Elo Sombrio - JJK + PJM.

• 27 |Aquele em que a vida recomeça;

#EloSombrio

🎩

— Jeon Jungkook —

2 meses depois.

Minha vida finalmente entrou nos trilhos.

Meses atrás, eu estava com medo, tudo estava fora de controle e eu estava me sentindo perdido. Não sabia quem eu era ou o que deveria fazer, estava vivendo um caos.

No entanto, tudo se ajeitou. Quando Namjoon dizia que tudo ficaria bem, meu eu do passado deveria ter acreditado. Mas, na epóca, era compreensível achar isso impossível.

Tudo passou, todos que poderiam me fazer mal não existem mais, estou livre e rodeado de pessoas que querem o meu bem. E sim, todos aqueles que me fizeram mal morreram, inclusive Caesar.

Namjoon e Taehyung fizeram isso, mas não sei como. Eles evitam contar os detalhes, e por mim, tudo bem. Fizeram-me um favor, na verdade. Fiquei surpreso com os meus próprios sentimentos quando descobri sobre sua morte, porque tudo o que senti foi alívio.

Mesmo que ele fosse meu pai, não consegui sentir um pingo de tristeza, pena ou coisa do tipo. Eu o amava quando criança, mas suas atitudes fizeram meus sentimentos mudarem. A culpa era dele por ser um péssimo pai, não minha por não conseguir ter qualquer consideração por ele.

Lilith se recuperou. Me desculpei por tê-la ferido sem querer naquele fatídico dia, ela disse que eu estava sendo tolo ao me desculpar, porque mesmo que o inferno seja meu por direito, eu a deixei no trono daquele lugar e isso era o suficiente.

Para ela, ser dona do submundo significa tudo. Para mim, é um pesadelo.

Recuperei-me depois de dias de cama. Poderia dizer que foi entediante, mas na verdade foi incrível passar os dias agarrado com o Jimin, recebendo seus cuidados e beijos. Por mim, ficaria acamado por mais tempo.

Quando me recuperei, corri atrás de tudo o que precisava ser ajustado. E a primeira responsabilidade que tive que assumir foi contar à Jules que seu pai havia virado uma estrelinha do céu.

O que é uma grande mentira. Sei que sua alma podre está queimando no inferno desde o segundo em que foi morto.

Contar isso para Jules foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Tomei muito cuidado com as palavras e inventei que ele faleceu dormindo, sem dor, porque precisava ir, Ela acreditou e chorou.

Chorou até dormir e ficou triste durante alguns dias. Depois que esse período passou, ela chegou em mim e disse:

— Sabe, Jota, eu não fiquei triste pela morte do papai porque amo ele... acho que não amo.

— Não? Então por qual motivo ficou triste?

— Fiquei triste porque ele nunca me amou de verdade. Eu achava que quando eu fosse mais velha, igual você, que ele iria me amar, mas ele morreu antes.

Ouvir aquilo foi como um soco no estômago. Tudo o que aquele filho da puta tinha que fazer era amar a filha adorável que tem, e não é preciso nenhum esforço para isso.

Aconselhei Jules e a fiz entender que o problema estava nele, não nela. Ela entendeu e parou de ficar se culpando por não receber amor paterno, agora está feliz e aproveitando a infância como nunca, recebendo afeto da nossa família um tanto peculiar.