Capítulo 19

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— Então... o que achou?

Os três jovens estavam esparramados no sofá, tigelas vazias de pipoca entre eles, os créditos do filme passando na televisão; o ventilador de teto zumbia sobre suas cabeças, um guerreiro resistente contra o calor extremo.

André atirou uma das últimas pipocas dentro da boca, a testa franzida. Exibiu um sorriso sem graça.

— Pra falar a verdade, não entendi quase nada... mas as músicas foram boas!

Letícia riu.

— Bom, ao menos já temos a playlist pra nossa próxima faxina! Drama e comédia combinam perfeitamente com limpeza!

André deu de ombros.

— Por mim tudo bem. Só não espere que eu saiba dançar.

Vera Lúcia sorriu com isso, o celular em mãos, jogada no sofá de forma preguiçosa. Parecia um gatinho se espreguiçando entre as almofadas.

Eu te ensino.

— ...Vera, eu sou um caso perdido, tô falando sério.

Eu faço milagres. Você nem imagina o tanto de garotas que se soltaram depois de eu dançar com elas.

André estreitou os olhos. Um pouco de vermelho surgiu em suas bochechas.

— De que tipo de dança estamos falando aqui?

Vera Lúcia lançou um olhar adorável e nem um pouco inocente. Voltou a mexer no celular, os lábios em um biquinho concentrado, digitando algo que não era destinado a eles.

Letícia sorriu diante disso, tentando esconder o fato de que seu rosto também começou a esquentar. Estava acostumada com o humor "maduro" da amiga, mas havia algumas piadinhas que a afetavam além do normal.

Especialmente aquelas relacionadas às aventuras que a loira tinha antes de se conhecerem... aventuras que ela fazia questão de que todos da cidade soubessem.

Pesquisar o sobrenatural era, para os moradores de Nova Maria, a coisa mais inofensiva que Vera Lúcia já fez.

André revirou os olhos, se levantando e catando as tigelas vazias.

— Eu vou lavar isso, com licença-

— Oh! — Letícia saltou do sofá. — Peraí, eu vou com você! Preciso checar algumas coisas antes do anoitecer.

Os dois saíram da sala, caminhando silenciosamente pela casa, e Letícia encarou uma das janelas próximas.

O céu estava nublado, com nuvens escuras e cheias, dando a impressão de que o sol já havia desaparecido.

Sem dúvida haveria chuva mais tarde. Letícia não sabia dizer se aquilo era bom ou terrível.

Chegando na cozinha, Letícia foi direto à geladeira, checando a comida e compras que ainda tinham. Estavam bem abastecidos, felizmente. Suprimentos não seriam um problema pelos próximos dias.

O som de água caindo preencheu o ambiente. André se curvava sobre a pia, as mãos cobertas em espuma, mostrando uma careta enquanto esfregava as tigelas grudentas.

Letícia fechou a geladeira, se aproximando dele.

— Então... como você tá?

O rapaz ergueu os olhos, confuso. Ele voltou a lavar a louça.

— Bem, eu acho.

— Se sentindo confortável aqui?

Ele riu um pouco.

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⏰ Última atualização: Jan 11 ⏰

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