Capítulo 4

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Chego no andar de baixo da igreja, e ando até a porta, a abrindo, e passando por ela. Pego meu celular na bolsa, e disco o número de um táxi, olhando na placa da esquina, e dando o endereço ao taxista. Enquanto aguardo, escuto uma voz baixa abaixo de mim. Reconheço aquela voz, e olho pra baixo, encontrando Kaleb, com sua cadeira de rodas preta, me fitando.
- Quem você está esperando, Clarye?
- Táxi. E você, Kaleb?
- Ainda, ninguém. Não liguei pra ninguém, dizendo que a reunião acabou.
- Ah...
Avisto o táxi chegando.
- Tenho que ir... liga pra alguém logo.
- Posso ir junto com você na sua casa? Meu celular descarregou, e o telefone daqui não está funcionando. Da tua casa ligo pra minha mãe.
- Ok.
Pego na cadeira de rodas, e empurro até perto do táxi. Abro a porta de trás, e o ajudo a passar da cadeira pro banco do carro. Dobro a cadeira de rodas, e ponho dentro do táxi. Entro no banco da frente, e bato a porta, enquanto ponho o cinto. O motorista acelera, e vai pra longe da igreja.
Desço do táxi após ele parar na frente de casa, e ajudo o Kaleb. Pago o motorista, e entro com ele em casa.
- Vou preparar o almoço, você vai querer?
- Hã... sim. - responde enquanto observa a sala de estar.
- Ei... você quer tomar banho? Tenho algumas roupas do meu pai que talvez sirva em você.
- Pode ser. - e dá de ombros.
- Vai indo ali naquele banheiro. - aponto em uma direção. - tem uma banheira lá. Vou buscar algo pra você vestir.
Ele se direciona ao banheiro, enquanto eu subo as escadas. Ando até o quarto dos meus pais, e abro a porta. Lavo as mãos no banheiro do quarto, e separo uma cueca, camiseta branca, calça de moletom preta, e uma blusa azul. Desço em seguida, e bato na porta.
- Está destrancada.
Tampo os olhos, e entro. Deixo as roupas na tampa do vaso sanitário, e saio do banheiro. Destampo os olhos, e ando até a cozinha. Pego vasilha com arroz, e saquinho com filé de frango. Esquento o arroz, frito o filé, e ponho pratos, talheres e copos na mesa de madeira. Enquanto ponho comida nos pratos, Kaleb chega na cozinha. Ele para perto da mesa, e eu ponho os pratos na mesa, me sentando em seguida.
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Após nos alimentarmos, nos sentamos na sala de estar, e Kaleb liga para a mãe, dando o endereço de casa. Ouço os gritos dela daqui.
- Não, mãe... eu tô bem! Tô na casa de uma amiga. Para de gritar, caramba. E você também não vai ganhar nada gritando no meu ouvido. Tá, tá. Ok, vem logo. Tchau.
Solto a risada que estava segurando, enquanto ele revira os olhos, e resmunga. Ligo a televisão, e ponho em um telecine.
Escuto uma buzina, e me levanto. Olho pela janela, e vejo um Uno branco na frente de casa.
- Sua mãe, Kaleb? - pergunto fitando o garoto na cadeira de rodas que passava pela porta.
- Hã, é.
Ando até ele, e empurro a cadeira até perto do carro. Dou um beijo em teu rosto, e volto pra dentro, fechando a porta. Desligo a tevê, pego meu celular, e subo, indo pro meu quarto. Conecto o celular no carregador, e o deixo na mesinha. Vou ao banheiro, e vou me despindo enquanto ligo o chuveiro. Entro embaixo da água, que me tira todo o cansaço. Tomo um banho de vinte minutos, e desligo o chuveiro. Puxo a toalha, me enxugo, e enrolo em meu corpo.
Depois de por um short e camiseta, penteado os cabelos, e escovado os dentes, me deito na cama, e deixo o sono me levar.
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Acordo, e fico fitando o teto por alguns minutos. Levanto o olhar, e olho no relógio. Três da tarde. Me levanto, e ando até a sapateira me espreguiçando. Abro a portinha, e puxo chinelos. Ponho nos pés, e desço. Saio pela porta dos fundos, tendo visão da piscina coberta com um plástico transparente, a grama verde escuro, uma mesa perto da piscina com várias cadeiras a rodeando, e várias árvores pelo quintal. Respiro, e solto o ar. Fico descalça, ando pela grama, e me deito perto da piscina. Fito o céu com algumas nuvens cinzas, enquanto repouso os braços ao lado do meu corpo. Fecho os olhos, e suspiro. Fico nessa posição por longos minutos, e abro os olhos novamente. Me levanto, tiro algumas gramas que ficaram em minha roupa e vou pra dentro devagar. Entro na cozinha, pego um copo no armário, e encho de água, bebendo logo em seguida. Lavo o copo, enxugo e guardo em seu devido lugar. Vou até o telefone que está na sala, e disco o número de minha avó, que atende depois de dois toques.
- Alô?!
- Vó?
- Oi, querida Clarye!
- A senhora está bem?
- Oh, estou sim... e o grupo de apoio?
- Está bem... o que tem feito ultimamente, que não tem me ligado, vó?
- A empresa está pegando fogo nas últimas semanas... estamos ocupados com alguns contratos, contratando alguns funcionários...
- Ah, sim... e o vô?
- Teu vô está morrendo de saudade sua!
Sorrio ao escutar isso.
- Diga a ele que também estou com saudades... tenho que desligar, mil beijos pra vocês, tchau!
- Ligue mais vezes, viu? Beijo, tchau.
Desligo, e o coloco na base. Escuto o barulho de algo batendo na janela, olho e vejo que são gotas. Me sento no sofá, e ligo a tevê. Assisto um filme que está passando, e me ajeito deitada. Depois de meia hora de filme, sinto as pálpebras pesarem, e o sono me deixar leve.

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