pesado, e Sofia sabia que algo havia mudado. O Arconte não era apenas uma lenda – ele estava lá, observando, esperando.
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eco das sombras
Misterio / SuspensoSofia e leo, com dois jovens com habilidade espirituais, acreditavam em ter encontrado paz após derrotar um poderoso inimigo poderoso e liberar almas poderosas. No em quanto uma mulher misteriosa chamada Clara surge em busca de ajuda, eles percebera...