capítulo 5

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Com o calor do sol iluminando a clareira, Sofia e Leo estavam mais determinados do que nunca. Eles haviam derrotado Victor e libertado as almas aprisionadas, mas a luta contra as trevas estava longe de acabar. A decisão de ajudar outros que enfrentavam forças malignas se tornou a nova missão de suas vidas.

Nos dias seguintes, eles começaram a construir uma rede de apoio, reunindo outros praticantes de ocultismo e pessoas que tinham experiências semelhantes. Organizaram encontros regulares em sua cidade, onde discutiam práticas de proteção e libertação, além de compartilhar histórias de superação.

Uma noite, durante um desses encontros, Sofia notou um novo rosto na multidão. Era uma mulher de cabelos escuros e olhos penetrantes, que parecia absorver cada palavra proferida por Leo. Quando a reunião terminou, Sofia se aproximou dela.

“Oi, sou Sofia. Vi que você estava interessada nas histórias que contamos,” disse ela, tentando estabelecer uma conexão.

“Olá, sou Clara. Eu... eu passei por experiências estranhas recentemente,” Clara respondeu, seu olhar desviando por um momento. “E eu tenho sentido uma presença em minha casa. Algo não está certo.”

Sofia sentiu um arrepio. “Você gostaria de conversar sobre isso? Podemos tentar entender o que está acontecendo.”

Clara hesitou, mas finalmente concordou. Nos dias seguintes, as duas se reuniram, e Clara compartilhou sua experiência de estar sendo assombrada por visões de uma figura sombria que a seguia. Ela descreveu sonhos perturbadores e uma sensação constante de ser observada.

“Parece que você pode estar lidando com uma energia negativa que se aninhou em sua vida. Vamos investigar isso,” Sofia sugeriu, lembrando-se das experiências que havia enfrentado com Victor.

Naquela noite, Sofia e Leo foram até a casa de Clara. Ao entrarem, sentiram uma mudança no ar, como se a atmosfera estivesse carregada com algo pesado. Clara levou-os até seu quarto, onde as sombras pareciam dançar nas paredes.

“Eu sempre me sinto mal aqui. Às vezes, até ouço sussurros,” ela confessou, sua voz tremendo.

Sofia começou a preparar um espaço sagrado, traçando um círculo de proteção com sal e acendendo velas. Enquanto isso, Leo observava as sombras com cautela. Ele também sentia a presença de algo maligno, uma energia inquieta que parecia vazar das paredes.

“Vamos tentar fazer uma leitura de energia primeiro,” Leo sugeriu, aproximando-se do centro do círculo.

Ele começou a entoar palavras de proteção, e Sofia o acompanhou, concentrando-se na energia ao redor. A temperatura na sala caiu drasticamente, e um vento frio começou a circular.

“Está aqui,” Leo disse, seus olhos se arregalando. “Sinto uma presença. Algo ou alguém está tentando se comunicar.”

De repente, um objeto na prateleira ao lado caiu no chão com um estrondo, fazendo Clara gritar. Sofia e Leo mantiveram a calma, continuando a entoar suas palavras de proteção. As velas tremulavam, e a luz pareceu se concentrar em um único ponto no quarto, formando uma figura indistinta.

“Quem está aqui?” Sofia perguntou, sua voz firme. “O que você quer?”

Um sussurro se formou no ar, mas era indistinto, uma mistura de risos e lamentações. “Liberdade...” a entidade murmurou, e Sofia percebeu que a presença estava se tornando mais forte.

“Essa energia precisa de ajuda,” Sofia disse para Leo, que concordou. “Vamos tentar libertá-la, mas precisamos de cuidado. Ela pode ter sido presa aqui por muito tempo.”

Com um movimento de mão, Leo gesticulou para Clara. “Concentre-se na luz. Se houver algo dentro de você que deseje liberdade, isso também pode ajudar a entidade.”

Clara fechou os olhos e começou a se concentrar. Sofia e Leo entoaram um encantamento de libertação, e as sombras começaram a se agitar, formando um redemoinho no centro do quarto. Clara, ainda de olhos fechados, parecia ser puxada pela energia ao seu redor.

“Libere-se!” Sofia gritou. “Deixe ir!”

Uma onda de luz irrompeu do círculo, e a figura nebulosa começou a se formar mais claramente. Era uma mulher, com um olhar de desespero e uma expressão de sofrimento. A luz cresceu, e a entidade começou a se contorcer.

“Eu não posso ficar!” a mulher gritou, suas palavras ecoando na sala. “Eu sou a guardiã deste lugar! Eles não podem me deixar ir!”

“Quem são ‘eles’?” Leo perguntou, sua voz resonante.

“Os que me aprisionaram!” a mulher respondeu, sua forma flutuante cada vez mais instável. “Eles estão por perto!”

Sofia olhou rapidamente para Clara, que estava começando a tremer. “Clara, você precisa se conectar com a sua força interior. Você não está sozinha! Juntos, podemos ajudá-la a se libertar.”

A energia ao redor começou a vibrar, e Clara abriu os olhos. Uma nova determinação brilhou neles, e ela ergueu as mãos, chamando a luz que agora pulsava no círculo. “Você não precisa ficar presa! Venha comigo!” ela gritou, sua voz cheia de poder.

O feitiço continuou, e a mulher começou a se dissolver, seus lamentos se transformando em um grito de libertação. Sofia e Leo sentiram a energia da sala mudar, e uma onda de alívio os envolveu. A sombra começou a se dissipar, e a presença que havia atormentado Clara finalmente foi embora.

Quando tudo acalmou, Clara caiu de joelhos, exausta, mas aliviada. “Eu... eu não sei como agradecer,” ela disse, com lágrimas nos olhos.

“Você já deu o primeiro passo, se libertando desse peso,” Sofia respondeu, ajudando Clara a se levantar.

No entanto, Leo sentiu uma perturbação no ar. “Ainda há algo aqui,” ele murmurou, olhando ao redor. “Não podemos baixar a guarda.”

No entanto, antes que pudessem agir, uma nova onda de energia começou a se formar. Sofia e Leo se prepararam para outra confrontação, mas algo mudou. Uma presença familiar surgiu, mas não era ameaçadora. Era uma energia conhecida, a de todas as almas que haviam libertado.

“Estamos aqui,” sussurraram as vozes em uníssono, cada uma trazendo um sopro de força.

As almas que haviam sido libertadas nas últimas semanas começaram a se manifestar ao redor, suas formas se tornando visíveis. Elas flutuavam em um estado de graça, envolvendo Clara em uma luz suave.

“Você não está sozinha. Você é uma guardiã agora, assim como nós,” uma voz feminina disse. “Juntas, nós podemos proteger este lugar.”

Sofia e Leo se entreolharam, e um sorriso se espalhou pelo rosto de Clara. “Sim! Juntas, nós podemos lutar!”

Com a ajuda das almas libertadas, Sofia, Leo e Clara formaram um novo círculo de proteção, não apenas para si, mas também para todos que buscavam ajuda. Eles se tornaram uma força de luz, prontos para enfrentar qualquer escuridão que ameaçasse surgir.

Enquanto a noite avançava, eles se comprometeram a continuar suas aventuras, explorando o oculto e ajudando aqueles que se encontravam perdidos nas sombras. Juntos, eles estavam prontos para qualquer desafio, unidos por uma missão de compaixão e coragem.

A clareira agora era um lugar de esperança, e o eco de suas vozes ressoava na noite, um lembrete de que, mesmo nas trevas, a luz sempre poderia prevalecer.

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